Notícia

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Caitlin expirou, cruzou as pernas e uniu as mãos:

— E então? Qual é o assunto? — Perguntou, tomando a frente da situação.

Já estávamos todos reunidos na sala, e Caitlin não gostava muito de enrolação. De repente fiquei nervosa, ela parecia de alguma forma a irmã mais velha que nunca tive, seus olhos azuis penetravam meu rosto e de Justin, sentado ao meu lado no sofá com a mão entrelaçada na minha. Ele, por outro lado, parecia muito tranquilo com o anúncio, mais do que isso, expressava uma felicidade evidente. Eu tinha plena certeza do que estava fazendo, mas alguma coisa na expressão de Caitlin me fazia pensar que eu era muito precipitada e ingênua. Justin olhou para mim e eu arregalei os olhos pra ele, do tipo que diz "conte você!". Ele sorriu e apertou minha mão.

— Se quiser tirar aquilo do bolso agora, Faith — sugeriu em volume alto o suficiente para todos ouvirem.

Tiramos nossas alianças dos bolsos ao mesmo tempo, e eu tive a impressão de que arfei junto com os presentes na sala ao olhar a joia outra vez. Eu nunca me acostumaria com sua beleza, que abrangia tanto o físico quanto o significado em si. Fui atraída ao seu rosto depois de devolver o objeto ao lugar que pertencia: ao meu dedo anelar para sempre, e trocamos um olhar carregado da eternidade que pairava sobre nós. Ele me deu mais um sorriso enquanto eu estava simplesmente engasgada com tudo aquilo, e virou-se para os presentes.

— Eu e Faith vamos nos casar — anunciou de maneira muito simplória, como se fosse um fato conhecido e óbvio.

No fundo, pude ouvir certa comoção, mas ainda estava presa nos traços dele, reparando como as palavras soavam ainda mais lindas e certas, meu coração estava quase pedindo arrego, tamanha a felicidade que o fazia pulsar mais rápido e forte que o normal. Acordei do transe quando o corpo de Jazzy e Jax se chocaram contra nós dois, os gritinhos infantis de comemoração ressoando em meus ouvidos. Jazzy enroscou seu braço ossudo em meu pescoço e por um momento sufoquei, mas enquanto eu tossia, eu ri, me sentia tão plena que nem a morte parecia capaz de me atormentar.

Assim que conseguiram tirar os pequenos de cima de nós, Pattie, com lágrimas transbordando de seus olhos azuis calorosos, estendeu os braços para ser a próxima a nos parabenizar. Ao mesmo tempo nos levantamos e ela envolveu a cintura de cada um num abraço triplo. Seu rosto molhado de encontro aos nossos ombros.

— Eu fico tão feliz! Tão feliz! Parece que vou explodir de felicidade! — Ela murmurou chorosa.

Eu afaguei suas costas.

— Eu entendo a sensação! — Brinquei, embora fosse apenas a mais pura verdade.

Nós três demos risadinhas e Justin beijou a bochecha dela.

— Não conseguiríamos sem você, mãe, obrigado.

As sobrancelhas dela se vincaram ainda mais e ela fez um beicinho ao intensificar um pouco o choro.

— Eu achei que... eu nunca pensei que pudesse ver você... que dirá se casando! — Ela fitou seu filho com muita ternura, depois desviou a atenção para mim — E Faith, você já é como uma filha para mim!

O nó em minha garganta se estreitou com o sentimento e retomamos o abraço para nos dar o tempo de recuperar as estruturas.

— Muito obrigada por isso e por tudo, Pattie, você parece um anjo na minha vida! — Agradeci embargada como estava.

Quando conseguimos nos soltar, vieram os avós igualmente chorosos, tão maravilhados com a notícia que mal conseguiam formular frases coerentes até o fim. Recebemos seus abraços fortes e amorosos, as congratulações quase histéricas e Bruce murmurou conselhos enquanto dava tapinhas no ombro de Justin, com um sorriso que parecia fixo no rosto.

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