(45) - Julgamentos

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A angústia da última hora se fez presente, a dor em meu corpo também, mas o mais está pesando, e o fato do Tae ter descoberto tudo da pior maneira. Ele me observa seriamente com suas orbes escuras, não com raiva ou ódio, ele tá confuso. Não quero nem imaginar como tá sua cabeça agora. Nunca desejei que acontecesse isso e tá doendo em minha alma, preciso por tudo pra fora.

— A Shelley.... era você? — Questionou em uma reação que não consigo determinar, minha cabeça comecou a doer, simplesmente tudo resolve doer dentro de mim.

— Sim! — Afirmei com voz alta, voltando a chorar. — Eu era a Shelley esse tempo todo! Sempre soube que fazer isso seria errado, e incluindo mentir pra você, que sempre foi sincero comigo e um namorado maravilhoso e ainda depois disso continuei com essa mentira! — Respirei, buscando o ar pois cada palavra tá sendo difícil de ser dita. — Mas quando eu descobri que tinha pessoas querendo fazer mal a mim e a minha família, me desesperei! Queriam que eu ficasse sem fazer nada! Não conseguia ficar parada enquanto esse povo armava a próxima armadilha pra pegar a mim ou meus pais! — Gritei e ele permaneceu atento. — Enfim, iniciei uma investigação, com o objetivo de descobrir quem era a pessoa e motivo que a fazia agir assim. E descobri tudo! Até mesmo o que eu nunca imaginei. Minhas amigas me ajudaram, criei outra identidade e estou aqui.

Olhei pra baixo, pois a vergonha que sinto dele é imensa.

— Primeiro de tudo, sua boca está sangrando e você não tá bem. Precisa ir ao hospital. — Falou seriamente e só agora sinto o sangue em minha língua,

Está difícil de manter meu corpo firme ao chão, minha cabeça tá latejando e ao tentar andar, uma tontura chega e só assim, posso sentir os braços grandes e fortes dele me segurando, e depois minha cabeça sente seu peito. O abraço dele é a melhor coisa e o que eu mais precisava agora.

— Não entendi o que houve com aquele homem, mas você me salvou. — Sussurrou e sua voz saiu voz embargada. — Obrigado.

Isso me conforta de alguma forma? Um pouco, pois sinto que ele está diferente, e com razão, tô com medo do que possa vir.

— Olha me desculpe atrapalhar, mas a gente precisa cuidar desse problema e ela faz parte disso. — Disse Hwasa. — Você vem?

— Sei que preciso prestar depoimento, mas não agora, as coisas estão difíceis. Só garanta que ela vai ficar bem.

— Claro. — Respondeu ela, seguimos até o carro da polícia, andando com o auxílio dela.


TAEHYUNG


As coisas se passaram rapidamente diante dos meus olhos, caí em um sono completamente do nada e acordei no galpão com aquele homem. Certeza colocaram sonífero no meu lanche, pois estou ainda lento.

A Sn e a Shelley são a mesma pessoa. Repiti essa afirmação em minha mente até me convencer que não foi um sonho. Mas é real, por que ela não me contou isso? É tão frustrante saber que ela não foi sincera, segredos acabam comigo, principalmente em um relacionamento. Não esperava isso dela, me apaixonei pela sua forma de ser e achei que isso nunca ia acontecer. De uma coisa é certa, ela enfrentou aqueles homens, apesar de eu não ter entendido nada da sua conversa com o criminoso, ela fez aquilo por mim, sinto isso.

Ela esteve focada em seu plano desde o início, queria provar a sua força e provou. O homem vai pra cadeia e sua missão foi concluída.

O carro da polícia saí, observo o lugar, me recordo de eu e a Shelley lutando aqui, ou naquele baile, ou naquele bar...

Bar? As lembranças retornam agora e ela me fez muitas perguntas, a forma de como ela se aproximou de mim... só que ela também me questionou quando estava com sua identidade real. Não é possível! Não pode ser, será que me enganei todo esse tempo? A ficha caiu.

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