Capitulo XXI - Efeitos Colaterais

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 - Eu sabia que te encontraria aqui. - disse uma voz feminina atrás de Julian. Ele sentia que se virasse para trás, veria o ultimo rosto que ele gostaria de ver naquele dia, levando em consideração que o dia ainda estava começando. O relógio na parede, entre as prateleiras de bebidas, marcava quase dez horas da manhã. - Não acha que é muito cedo para beber? - Julian ainda de cabeça baixa, desviou os olhos para o lado, uma mão com unhas pintadas de vermelho-sangue puxou a banqueta para trás. Era Emily. Ela sentou e tomou o copo de whiskey da mão de Julian.

- Como me encontrou aqui? - Perguntou Julian com o olhar fixo nas prateleiras do bar do Urbain Grandier. Seus olhos estavam levemente avermelhados e com olheiras. Provavelmente passara a noite em claro.

- Sinceramente. - tomou o que sobrara da bebida no copo num único gole. - Não sei. - Julian parecia uma rocha impenetrável. Sua expressão permanecia séria e inflexível. - Talvez, seja porque você bebeu muito sangue meu.

- Você fala como se eu tivesse outra escolha. - rebateu Julian. - Se você não me obrigasse a beber o seu "maldito sangue sujo", eu estaria morto. - As palavras de Julian soavam ásperas e frias.

- Sabe... - Emily abaixou a cabeça. - Sei que nada disso importa pra você, mas... - Levantou o olhar para Julian. - Além de saber aonde você está, eu... - A garota encontrava dificuldade em falar. Tinha medo de se expressar de forma errada e acabar afastando Julian cada vez mais. - Eu posso sentir o que você sente.

- Você não sabe o que eu sinto! - exclamou Julian antes de levantar-se da banqueta. - Você não sabe como eu me sinto!

- Julian, eu te perdoo. - disse Emily em voz baixa. Ela precisava da ajuda dele. Tanto ela quanto Marie e as outras criaturas sobrenaturais de Londres, estavam correndo perigo com a ameaça da chegada dos caçadores a cidade. Julian era o único que poderia impedir que uma guerra se iniciasse. - Eu te perdoo por ter me matado. - dessa vez ela falou mais alto, fazendo Julian virar-se para ela.

- Eu não quero o seu perdão. - Julian disse pausadamente, cada palavra, enquanto aproximava-se de Emily. - Se você estivesse morta, você ainda me perdoaria?

- Julian, nossas famílias são rivais por séculos por causa de pensamentos como esse. - Emily levantou-se da banqueta, parando diante de Julian. - Nós podemos mudar isso.

- Nossas famílias estão amaldiçoadas. - disse Julian próximo ao rosto de Emily. - Os Fynne e os Waterhouse estão condenados a se apaixonarem uns pelos outros. - O caçador aproximou-se do ouvido da garota e disse em voz baixa. - Aceitar o seu perdão é o primeiro passo para nossa própria destruição.

- Você se apaixonar por mim significa nossa própria destruição? - Emily repetiu as palavras de Julian com desdém. - Não existe maldição, Julian. - A garota colocou uma das mãos no rosto do caçador. - É tudo o que nos ensinaram desde criança. Fomos ensinados a odiar uns aos outros. - Julian afastou a mão de Emily. - Nós podemos mudar isso.

- Nós poderíamos mudar. - começou Julian com uma voz fria que fez o corpo de Emily paralisar. - Se você não tivesse pulado na frente da D'Barthe naquela noite. - Julian deu um passo para trás. - Mas você pulou e morreu. - O caçador respirou fundo antes de dizer as seguintes palavras. - Morreu pra mim. - Emily sentiu como se uma das flechas de Julian estivesse atravessando seu coração mais uma vez. - Essa pessoa que você se tornou não é a mesma Emily que gritava comigo quando eu a chamava de Mulher dos Gatos ou que mesmo sem me conhecer direito, transou comigo em cima de uma moto só para satisfazer um dos meus fetiches. - Julian virou as costas para a garota. - Essa nunca será aquela Emily. Nunca será a minha Emily. - O caçador caminhou em direção a saída do bar do Urbain Grandier sem olhar para trás. Emily, ainda paralisada, sentiu a lagrima quente e salgada escorrer pelo seu rosto.


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