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Elas estavam mortas, seus rostos sobre a mesa e um grito de medo sobre o salão. Todas as meninas se levantaram, o pânico tomando conta. Rafaela, a menina ao seu lado, desmaia, ficando estatelada no chão e gerando mais pânico.

Mortas. Envenenadas.

Emma, uma menina que tinha passado a noite sem falar com alguém e...

Mia.

Verão olhou para os dois pratos, nunca tinha matado, mas sua facilidade para descobrir coisas sempre a ajudou em tudo. Bebiam do vinho, mas não podia ser isso, metade das escaladas fez o mesmo, olhou para as talheres, poderia ser elas, mas as duas não era garotas que pareciam ser ameaças para alguém, e não teriam como saber quem sentaria aonde, a menos que a ideia fosse ser aleatório.

O frango. As duas foram as únicas que tinham ele em seus pratos. Era isso, só podia ser.

— Calma! — Pediu o rei quando os guardas já tinham invadido o cômodo cercando todas e segurando as portas — Calma! Todas serão mandadas para seus quartos até segunda ordem. Não saiam.

Olhou para todos os lados. Marina olhava para o corpo da amiga esticado sobre a mesa, os cabelos castanhos perfeitamente lisos e a pele morena, a pulseira ainda ali, precipitando contra a pele macia.

Sentiu ânsia, sabia o que estava acontecendo, mesmo que fosse horrível. Olhou para todas, todas assustadas é uma em meio a tudo aquilo apenas olhando para o corpo, sem expressão. "Aurora" a menina que saiu chorando.

Tinham uma assassina entre elas e Aurora era a que estava do lado dos dois corpos quando caíram.

Foram levadas, como o rei disse, para os quartos, Sia e Sarah pareciam atônicas com a notícia.

Eram vinte, agora dezoito.

— Elas morreram — Disse Sarah que se sentou em sua cama e olha para o chão enquanto passava os dedos pelo cabelo pintado como se quisesse o arrancar — Eu preciso vomitar.

Então correu para o banheiro, seu vestido voando como fumaça branca as suas costas.

Olhou para o próprio vestido, ele era branco e de um tecido grosso, com detalhes em dourado na cintura e nos ombros com pedaços que caindo pelo corpo. Marina tinha gostado dele, dizia que combinada com seu rosto. Então o usou.

Então ouviu um soluço, Sia se espremia o mais distante que conseguia. E chorava. Merda, nunca foi boa para consolar, mas sempre odiou como chorar podia ser barulhento. Se aproximou, arrastando os pés para que ela ouvisse, viu que ela tentou se recompor, mas não conseguiu.

— Ei — Chamou a menina se repreendendo pela falta de tato — O rei vai arrumar isso, ele vai consertar tudo isso.

— Eu não pedi que falasse — Disse usando o que parecia a última força que a segurava de pé.

Vaca. Revirou os olhos, como ela podia ser tão idiota? Porra ela só queria ajudar. Se afastou, não queria sentir raiva agora, Mia tinha morrido, Verão que deveria estar chorando agora.

— Espera — Chamou Sia, ela aprecia engasgar, mas disse — Obrigada — E foi isso, não se virou, não olhou para a outra, apenas ficou ali encarando o nada.

Estava satisfeita com isso.

Sarah estava vomitando as tripas no banheiro enorme e estritamente branco que tinham ali. Estava acostumada com isso, seu irmão muitas vezes vomitava durante a semana, as vezes era a comida que tinha ingerido, as vezes só bile e algumas saia sangue. De qualquer jeito nela aprendeu que a presença sempre fez a diferença para ele se tranquilizar.

Eu serei a Rainha | ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora