For Us-Noany

Capítulo 24

Pov's Any

Bailey me levou a um restaurante próximo  da praia, com um clima agradável e uma ótima comida.

Eu pedi um peixe com fritas e Bailey um hambúrguer e assim que o garçom bonitinho que não parava de me secar foi embora nós engatamos em uma conversa sobre amenidades da nossa vida pessoal. Realmente como em um primeiro encontro.

Porém, por mais agradável que fosse o papo e a companhia de Bailey, a imagem de Noah parado na porta do Glass Palace com a expressão furiosa no rosto não saía da minha mente. Apesar disso o almoço ocorreu bem e no fim Bailey me convidou pra a festa que um de seus amigos daria hoje à noite, eu aceitei e combinamos que ele viria me buscar as sete e meia.

É claro que não iria sozinha, então finalmente decidi conversar com Sabina. Há alguns dias não fazia ideia de como lidar com o fato de que Sabina não estava ciente de toda aquela coisa horrorosa de tráfico de drogas e se tem uma coisa que eu odeio é esconder as coisas ou mentir para ela.

Porém, pior do que esconder algo dela é ignora-lá como se ela não fosse ninguém. Afinal, se for necessário mentir pra que ela tenha uma vida normal, siga seu sonho de se formar em direito e casar com o Pepe. Então que seja.

Toco a campainha da residência dos Urrea na esperança de que seja Sabina à atender e não seu irmão ou seus pais. Até porque, a reunião já havia acabado a meia hora atrás, um dos motivos pelo qual vim direto para a casa de Sabina, para assim evitar uma conversa com meus pais.

Toco a campainha pela segunda vez e poucos segundos depois a porta é aberta por Sabina que me encara como se eu fosse o fantasma do natal passado.

Ela abre a boca pra dizer algo, mas antes que qualquer palavra seja pronunciada eu a abraço. Não consigo segurar as lágrimas e aquele aperto em meu peito de dias atrás começa a crescer novamente.

- Me desculpa - digo em um sussurro  com as lágrimas ainda rolando livremente.

- Tudo bem - ela me abraça ainda mais apertado e segundos depois nos soltamos.

- Vamos lá pra cima - eu e ela subimos as escadas e quando já estamos acomodadas em cima da cama iniciamos a temida conversa.

- Já faz mais de um mês que você não fala comigo Any - ela afirma e eu posso perceber  a mágoa em sua voz.

- Eu sei...- respiro fundo antes de continuar - O problema era comigo não com você - procuro os olhos dela com os meus, porém ela evita me encarar - Eu estava em uma situação bastante difícil e não podia falar com ninguém sobre isso - minha voz começa a embolar e eu luto para conter as lágrimas.

- Pode falar agora? - ela finalmente olha em meus olhos e eu sinto o meu coração pesar com o que direi a seguir.

- Não, eu não posso contar pois é algo que não envolve somente a mim, mas toda a minha família - Sabina leva seu olhar em direção à janela, então não posso ver como está se sentindo - Se eu te contar vou te afetar também e a única coisa que eu quero é que você siga seus objetivos de vida sem que isso ou qualquer outra coisa te atrapalhe.

- Mas e você Any? Vai carregar tudo sozinha? Seja lá o que isso for?

- Acredite, eu posso aguentar a barra, mas nunca vou me perdoar se acabar te envolvendo também - ela me encara com aquela expressão gentil de sempre - Você consegue confiar em mim o bastante para deixar isso de lado e acreditar que eu não vou deixar isso acabar com a nossa amizade? Você promete isso pra mim Sabina?

- Eu prometo tentar - ela diz depois de respirar fundo e em seguida me abraça mais uma vez, fazendo com que o nó em minha garganta se desfaça.

- Isso já é o bastante pra mim - digo e nos soltamos, em seguida mudamos de assunto.