Uma curva no destino (FINALIZADA)

Capítulo 5 - Reencontro

Depois daquela troca de olhares em 2018, mais precisamente em dezembro, Anahí e Tom jamais voltaram a se encontrar novamente. Eles seguiram suas vidas, quase já não lembravam mais da imagem um do outro. A turnê dela havia acabado há aproximadamente um ano, Tom seguia com as gravações de "Lucifer" e apesar de tudo, ainda tinham no fundo de suas mentes a sensação do dia em que se viram pela primeira e única vez.

            Já era dezembro de 2019 quando certa manhã, ao tomar sol no jardim de sua casa no México com Manu, uma ligação interrompeu o momento de descontração de Anahí com o filho, mas nem de longe trazia más notícias:

- Guillermo, por Deus, nem a Ariana Grande lança um álbum por mês. Tenho quase 40 anos, não tenho mais PI-QUE!

- Na verdade, você tem sim, Any, não consegue parar quieta!

- Que tal? Eu estou quieta agora, por exemplo, sabe...

- Não se preocupe, não tem nada a ver com cantar. Quer dizer, tem, mas digamos que tem mais a ver com atuar e cantar ao mesmo tempo.

- ATUAR???

- Se animou, é? E olha, não é nada pequeno não, não é local, não tem a ver com a Televisa. É algo bem maior.

- Guillermo, você vai me matar! Diz logo, pelo amor de Deus!

- Netflix. Participação especial em uma série da plataforma.

- AAAAAH! – Os gritos de Anahí quase estouraram o tímpano de Guillermo que afastou o telefone para preservar a própria audição. Manu, agarrado na mão da mãe, já reclamava do susto e exigia saber o que se passava. – Você está falando sério? Eu, na Netflix? Por quê? Digo, eu estou fora do mercado há muito tempo, por mais que o álbum esteja indo bem, sei lá... Já existem tantas cantoras bem melhores que eu atualmente, atuando, cantando... Eu não posso acreditar!

- Anahí, eu recebi a ligação ontem. Um dos produtores ligaram. O papel existia, mas eles precisavam de uma cantora latina e sua volta causou um alvoroço total por todas as partes. Eles estão interessados em você.

- É uma série mexicana?

- E aí vem o melhor: série americana, mundialmente famosa e com uma base de fãs tão devotada quanto a sua. Talvez um pouco menos. Tem os RBDmaníacos e eles são implacáveis, então não sei... 

- Fala logo o nome da série, que droga!

- Calma, Any! Você vai participar de um episódio meio musical de Lucifer. Você conhece essa série, não é?

            Anahí só não derrubou o celular porque rompantes de Mia Colucci só vão bem quando televisionados, o que não ocorria ali. Ainda assim, sua expressão corroborava o tamanho de sua surpresa. Ora, não se tratava apenas da importância daquele trabalho, mas de com quem ela atuaria. Era a série do Tom Ellis! Por que diabos ela estava tão interessada nele após vê-lo, apenas na CCXP, ela não sabia. Mas que finalmente se aproximar dele era um grande impacto, bem, isso era.

- Any? Você não vai falar nada?

- Guillermo... Eu estou chocada. Você tem certeza que é Lucifer?

- Enfim, a surdez... Claro que tenho, oras! Ligaram para mim.

- Eu aceito.

- Eu estava preparado para argumentar, você vem com um "vou pensar" para tudo, sempre... Que evolução, parabéns!

- É sério. Você sabe, bem... Você sabe com quem eu vou contracenar? Assim, além dos figurantes. Digo, é com o elenco regular, ou não? Só quero me inteirar, sabe... – Anahí pigarreava. Nervosa, deveras nervosa.