Escama de cascavel, pelo de rato
— Mãe, eu...
Pandora não conseguiu terminar a minha frase, pois Nicole desceu as escadas e as encontrou ali. Mas o que Pandora queria dizer que ainda não havia sido levado em consideração?
Tudo.
— Ah, oi, desculpa é... — ela olhou o braço da amiga — você se machucou aonde? Isso tem cara de queimadura, aonde Daniel a levou?
Pandora, internamente, suspirou aliviada ao perceber que mesmo tudo estando eletricamente carregado com os acontecimentos da noite, Nicole não se deixava abalar, ela apenas continuava a seguir o seu rumo, pois de estranho já bastava a família Duncan.
Ah, e ela teria que conversar com a amiga sobre Daniel. Com certa urgência.
— É — a garota respondeu dando de ombros — mamãe não gostou muito disso.
— Inaceitável — Luna disse ainda pálida demais para tentar entrar na encenação que sua filha havia tentado criar.
Silêncio.
— Eu vou embora tia Luna — Nicole deu um abraço nas duas Duncan e saiu pela porta, pelo jeito o clima estava mesmo tenso para Nicole ter sentido a densidade da situação mesmo com uma distância razoavelmente grande.
— O que está acontecendo aí? — Aponi apareceu de pijama com seu cabelo emaranhado e uma expressão sonolenta invejável a qualquer uma das duas que restaram na sala.
— Nada — elas responderam ao mesmo tempo em comum acordo. Não era hora para contar a Aponi o que estava acontecendo. Já havia sido uma noite muito longa.
— Vamos, está na hora de dormir — Luna colocou uma mão sobre as costas de sua filha, entregando-lhe o casaco com um esboço de um sorriso — amanhã devolva a Frederico, por favor.
— Tudo bem — ela assentiu com sua cabeça, tomando o casaco em seus braços e se dirigindo à escada.
Aconteceu muito rápido.
Todos os despertadores começaram a tocar ao mesmo tempo.
— Já está na hora? — Pandora indagou frustrada, não estava perto de seu ânimo próprio para ir a aula.
— Fique em casa hoje — sua mãe a permitiu.
— E eu? — Aponi testou sua sorte.
— Vá se vestir — Luna respondeu com um sorriso aliviado.
— Mas... — a filha descabelada parou de falar e olhou para o relógio que estava pendurado no topo da escada, logo ao seu lado — mãe, ainda são seis da manhã.
Seis da manhã?
As três se olharam em suspeita. O que estava acontecendo?
Luna foi até a cozinha e percebeu que eu micro-ondas estava apitando também, mas não havia despertador no micro-ondas, ou havia?
Ela o retirou da tomada e ele não parou. Ele ainda funcionava.
— Pandora, venha comigo — sua mãe a segurou com força pelo braço, puxando sua filha até a área de serviço ao ouvir uma Aponi reclamando dos segredos das bruxas.
Elas andaram mais um pouco até a porta dos fundos, porém não saíram da casa, na verdade entraram na despensa de comida e se trancaram lá por curtos segundos.
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Pseudomágica
FantasyPandora Duncan, a tentação encarnada, é uma bruxa em treinamento que não sabe fazer uma bruxaria. Frederico Bertolini, notório por sua má fama com as mulheres, descobriu que não viveria para completar vinte anos. O que os dois têm em comum? Uma tard...