Thor e Oskar.

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Do segundo andar de duas casas, cordas são lançadas. Elas laçam o deus, prendendo seus bíceps de maneira a grudá-los ao tronco.

"Essa porra dói!" pensa o nórdico "Não são cordas comuns?"

Soldados aparecem no beco dos casebres e iniciam ataques distantes de lança. As que acertam atravessam os músculos do nórdico. Perfurando coxa, abdômen e ombro, mas mesmos ataques que derrubam quaisquer brutamontes. Thor ainda está de pé.

Irritado, solta o raio da Mjölnir mais uma vez.

Tolo foi.

O raio de sua arma fica preso em seu corpo fazendo a descarga do martelo ser sentida pelo torso. Uma dor que o faz gemer de dor, e cair ajoelhado ao chão. O deus cospe seu sangue quase por vomitar, e fica atordoado.

— A amarra das cordas está envolta de cobre fino e um pouco de pó de metal também. — Oskar aparece em sua frente — Um bruxo maluco me disse que isso puxava o raio das chuvas, resolvi testar.

— Você me subestima verme humano.

— Pelo contrário — Oskar estala seus pulsos — O respeito. É um Deus, o campeão de Asgard. É você que desrespeitou minha força. Foi à mesma coisa com seu filho, viu a mim como um mero humano. — Ele sorri de maneira descarada. — Mas pediu clemência quando percebeu a derrota.

— Não ouse falar mais de Magni!

— Ele está morto, logo encontrará sua criança.

Thor segura o cabo das cordas e as puxa. Os soldados que nelas seguram vêm com toda brutalidade, junto às paredes, em direção ao solo. É nítido o som do estalo dos ossos quando recebem o impacto, e desacordados ali ficam. Ele tira as lanças com certa lerdeza, respirando fundo para aguentar a dor. Seu sangue desce, mas não o incomoda.

Outros soldados aparecem em diversos flancos. Preparados, com arcos no teto das casas, ou espadas no solo de pedra. O campeão, que destruiu trolls, gigantes, berserkers nunca foi tão ofendido. A cada homem presente ali o deixa mais humilhado.

Como uma águia emboscada no território de corvos que esperam o cansaço de suas asas para rasgar sua carne.

O brando das flechas atiradas alça seu olhar, vendo aquela chuva espetada caindo sobre sua cabeça. Thor move a Mjölnir, como um soco de gancho, fazendo o vento acima de sua cabeça alterar e retirar a força dos projéteis. Num salto lateral, desfere outro golpe com o martelo, espatifando a estrutura da casa.

Raios saem das batidas causando um estrondo temeroso. Soldados que chegam perto do nórdico são esmagados por suas mãos nuas banhando as ruas com sangue. Thor não perdoa quem esteja em seu caminho.

Ravensburg se torna a cidade de Roma, enquanto Thor é o próprio Nero. Destruindo seu reinado. Desgraçando a vida de todos ali presentes. O general ainda encarava o nórdico com certo desdém.

Thor começa a correr para cima do assassino, numa velocidade maior que a humana permite. Seus pés causam tremores no solo.

Thor é descuidado por onde anda. Ao notar o brilho emanado dos escombros por onde corre, se espanta. Uma lança sai de lá. O ataque o surpreende. A lança é distinta das demais, tanto em cor quanto em aspecto. Ela é mirada no cinto megingjörð.

Thor cai na armadilha de Ivarr.

Ivarr executa o ataque. Ao cumprir sua missão, sai ligeiro com o máximo que seu corpo gordo pode alcançar. Fugindo pelas casas.

— Um cinturão que lhe deixa dez vezes mais forte não é nada justo, não acha? — Oskar desembainha sua espada, podendo ouvir o raspar da lâmina no couro. — É uma lança de Helheim, capaz de apodrecer qualquer metal anão. O problema é que ela só pode ser usada uma vez. Então Thor? Pronto para encontrar seu filho?

A Mjölnir fica muito mais pesada. Há tempos, Thor não sente o peso daquele artefato.

Thor atira uma lança de raio para cima de seu adversário. O poder do relâmpago da Mjölnir é sentido por todo entorno do Deus, e o barulho trovoa nos céus claros. Oskar desliza para a esquerda, evitando o golpe.

Quando próximos, o asgardiano desce a Mjölnir contra o general, mas ele usa da espada para rebatê-la.

O martelo é ricocheteado para cima, dando uma abertura inesperada. O corvo consegue tirar dois dedos das mãos nuas de Thor.

O asgardiano nunca viu algo assim. O sangue que desce sobre suas feridas são tão mitológicas quanto à crença nele.

— Quem é você? Como é capaz de fazer isso? — questiona bufante.

— Apenas um plebeu, nada mais — Oskar posiciona sua espada. — Quer saber como eu matei seu filho? Campeão de Odin.

Thor começa a rir, recompondo sua postura. Ele tira o cabelo da frente do rosto, deixando seu sangue molhar o rosto.

Quem irá para Helheim primeiro?

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