Capitulo VI - O Acordo

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Londres, 27 de Outubro de 2010

O relógio de pendulo encostado a parede marcava duas horas da tarde. Eros acabara de acordar. Sua cabeça doía como se ela tivesse se chocado contra a parede centenas de vezes. Seu estomago estava um caos, sem contar na ânsia de vomito que ele sentia. Havia se esquecido o quanto era horrível acordar de ressaca há muitos anos. Eros forçava a memoria em busca de alguma lembrança que justificasse o porque dele estar em casa quando a ultima coisa que se lembrava eram as luzes, o som e a fumaça do Urbain Grandier. Flashes de memoria começavam a passar por sua mente. Ele podia ver Julian do outro lado do balcão do bar conversando com uma dançarina e quando ele levantou e saiu, Eros pediu ao barman uma dose de... "Absinto?" Perguntou para si mesmo como se não acreditasse no que sua mente lhe mostrava. "Não pode ser, eu não pedi nada." Eros lutava para tentar se lembrar de mais algum detalhe sobre o fim da noite no Urbain Grandier, mas não conseguia se lembrar mais de nada. Era como se tudo fosse um borrão. Azuis. A palavra cintilava em sua cabeça. "O que eram azuis, Eros? Vamos! Pense!". Sua cabeça começa a dor mais do que já doía. Pancadas. Pancadas como de um martelo contra um prego. "Não, isso não é na minha cabeça." concluiu e fugiu dos seus pensamentos, voltando sua atenção para a porta da casa. Havia alguém batendo na porta.

- Quem é você e o que quer? - disse Eros colocando a mão sobre os olhos para evitar a luz do sol que reluzia sobre o cabelo dourado da garota parada na porta. Sua cabeça parecia querer explodir. Ele não queria ver ninguém. Só queria poder ficar trancafiado em seu quarto até aquela maldita ressaca passar.

- É.. Oi. - estendeu a mão para Eros que não retribuiu o gesto. - Marie. Quero dizer, meu nome é Marie. Sou sua vizinha. Moro do outro lado da rua, sabe? Atravessando, do lado da casa dos Albretchs. - ela falava tão rápido que Eros nem prestou atenção no que ela havia dito. Ela morava do lado da casa da Madame Albretchs. A cigana charlatã que ele conhecera no dia em que se mudara para aquela casa. - Uau, você é realmente lindo de perto, mas parece péssimo. - Marie enfim parou para respirar. - Oh, desculpe.

-Tudo bem. - Eros sorriu discretamente. - O que você quis dizer com "de perto"? Aonde você me viu? - "Que pergunta mais idiota que eu estou fazendo" pensou Eros.

- No dia em que você se mudou e ont... - Ontem. A palavra ficou presa em sua garganta. A garota de cabelos dourados pensava no que diria a seguir. Ele não podia saber onde ela tinha o visto no dia anterior. E antes que ele perguntasse "Onde", ela respondeu. - De manhã. É.. isso. Ontem de manhã. Vi você e o Fynne pintando a casa. - Sorriu aliviada por não ter contado onde ela realmente o havia visto, no Urbain Grandier.

- Você conhece o Julian? - perguntou Eros. "Outra pergunta idiota. Se ela sabe o sobrenome dele, é obvio que ela o conhece." O que estava acontecendo com Eros? Ele não queria conversar com ninguém. Mas algo naquela garota de cabelos dourados prendia sua atenção. Seria os lábios levemente rosados? Ou seria aqueles olhos castanhos? Talvez não fosse nada físico. Ela parecia ser tão espontânea. Tão simpática e Eros a enchia de perguntas idiotas. - Me desculpe, é que eu não estou me sentindo muito bem. - disse fechando os olhos, puxando o máximo de ar que conseguia.

- Oh, eu sinto muito. Essa casa parece atrair coisas ruins. - disse Marie passando os olhos pelo interior da casa, sem conseguir ver muita coisa, uma vez que Eros era grande o suficiente para barrar mais da metade da sua visão. - Não estou dizendo que você é uma dessas coisas ruins como um serial killer ou algo do tipo, mas nunca se sabe, as aparências enganam. - Sorriu gentilmente e foi ai que Eros percebeu o que chamava sua atenção nela. O sorriso. Seus dentes pequenos como o de uma criança, branquíssimos. Em contraste com a luz do sol, ele podia jurar que ela era um anjo. - É... Eu estou atrapalhando você descansar, não é? Se eu estiver, posso voltar outra hora, se você quiser.

Post Mortem Vol. 1 - O Livro dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora