Cap 23 - Apenas um Motivo

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- Nanami!! - Itachi diz assustado ao ver Nanami em pé com sangue pingando de suas mãos. - O que está fazendo?

- Eu disse que não era pra você entrar...

- Por que este sangue? - Itachi diz confuso

- Vai embora Itachi, por favor. - Nanami procura não olhar para ele.

- Eu não vou embora até você me dizer o que está acontecendo! - Itachi olha para o grande pedaço de vidro que Nanami segurava firme com suas duas mãos ensaguentadas. Ele se lembra da louça que ela havia quebrado mais cedo, provavelmente este vidro deveria ser um dos pedaços.

- E-eu só... Eu... E-eu vou acabar com tudo... - sua cabeça está baixa mas Itachi consegue ver as lágrimas escorrerem por suas bochechas

- Acabar com o que, Nanami?

- Com toda essa dor, essa culpa...

- Olha, não é assim que as coisas funcionam.

- Eu não aguento mais Itachi, é muita coisa pra mim digerir, eu n-não consigo...

- Solta esse vidro para podermos conversar.

- Conversar? Sobre o que? Não há nada para se conversar, eu estraguei tudo Itachi, eu estraguei tudo. - ela diz chorando.

- O que está dizendo? Você não estragou nada.

- Estraguei sim, eu trai vocês, isso resultou na morte do meu tio e a culpa é toda minha.

- A culpa não é sua. - Itachi procura palavras que possam a convencer de soltar aquele pedaço de vidro.

- Como não? Eu entrei em contato com ele, vazei informações daqui e agora ele está morto! Se eu não tivesse feito isso Jiraiya não teria morrido. - Ela aperta suas mãos no vidro que consequentemente a perfura ainda mais fazendo com que mais sangue pingue no chão.

- Nanami não faça isso... - Itachi

- Ai meus Deus, eu matei o Jiraiya, eu o matei, eu o matei!. - Nanami chora incontrolavelmente ao dizer tais palavras e acaba entrando em pânico.

- Pain o matou, não você.

- O Pain só o matou porque eu fiz o que não deveria, eu sou a culpada de toda a história, eu sou culpada de assassinato.

- Você não é culpada de assassina... - antes que Itachi termine de falar, a garota o interrompe.

- Sim, eu sou sim, mentir não vai adiantar de nada! - ela diz em um alto tom de voz. Aquela era a primeira vez que Itachi via Nanami daquele jeito, tão desesperada e fora de sí.

- E daí se você for culpada? - Itachi diz no mesmo tom.

- N-não, não, não... - Nanami

- Todos nós erramos, não é? Mas são com nossos erros que aprendemos. Você sempre nos diz isso. - Itachi

- Você não entenderia. - Nanami diz chorosa.

- Não entenderia? Pelo amor de Deus Nanami, eu matei minha família inteira! Meu pai, minha mãe, meus tios, primos, todo mundo, e você diz que eu não entendo?

- N-não diga isso... - ela balança a cabeça em negação.

- Eu sei como é se sentir culpado, eu sei como é essa dor, eu sei como é ser um assassino.

- Então você sabe como é perder a vontade de viver, não sabe? - Pela primeira vez Nanami olha para ele.

Seus lábios estão tremendo e seus olhos estão vermelhos e inchados de tanto chorar. Eles estão vazios, sem brilho algum, como se Nanami houvesse perdido completamente seu rumo, sua esperança. Aquilo partiu o coração de Itachi. Aquele sorriso que sempre estava em seus lábios, aquele brilho nos olhos e aquela alegria contagiante que só ela tinha já não estavam mais ali, era como se Nanami não fosse mais a mesma.

Onde os corvos (não) podem voar. (Imagine Uchiha Itachi)Onde histórias criam vida. Descubra agora