O retorno a Gales.

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Dylan enfia a espada no solo de Alfheim. Um ato que faz todos os elfos sobreviventes que retornam ao lar, aplaudirem. Angrod, em particular. Chora demasiado nos braços de Egill, que também está aos prantos, mas aguenta devido à bebedeira.

O galês segura Montag no colo, e faz carinho no garoto, enquanto olha para a espada.

"Desculpe não ser da forma que você queria, Eloen. Mas eu cumpri minha promessa, você está em seu lar agora."

— E o que você fará? — Velent questiona ao amigo.

— Voltarei para Gales. — Ele olha para Montag antes de continuar a falar. — Nós conversamos bem e expliquei a ele algumas coisas. O pivete aceitou morar comigo na fazenda dos meus avós, vamos trabalhar no campo. E vocês?

— Egill logo partirá. Alrune encontrou com ele há pouco tempo. Ela fugiu da guerra para que pudessem viver o resto da eternidade, juntos. Beadohild voltou para Vanaheim. Disse que não pode aceitar minha carne, pois ainda fiz o crime de matar os irmãos dela, e isso é inaceitável. Mas que minha alma ainda era boa, e que quando terminasse tudo aqui. Quem sabe ela me chamaria para viver com ela e meu filho. — Velent não tem certezas, mas está otimista com a proposta. — Agora. — Olha para os elfos — Eu tenho um povo para cuidar, e não posso errar desta vez.

— Então meu velho amigo. — Dylan leva seu braço humano para apertar a mão de Velent. — Isso é um adeus, e muito obrigado, por tudo.

Velent o puxa para um último abraço, acabando por apertar Montag também. Dylan, por diversas vezes recusou aquele afeto feito pelo elfo azul. Mas naquela vez, não há como recusar.

***

Gales, Carnedd Meibion Owen, uma semana depois.

Um estrondo é ouvido próximo às árvores, e Dylan confere, enquanto usa dos cavalos para arar a terra.

— Montag! Você sabe que é perigoso subir as árvores! — reclama com a criança.

— Mas olha o que eu peguei! — Mostra a Dylan, duas peras, maduras e bem apetitosas. Então joga uma ao mais velho.

— Você não aprende mesmo hein!? — Dylan é péssimo para dar sermões, e sabe bem disso, pelas risadas que solta ao término deles.

— Como eu pude viver tanto tempo sem vocês? — Uma voz feminina ressoa no distante das árvores, que deixa ambos os rapazes curiosos em saber de quem era.

Mesmo que seja familiar.

Com seu vestido de seda branco, Leona sai de trás dos troncos, assustando os corações dos dois.

— Mãe! — Montag grita a Leona, e se joga nos braços dela.

— Como eu senti sua falta! — Ela contém as emoções, mas enche o garoto de beijos. A criança ao contrário, não para de chorar no colo dela, liberando a saudade que seu peito acumulou.

Dylan, ao contrário, continua incrédulo. Não é possível existir algum momento em que a felicidade dele seja preenchida, sem dor.

— E como eu senti sua falta também, Dylan. — Ela oferta o abraço. — Você tem muitos poemas para fazer para mim.

O galês toca no rosto dela, e aos poucos se entrega mais a realidade, de que Leona está ali. Quando não consegue se contiver mais, a beija forte, e abraça aos dois.

— A melhor vida a se viver, é ao lado de vocês. — Leona recita.

"Fritz, como a paz é boa... muito obrigado..."

O Cão de ValhallaOnde histórias criam vida. Descubra agora