XXVIII. Vienna

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Charlotte marcou a página do livro que lia para não se perder, estava confortavelmente bem sentada na cama enquanto Henry se encontrava no banheiro. A chuva caía forte do lado de fora e os pingos batiam no vidro da janela como se fossem pedras. Todos já haviam se preparado para dormir, o tempo os puxou para suas camas e colchonetes tiveram que ser encontrados às pressas para os hóspedes a mais. 

- Ela deveria ter pegado o helicóptero e voltado pra casa. - Piper resmungou, batendo em seu travesseiro para afofa-lo.

Vovó Mabel requisitou o quarto no andar de baixo e expulsou quem estava lá, e como ninguém queria arrumar confusão às duas da madrugada, resolveram se dividir e deixar para reclamar depois. A Manchester foi então dormir com eles e Henry fez questão de ficar com o colchonete ao lado da cama para que ela dormisse com Charlotte.

- Você sabe que ela morre de medo de morrer no meio da chuva. Tem alguma coisa a ver com inchar ou perder a maquiagem, nunca entendi direito. - disse, guardando o livro embaixo do travesseiro e vendo Henry sair do banheiro. - Ela tem essa ideia maluca de que vai morrer dormindo, por isso se arruma toda noite porque a roupa com que morremos é a que vamos vestir por toda a eternidade.

Henry parou no meio do quarto, a olhando assustado e depois encarando a própria roupa.

- Você não ia ser convidado para as festas da elite fantasma. - Piper opinou, deitando de lado e já fechando os olhos. 

- Eu sou um artista, é claro que ia estar na elite. - disse, fingindo indignação enquanto se preparava para dormir.

- Claro, claro. Não confie na super modelo/atriz em ascensão.

- Vai dormir super modelo. - Charlotte deu um tapa na testa dela, Piper lhe mandou língua e virou para o outro lado a dando as costas.

- Boa madrugada. 

Henry desejou ao beijá-la suavemente antes de apagar a luz. Charlotte logo também dormiu, o clima estava agradável, as cobertas quentinhas e o som da chuva era um ótimo calmante. Porém, acordou assustada quando sentiu algo bater forte em suas costelas, olhou ao redor do quarto e percebeu que ainda estava escuro, as cortinas estavam fechadas, mas nenhuma claridade as atravessava. Percebeu que fora empurrada para a beirada da cama, Piper se encontrava esparramada sobre o colchão, ocupando um espaço que não era dela.

Bufou impaciente, tinha esquecido o quanto sua amiga era espaçosa e ao vê-la dormindo com a boca aberta, soube que estava em seu sono mais profundo. Olhou para baixo, Henry dormia tranquilamente, o que a fez sair da cama e descer para o chão. Cutucou o ombro do Hart levemente, ele não esboçou nenhuma reação, o cutucou de novo e de novo até que Henry abriu os olhos.

- Ainda tá de madrugada, Char. - informou o óbvio com uma voz arrastada.

- Afasta um pouco. - pediu em um sussurro, vendo ele se mover sem opinar. - Bom saber que você não faz questionamentos quando é acordado.

- Não espere que eu ajude você a assaltar um banco. - afirmou em um resmungo, deitando de lado e passando o braço pela cintura dela.

- Nan, roubar banco é tão ultrapassado, tenho outros planos em mente. - escondeu o rosto na curva de seu pescoço, se aconchegando ainda mais.

- Sorte sua que gosto de você.

Ela riu baixinho e fechou os olhos quando sentiu os lábios dele na lateral de sua testa, afirmou sincera:

- Também te gosto, Henry.

◇ ◇ ◇ ◇ ◇

Jasper pulava animado no banco do carona, ele repassava tudo o que iria dizer para as crianças do trabalho de Henry. Era Dia da profissão e o Hart havia chamado o amigo, esse era um sonho antigo do Dunlop e ele ficou feliz em poder ajudar a realizar.

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