Capítulo 12

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Levo certo tempo para esquecer a visita de Joalin, mas o ritmo no Breakfast Ahoy é puxado, e isso sempre ajuda.

Hoje, no entanto, tudo dá errado.

A manhã também inclui uma mulher que fica extremamente indignada porque não podemos deixar que seu cãozinho se sente à mesa com ela e um homem com duas crianças absurdamente malcriadas, que jogam embalagens de geleia e de açúcar em mim, e espremem tubos de mostarda e ketchup no porta-guardanapos. Enquanto estou andando para casa, confiro as mensagens no meu celular e encontro uma da minha mãe, que ainda parece irritada, me mandando limpar a casa: DEIXE TUDO PERFEITO, enfatiza ela. E depois: E SUMA, PORQUE O LUAN VAI LEVAR OS POSSÍVEIS FINANCIADORES DA CAMPANHA PARA LÁ.

Minha mãe nunca me pediu para sumir. Será que é porque perguntei sobre o Luan? Vou até a porta e vejo o aspirador de pó no mesmo lugar, ainda esparramado como um mendigo.

— Any! — grita Noah do outro lado da cerca. — Você está bem? Parece que o mar não está para peixe hoje.

— Não faça piadas de marinheiro, por favor. Pode apostar que já ouvi todas.

Ele se aproxima, sorrindo e balançando a cabeça. Hoje está usando uma camiseta branca que o faz parecer ainda mais bonito.

— Deve ter ouvido mesmo. É sério, você está bem? Parece... meio abatida e isso não é normal.

Explico sobre ter que limpar a casa e sumir.

— E — digo, enquanto o chuto — o aspirador de pó quebrou.

— Eu conserto. Vou pegar minhas ferramentas.

Ele sai correndo antes que eu possa dizer algo. Entro em casa, tiro a roupa de marinheira e visto um vestido azul levinho. Estou me servindo de limonada quando Noah bate à porta.

— Estou na cozinha!

Ele entra, carregando o aspirador de pó nos braços como a vítima de um acidente, a caixa de ferramentas pendurada no polegar.

— Que parte da sua casa não está limpa?

— Minha mãe é meio exigente.

Noah faz que sim com a cabeça, erguendo uma das sobrancelhas, mas não diz nada. Ele põe o aspirador de pó no chão, abre a caixa de ferramentas e inclina a cabeça para ela, procurando o utensílio certo, evidentemente. Observo os músculos nos seus braços e, de repente, sinto uma vontade enorme de passar a mão por eles. Aquilo me assusta. Em vez disso, jogo desinfetante na bancada e a ataco com uma toalha de papel. Fora daqui, mancha maldita!

Ele conserta o aspirador de pó em menos de cinco minutos. O culpado era, aparentemente, uma das abotoaduras do Luan. Tento não imaginar minha mãe arrancando-a num frenesi de desejo. Em seguida, Noah me ajuda a limpar novamente o andar de baixo, já imaculado.

— É difícil sentir que estamos progredindo quando já está tudo tão perfeito — diz ele, aspirando embaixo de uma poltrona enquanto ajusto as almofadas já alinhadas simetricamente. — Talvez a gente devesse trazer o Jaden e a Lili para cá, usar massinha e guache e fazer brownies para termos algo para limpar de verdade.

Quando acabamos, Noah pergunta:

— Você tem hora para voltar para casa?

— Onze horas — digo, confusa, já que ainda estamos no início da tarde.

— Pega uma jaqueta e seu biquíni, então.

— O que vamos fazer?

— Você tem que sumir, não tem? Vem se perder na multidão da minha casa. Depois a gente pensa em outra coisa.

Minha Vida Mora do Outro Lado  -  NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora