Vidar o solta, não por desejo, mas pela necessidade de se defender. Quando olha para o lado, vê a força que Egill exerce para tentar empurrar o facão contra a barriga do asgardiano. Esforço que faz usar de ambas as mãos para impedir o corte. Algo o atina a frente. Quando olha para o elfo azul recebe um soco carregado de magia. Tão poderoso que o joga para o fundo da sala. Fazendo uma grande estátua de bronze despejar por cima do deus. — nós não queremos matar ninguém. — Egill fala, esbaforido.
— Mas isso não nos impede de darmos uma surra em quem merece. — conclui Velent.
***
O coração dele palpita de medo. Não pode morrer antes que fale tudo que está engasgado na garganta. Dylan não diminui seu condicionamento. Desvia e rebate todos os golpes possíveis. Gladiando contra a Valquíria.
Faíscas saem por todos os lados. O braço de ferro do galês é resistente, mas acumula arranhões dos ataques. Leona está impaciente — Desgraçado! Por que não morre de uma vez!? — ela questiona, berrante.
"De fato amor. Eu morro fácil para você, sua habilidade de combate é superior à minha. Não é por menos que estou usando um braço de ferro para me defender, pois, se fosse de carne estaria despedaçado." Dylan pensa, pois, cada vez que a chuta ou soca Leona dói no coração ser agressivo para continuar vivo. "O que me faz continuar vivo é você."
Ambos se afastam, dando espaço para olhar um para o outro, enquanto se recuperam da respiração ofegante.
"Toque no coração dela, Dylan!" ele discute consigo mesmo "Ela precisa se lembrar de quem era!"
— Wolfsburg! — grita o galês.
Leona sente uma pontada em sua cabeça, como uma forte enxaqueca que a deixa desestabilizada.
— Que coisas são essas!? — Ela pergunta para o rapaz.
— São você.
Irritada, vai para cima com tudo, o por na parede.
— És um bruxo, invasor imundo? Pare de mexer com a minha cabeça! — Ela força as espadas contra o pescoço do galês.
— Você era uma general de Wolfsburg, tem que se lembrar pelo que lutava! — Ele busca forças, mas seu braço cede, e aos poucos sua espada chega próximo da traqueia. — Pelo que você ficou forte! Por Astora! Por Fritz!
Leona o solta, cambaleando para trás. Imagens do passado batem na mente. Ela grita consigo mesma não conseguindo manter o equilíbrio do corpo. Cai ao chão, ajoelhada.
Dylan a segura, vendo a fraqueza da amada.
— Montag... — Dylan fala, despertando nela um olhar que ele conhece.
— Meu... meu filho... — Leona se lembra. Logo, recorda de tudo que viveu, e da importância de Dylan em sua vida. A amazona alisa o rosto dele com carinho. — Dylan! Eu te machuquei!?
Ele sorri, aliviado. — Não amor, não me machucou. Montag, ele apareceu, está vivo!
— Meu filho! — Ela chora no mesmo instante, arrumando forças maternas para se pôr de pé.
Dylan a ajuda, e com um beijo singelo entrelaça os dedos ao dela.
— Não machucou a ele... Mas machucou a mim... — Uma voz grossa e masculina soa no fim da sala.
Um som poderoso, como o bater do raio no solo, é ouvido. Um sangue que não é de Dylan banha rosto e vestimenta, criando nele um rosto de paralisia e espanto. A tristeza não condiz à dor da cena.
Leona não consegue se manter de pé, pois a lança há atravessado o coração da amazona. Ela baba sangue e seus olhos não dispõem de vida.
— Não, não, não, não, não! — Dylan coloca sua amada no colo, descendo junto ao corpo dela. — Acorda amor, acorda! — A lança some, fazendo o sangue banhar o galês, desespera mais. Ele luta para tapar o enorme buraco no peito dela. Sem sucesso.
Leona não têm mais vida.
Quando olha para o assassino de sua mulher. Vê aquele homem envelhecido de barba branca, com um olho lacrado por uma cicatriz horrenda. Ele não usa armadura. Suas roupas são leves e confortáveis. Todo corpo é robusto, e o semblante subjuga Dylan, e sua falecida amada.
— Odin...
Quando Dylan fala aquele nome à voz que há saído da boca não é sua. Uma energia negra sai do seu corpo, voraz banhando o ambiente como um lodo pegajoso e traiçoeiro. Um poder tão expressivo que faz o teto da sala desabar.
Os escombros caem por cima do corpo de Leona.
Não importa. Querer, paz. Amor. Nada mais importa.
— Quanto tempo... Fenrir... — Odin profere, percebendo a presença da criatura.
O cão Fenrir olha para o braço exposto da amazona, e a retira dos escombros, pondo-a num lugar escondido do salão.
— Por ter medo de mim, me pôs contra Tyr, meu mais amado amigo. — Fenrir caminha em direção ao deus, ficando próximo rosto a rosto. — Por ter medo desse homem, o ameaçou com sua própria mulher. O Quão asqueroso um deus como você pode ser?
Dylan tem olhos vermelhos, e se expõe como um cão que ladra. Seus caninos maiores que os de um humano.
Odin enfia a ponta de sua lança no chão, e desfere um soco no peito de Fenrir. O impacto sai como o barulho do trovão. O corpo dele para na parede oposta, a metros de distância. A criatura cospe sangue. Ainda olha o pai de todos, com autoridade.
— Vou te matar cão infeliz, como devia ter feito há muito tempo. — Odin levanta sua mão, e dela um dedo falta. Sem reclamações, aperta a outra contra o sangramento, até estancá-lo.
— Não se lembra do que as tecelãs escreveram no seu destino, pai de todos? Você morre, hoje. — Fenrir corre para atacá-lo.
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O Cão de Valhalla
FantasyA mando de Odin, as valquírias estão contra os homens. Os mortos-vivos. As guerras. Fome. Frio. Tais problemas são explicados pelos xamãs como o início do Ragnarok. Em meio as trevas de uma Alemanha destruída está Dylan. Um galês que desembarcou nas...