(30)"Seguindo o misterioso Dono"

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Meu coração acelera quando vejo meu garotinho, meu pequeno garotinho.

— Tiaaa! — O pequeno veio até mim correndo com um sorriso alegremente.

— Oie meu amor! — Ele pula em mim,  já estava aguardando por isso, então seguro abraçando meu garotinho. — Nossa como você cresceu! Tá até mais pesado. — Solto mas ainda continuo abraçando.

— Tia eu tô muito cansado, fiquei muito tempo naquele avião e não pude falar com ninguém, eu não entendo nada que esse povo fala! — Reclama manhoso fazendo bico.

Meu garotinho, João Pedro. Foi uma criança que eu e minha mãe cuidamos muito antes do meu pai voltar para nossas vidas, precisávamos de dinheiro naquele tempo, e babá foi uma das coisas que minha mãe foi para ganhar dinheiro. Eu tinha por volta de onze anos quando cuidamos dele, o tempo passou, ficamos bem de vida mas mesmo assim, ele sempre vinha nos visitar, criamos um laço de amor com ele, e ele conosco. Quando ele era mais novo, me tirava do sério, nunca fui muito boa com crianças, mas com o tempo ele foi crescendo, e fui me apaixonando por ele. Hoje ele tem nove anos, e nunca deixou de ser meu xodó.

— Oh meu Deus tadinho de você, vou lhe ensinar mais palavras. — Digo o levando para a cozinha, já sei que ele vai querer comer.

— Vou cobrar viu, da última vez você me ensinou poucas palavras, por isso fiquei perdido na viagem.

— Tá bom, tá bom. Vamos comer agora? — Pergunto e os seus olhinhos brilham novamente de alegria.

— E você acha que não? Vamos! — Saímos em disparada pra cozinha.

— Não quero comida daqui, me dá enjoou, quero bolo! — Fala autoritário.

— Okay. O que acha de fazermos um bolo então?

— Vamos! — Fala, levantando os bracinhos cheio de empolgação.

Colocamos aventais e ordenei que nenhuma das empregadas ficassem na cozinha, quero essa cozinha só pra nós. Botamos a mão na massa, fizemos o bolo nos e divertimos muito, sujamos bastante, mas no final, acho que ficou bom, dou um pedaço a ele, ele saborea calmamente.

— Iae? Como tá? — Me abaixo mais pra ficar perto dele, pois a estatura dele chega até a altura dos meus seios.

— Tá muito bom! — Fala ainda de boca cheia.

— Vamos acabar de comer então.

Me sinto em casa com ele perto de mim, falando minha língua natal e me divertindo, me lembro dos velhos tempos. Ele tem uma pele branquinha, cabelos pretos lisinhos em um corte parecido com os dos asiáticos, seus olhinhos pretos apertados e seu sorriso que me encantam. Como mais um pouco com ele até que sinto a presença de alguém.

— Oi, nossa! O que aconteceu nessa cozinha?
— Tae entra e fica surpreso pela bagunça e uma criança presente.

— Quem é esse cara? — João pergunta.

— O que você acha dele?

— Ele é seu namorado?

Ah? Não esperava por essa resposta, fico sem jeito mas me lembro que estamos falando português e Tae não faz idéia do que estamos falando.

— Ele é um amigo, mas também meu segurança.

— Ah entendi. — Leva mais um pedaço à sua boca.

— Esse é o meu...garotinho, um bom, longa história mas é um amiguinho de infância que veio passar uns dias aqui.

— Entendo. O que vocês fizeram então? — Ele começa a olhar o bolo. — Hmm bolo.

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