— Será que seremos mesmo obrigados a convidar essas criaturas para o casamento? — Grunhi, encarando o teto do meu quarto com revolta. Havíamos chegado naquele momento da festa idiota, e eu só tive energia para me jogar no colchão ainda de vestido.
Justin parou de massagear minhas mãos para olhar crítico o meu rosto.
— Com tantas questões alarmantes essa é a que mais está te preocupando agora?
Fiz uma careta.
— Claro, eles podem arruinar nossa vida, mas ao menos deveriam dar uma folga no nosso dia feliz.
Sua expressão parou entre uma repreensão e divertimento.
— Posso pensar nas palavras certas para um 'desconvite' geral, se você quiser. Para mim, só de te ter ali já será perfeito — acompanhou com a ponta dos dedos as linhas em meu cenho, fazendo com que se suavizassem.
Abri um sorriso automático para ele, mas, embora tivesse se esforçado para retribuir, eu via a inquietação permeando-o. Estiquei o braço para acariciar seus cabelos.
— Não foi uma noite ruim. Fizemos uma social e saímos vivos. As partes desagradáveis eram até previsíveis.
Ele suspirou, inclinando a cabeça para a minha mão.
— Vou me reunir com Roger amanhã para acertarmos as ideias.
— Me promete que não fará nada drástico pelo menos até o casamento? Eu não posso me casar sozinha. Aliás, depois das ameaças daquele amontoado de osso, não seria melhor recuar? Eles podem saber de alguma coisa.
— Por isso preciso acelerar — ele beijou a palma da minha mão — Não quero que tenham tempo de prever coisa alguma.
Choraminguei e rolei para deitar a cabeça em seu colo. O carinho se transferiu ao meu couro cabeludo. Justin poderia ser massagista se quisesse, suas mãos eram como o toque suave de plumas. Bom... Pelo menos em mim.
— Então vai me levar com você — anunciei, suspirando.
O arco severo em suas sobrancelhas indicava que ele não concordava. Parou até mesmo de acariciar meus cabelos.
— Você sabe que é inútil discutir. Eu vou junto com direito a opinar — falei feito uma criança petulante.
Encarei de volta seus olhos rígidos e irritadiços.
— Eu sempre me pergunto se você já nasceu com esse instinto suicida — reclamou.
— Engraçado porque eu me pergunto exatamente o mesmo sobre você — devolvi, mas para compensar segurei uma de suas mãos e desenhei nas costas dela com a ponta dos dedos — Não se preocupe, não vai ter nenhum problema eu estar presente nessa conversa. Para quem foi no covil dos lobos hoje, isso é fichinha.
O vinco em seu cenho se aprofundou.
— Não me tranquiliza saber que estou te colocando em constante perigo.
— Qual é, o Roger já é meu amigo, não vai ser ruim. Quem sabe até não o convidemos para ir ao casamento.
Ele fez uma careta às minhas palavras. Segundos depois esta se dissolveu a força parcialmente em uma expressão estranha de satisfação.
— Me pergunto se a partir de agora todos os nossos assuntos convergirão para o casamento — supôs, voltando a acariciar minha fronte. Vi pela tensão em seu maxilar que ele se esforçava para se acalmar.
Entretanto, seus olhos cintilaram com a palavra carregada de eternidade. Ela não parecia tão forte assim até se tornar uma realidade para nós dois. Não acredito que seria tão esplêndida assim se fosse com outra pessoa.
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One Time
FanfictionAssumir um relacionamento implica uma série de desafios, o que não deveria incluir riscos de morte frequentes. Mudar-se para o Canadá a fim de fugir de uma Companhia de Assassinos parecia uma boa ideia no princípio, mas Justin Bieber deveria saber q...