For Us-Noany

Capítulo 30

Pov's Noah

Está escuro e meus olhos demoram para se adaptar a falta de claridade. O lugar onde estou é úmido e aparentemente se trata de um quarto pequeno e vazio com apenas uma janela, por ela entra a luz fraca de um poste que se projeta em uma das paredes.

Também posso ver do lado oposto ao que me encontro uma porta fechada. Minha mente está confusa, não sei como cheguei ali. Então, incapaz de raciocinar decido ir até a porta.

Puxo a maçaneta e constato que a porta não está trancada. Ela se abre com um rangido que ecoa por todo o lugar que parece se tratar de um enorme galpão.

Olho em volta e aparentemente não há ninguém, então saio, tentando ser o mais silencioso possível. Caminho de fininho por trás de um monte de canos empilhados até uns 3 metros de altura e após alguns segundos ouço vozes.

Espio por trás do monte de canos e avisto no lado oposto do galpão uma porta semiaberta, as vozes estão vindo do lado de fora. Corro até lá, e olhando pela fresta da porta avisto uma extensa área de gramado com árvores escuras ao fundo e alguns metros a minha frente vejo três pessoas, duas em pé e uma na frente sentada em uma cadeira.

Reconheço um dos homens em pé com sendo meu pai, o outro, que parece ter a minha idade nunca havia visto na vida e o terceiro, após alguns segundos, finalmente o reconheço. Um desespero me invade, tudo o que vem a seguir acontece rapidamente. O jovem que está de pé saca o revólver da cintura e em seguida meu pai olha em minha direção.

Eu me escondo atrás da parede e um segundo depois ouço aquele som alto e agudo que ecoa pelo ambiente, ou seria dentro da minha cabeça? Um torpor me invade e uma certeza aterrorizante me atinge. Ele está morto.

Em um impulso meu corpo se levanta e eu fico sentado sobre a cama durante alguns segundos enquanto minha respiração ofegante aos poucos volta ao normal. Sinto meus batimentos cardíacos acelerados e um suor frio escorrer pelo meu rosto me causando calafrios em todo o corpo.

Olho ao redor do meu quarto até meus olhos encontrarem o relógio de cabeceira marcando oito horas da manhã com seus números vermelhos e brilhantes. Decido me levantar e tomar um banho quente pra me recuperar e começar o sábado.

Já no chuveiro, sinto a água quente cair sobre minhas costas fazendo meus músculos relaxarem gradativamente. Apoio a mão direita no vidro embaçado e com a esquerda aperto um pouco os olhos em resposta a dor que sinto latejar em minha cabeça. Junto com ela me vem as lembranças do pesadelo que tivera enquanto dormia. Fazia tempo que não sonhava com aquilo, contudo era exatamente igual a todos os outros, em cada detalhe. Vívido e assustador.

Assim que me recupero, finalizo o banho e me visto no quarto. O dia de hoje será atarefado especialmente para um sábado. Preciso assinar uma papelada para solicitar o envio de "suprimetos médicos" para a Colômbia em um navio. Uma exportação que é fruto da minha última viagem de negócios na qual eu consegui uma importante parceria, essa é a primeira vez que nossos produtos saem do país, meu pai diz estar orgulhoso, não que eu me importe com isso.

Outro compromisso do dia é o baile da Any. Sinto um vazio no peito toda vez que penso nela, me lembro da noite que passamos juntos, foi a melhor da minha vida, porém logo depois me lembro da manhã seguinte em que a humilhei. Não queria tê-la magoado, mas é o que eu faço com todos a minha volta, eu magoo as pessoas que amo.

Tenho medo que Any não me perdoe, mas não posso perder a oportunidade de lhe pedir perdão.

E é com todos esses pensamentos em mente que saio do quarto em rumo ao escritório para começar a trabalhar, até porque o dia está apenas começando.

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-Nota da Autora-

Oi gente, como vocês estão?
Um capítulo novo pra encerrar bem a semana.
Finalmente o Noah apareceu, quem estava com saudades?
Espero que vocês tenham gostado do capítulo, cometem suas opiniões e não esqueçam de votar.

Bjs
Alyssa💞