부적 | SOPE [CONCLUÍDA]

22 - Aquele cara do bar

— Porra, Yoongi! — Taehyung grita comigo — Vocês estão namorando?!

— Não, mas eu pretendo pedir... Tae, me escuta, eu/

— Você sabe o que ele fez comigo e mesmo assim vai continuar se envolvendo? — ele me olha magoado — Sério?

— Tae, eu gosto dele. Eu realmente gosto dele. E você nem deu uma chance pra tentarem conversar.

— Eu não quero conversar com ele, Yoongi — Taehyung fala sério — Nem com você.

— Como assim?

— Não quero mais contato com você, Yoongi.

— Mas, Tae, eu/

— E tenha certeza que o Jungkook também não vai mais.

— Ele não teve culpa...

— E a culpa é de quem? Minha, né? Que confiei nele e entrei naquele carro.

— Ninguém tem culpa aqui, Taehyung. Todo mundo sofreu com isso.

— Ah, nossa... Ele deve ter ficado muito abalado com tudo, deve ser horrível pra ele. Tipo, mesmo que ele consiga andar, não tenha ficado com nenhuma cicatriz no rosto ou na barriga, ele ficou mal. Imagina quantos médicos ele não teve que ir, quantas consultas ele não fez, o trauma que deve permanecer com ele até hoje, a dor e o arrependimento que ele deve sentir todo dia quando acorda e se dá conta da sua situação, todas as dificuldades que surgiram pra ele depois do acidente... O Hoseok deve estar mesmo mal.

— Taehyung, ele não bateu a porra do carro de propósito!

— Foda-se também! — ele se vira e empurra a cadeira de rodas para longe de mim — Não me procura mais.

— Tae, não faz isso! — tento correr atrás dele, mas não o alcanço — Taehyung, por favor! Taehyung!!

— Yoongi, calma — escuto distante a voz que sempre me acalma — Ei, acorda. Eu tô aqui — de repente, sinto os seus braços em volta de mim — Você tá bem? — ele pergunta com o rosto encaixado em meu pescoço.

Acordo em sua cama, de costas para ele, e suspiro ao perceber que estava dormindo. Ele passa a acariciar o meu cabelo com cuidado e beija meu ombro algumas vezes.

— Eu só tive um pesadelo.

— Com o Taehyung, não foi?

— Sim...

— Guinho, a gente vai mesmo conseguir ficar junto sem contar pra eles?

— Não podemos contar — digo triste — Não sei se eles vão levar isso numa boa.

— Tudo bem — ele fala mais baixo e começa a folgar o abraço.

— Ei — o seguro, me aninhando mais na conchinha — Fica aqui comigo mais um pouco.

Hoseok encaixa novamente o rosto na curva do meu pescoço, e por alguns minutos ficamos em silêncio, até eu perceber seu corpo tremer.

— Hobi? — sinto as lágrimas em meu ombro quando ele esconde o rosto — Ei, meu amor, não chora — me afasto para deitar de frente para ele — Não chora, por favor.

— Olha tudo isso, Yoongi — ele soluça enquanto fala — Olha a merda que eu fiz.

— Você não fez nada, Hobi, para com isso — passo os polegares em seu rosto, secando as lágrimas — Você não teve culpa, sabe disso.

— Eu só queria mudar aquele dia — ele me encara com os olhos tristes — É a única coisa que eu mudaria na minha vida.

— A gente não pode resolver isso, mas vamos dar um jeito no agora, ok?