P.O.V Magali Lima
Quim havia me mandado uma mensagem pedindo para que eu fosse me encontrar com ele no parque do Limoeiro. Eu, é claro que topei. Confesso que meu namoro com o Quim não anda uns dos melhores. Não me leve a mal, ele é ótimo, uma pessoa muito legal e atenciosa, mas as vezes, passar muito tempo da sua vida, crescer namorando alguém desde a infância, faz com que as coisas esfriem. Afinal, quando crianças, não tínhamos esses desejos de adolescentes que se referem a "fazer amor", sendo assim, quando crescemos até dá uma vontadezinha, mas não é aquele amor intenso como todos desejamos ter.
Nunca comentei sobre isso com o Quim, pois não quero magoa-lo. Eu o adoro, mas dizer que o amo como o amava na infância é muito complicado... Mudamos, tomamos rumos diferentes e por mais que nossa idade não seja muito distante, ainda assim, ele já está entrando na fase adulta e eu sou só uma adolescente. Eu não sou imatura para a minha idade como muitos adolescentes são, mas eu percebo como é difícil eu querer sair com meus amigos e tudo o mais, e o Quim simplesmente resolver ficar em casa, porque ele quer focar nos estudos dele, focar na faculdade. Não o culpo por isso, até sou compreensiva com ele, assim como ele comigo, já que ele não cria caso quando saio com meus amigos.
É só que... sinto falta da companhia dele para sair, não apenas sozinhos, mas com a turma. Sinto falta daquele friozinho na barriga, aquela luta para agradar o outro, demonstrar o que sente. Quando está muito tempo com a pessoa, meio que ela "acha" que não precisa mais fazer coisas diferentes para conquistar o outro..., mas é aí que eu penso que deveria existir mais esforço para conquistar, a fim de não deixar a "chama" apagar.
— Oi, Maga. – Diz Quim assim que eu chego no parque e vou até ele. O mesmo me dá um beijo na testa, isso me faz estranhar um pouco, mas resolvo não dizer nada sobre. Não preciso criar um caso desnecessário.
— Oi, Quinzinho! – Digo com um sorriso. Ele me retribui dando um sorriso cansado, o que me deixa preocupada. – Aconteceu alguma coisa, amor?
— Aconteceu e não aconteceu. – Começa ele se sentando no banco, eu me sento ao seu lado.
— Como assim? – Pergunto preocupada e confusa.
— Acho que você vai concordar comigo em relação ao que irei dizer, afinal, nos conhecemos a tanto tempo que é meio difícil não termos percebido isso. – Diz ele dando uma risadinha.
— Verdade! Nos conhecemos tão bem. – Sorrio.
Mesmo que nosso namoro vem de anos, e não são todos os namoros de anos que acontecem disso de ambos conhecerem um ao outro muito bem, de perceber cada coisa "diferente". Só tenho a me orgulhar de que nosso relacionamento tem essa sorte, tanto Quim quanto eu, sempre nos esforçamos para sermos atenciosos e compreensivos um com o outro.
— Eu ando percebendo que nosso relacionamento está... – Percebo que ele estava tomando cuidado com cada palavra que dizia.
— Está? – Incentivo ele a continuar.
— Estagnado. – Diz ele finalmente olhando profundamente nos meus olhos.
— Como assim, Quinzinho? – Pergunto querendo entender onde ele estava querendo chegar.
— Vou ser direto, Maga. Não quero rodear o assunto, ainda mais que você me conhece ao ponto de saber que eu nunca gostaria de falar algo para te magoar. – Concordo com a cabeça para que ele continuasse. – Passamos por muitos momentos bons, apoiamos um ao outro por várias dificuldades, temos muito respeito e admiração um pelo outro, sendo assim, vou ser franco.
— Tudo bem, pode dizer. – Digo encarando seus olhos sinceros.
— Percebo que tanto você quanto eu estamos juntos mais por admiração do que por amor. – Confesso que fiquei surpresa com sua franqueza, mas não me magoou, pois no fundo eu também sentia aquilo. – Estamos em fases "diferentes" da nossa vida. Nosso relacionamento e o amor que sentimos um pelo outro foi algo incrível, mas eu sinto que é melhor nos separarmos agora, antes que um magoe o outro, entende?
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Together by Chance (First Season)
FanficOuvíamos histórias, lendas, contos, onde se diziam que tudo se começa com um "era uma vez", quando crescemos percebemos que uma história pode muito bem começar do nada, sem inícios parecidos, sem palavras que definem um conto. Pois bem, esta históri...