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Londres, 30 de Outubro de 2010.
Paul levantou-se da cadeira, recolheu os pratos da mesa e caminhou rumo a pia. Abriu a torneira. Por alguns segundos, sentiu uma leve tontura. Nada que fosse perceptível a Eros ou Marie, que ainda estavam sentados a mesa. Havia passado. O garoto de cabelos cacheados continuou a lavar a louça. Fechou a torneira e virou-se para a mesa. Ouviu um som tinir seus ouvidos. Outro. Mais outro. Olhou para a pia em busca da origem daquele som. Plic. Plic. Era o som da água pingando na torneira. Um simples barulho, parecia um estrondo para ele.
- Paul? - disse uma voz parecendo distante, mas que tirou o garoto de seu foco na pia. - Ei, Paul? Está tudo bem? - Era a voz de Marie.
- É que... É... Nada. - Ele parecia nervoso. Não conseguia disfarçar. Sempre que ficava nervoso, ele começava a gaguejar. Por mais acolhedores que Eros e Marie parecessem, ele não sentia-se a vontade de dizer tudo o que se passava em sua mente. Ele queria que alguém o ajudasse a entender o que acontecera na noite passada, como o por quê dele acordar no meio da reserva, totalmente sem roupa, sujo de sangue e com um corte na mão - que foi curado com o sangue de Emily, algo que ele também não entendia. - É que está muito quente aqui dentro. - disse Paul enxugando o suor em sua testa com o pano de prato.
- Quente? - disse Marie enquanto analisava as pontas de seu cabelo dourado. - Eu seria capaz até de dizer que está começando a esfriar um pouco. - relaxou, escorregando seu corpo sobre a cadeira.
- Desculpem, mas pra mim está muito quente aqui dentro. Muito mesmo. - Paul enxugou o último prato e saiu para os fundos da casa. Seu corpo transpirava cada vez mais, encharcando a roupa de suor.
Era uma noite com poucas nuvens no céu. A lua crescente apontava no alto. Paul sentia cada vez mais calor. Era como se seu corpo queimasse de dentro para fora. Tirou a camiseta preta que Eros lhe emprestara acreditando que a cor estaria aumentando o calor. Caminhou pela grama próxima ao celeiro. Havia um balde d'água ao lado do porta. Paul viu seu reflexo na água e pulou para trás ao ver que a pupila do seu olho estava dilatada e rodeada por um fino anel dourado. Sentiu algo em sua boca e ao passar a língua sobre os dentes, percebeu que suas presas cresceram consideravelmente. Seu corpo transpirava sem parar. Olhou para a porta dos fundos da casa e viu Marie caminhando em sua direção. Paul correu para dentro do celeiro e tentou fechar o porta, mas lembrou que este fora arrombado e que não fecharia.
- Ei, Paul. Está tudo bem? - perguntou Marie.
- Volte para a casa! - gritou Paul depois de alguns segundos em silencio. - Ago-gora! - ordenou com a voz tremula.
- Eu vou chamar o Eros, ok?
- Não que-quero que chame ni-nin-guém. - ele temia que algo ruim fosse acontecer. Talvez, ele realmente fosse um monstro como pensava. Talvez ele fosse o animal que Emily dissera ter atacado um homem dentro do celeiro. - Quero a-apenas que... AAAAAH. - gritou ele. - CORRAAA! - rugiu como uma fera, fazendo todo o corpo de Marie estremecer. A porta do celeiro se abriu. Paul caiu de quatro no chão. Os dentes saltavam para fora da boca do rapaz. Suas unhas tornaram-se garras afiadas. A garota de cabelos dourados ouviu o som da coluna de Paul estalar como um monte de ossos se quebrando. A pele do rapaz ganhara tons pálidos, em seguida cresciam pelos que ganhavam tons de cinza gradualmente. Marie fechou os olhos para não ver, mas ela conseguiu ouvir o som da pele de Paul rasgar como um pedaço de tecido podre acompanhado de um grito agonizante de dor.
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Post Mortem Vol. 1 - O Livro dos Mortos
FantasyHISTÓRIA VENCEDORA DO THE WATTYS (2016) NA CATEGORIA "VOTO POPULAR". Eros Gauthier muda-se para a antiga casa de Samantha Smith, uma garota morta há mais de um século, com quem mantém uma misteriosa ligação, após o convite de Julian Fynne, seu melho...