- Deus do céu, aparentemente todo mundo tem um rabo preso com esse tal Castel! – Exclamou Anahí, com pouquíssima delicadeza, ao entrar no escritório. – Onde está o meu filho, Velasco?
- Você usou um pretexto?
- Como eu saberia sobre esse rapaz, Velasco? Mas eu só vou conseguir conversar depois de ver o meu filho. Onde está o Manu?
- Na sala de brinquedos.
Anahí saiu da sala impaciente; quase esbarrou em Tom à sua frente. Este, inclusive, acompanhado de Velasco, seguiu-a até o outro cômodo, ao lado do escritório. Manu brincava sozinho com uma bola e um urso de pelúcia gigantes se comparado com o seu tamanho.
- Não acredito que você tem coragem de largar o meu filho sozinho aqui. – Enfureceu-se Anahí assim que tomou o filho nos braços. – Você não pode deixar uma criança sozinha assim.
- Foram só alguns minutos, ok? A empregada que está cuidando dele só deve ter ido à cozinha, nada mais. A Camila é quem cuidava dele, mas ela desapareceu há dois dias.
- Camila não aparece aqui há dois dias. – Anahí fez questão de repetir o que Velasco dissera, direcionando-se, em inglês, para Tom. Ele apenas estreitou os olhos e assentiu. – Tom, fique com o Manu um instante, por favor?
Assim que deixou Manu sob os cuidados de Tom, Anahí acompanhou Velasco de volta ao escritório. Ela não pôde deixar de observar como o anfitrião comportava-se de forma nervosa, esfregando as mãos e estalando os dedos constantemente.
- Vamos, Anahí, fale: de onde você conhece o Castel?
- De lugar nenhum. Eu não posso conhecer alguém que desapareceu anos antes de eu descobrir a existência dele.
- Então você não faz ideia de quem ele seja? – Velasco empalideceu de repente; sua pele brilhou debaixo de um suor frio.
- Na verdade, eu tenho uma ideia sim, mas só posso falar quando você me explicar porque confiou em colocar a Camila na minha cola até que ela retirasse o meu filho de mim.
- Eu não podia deixar que você estragasse tudo o que construí com seus excessos. Você tão bem sabe que errou ao contar tudo para o Alfonso que quem está aqui com você é o outro, não ele. Já pensou se ele faz uma denúncia?
- O Alfonso não, mas sua nova parceira de crime, a Camila, tem me chantageado para expor todas as suas sujeiras publicamente.
- Ela não faria isso. Provou-me mais de uma vez sua lealdade. Se você achou que com uma mera acusação eu ficaria do seu lado, achou errado.
- Você é burro, Velasco! Não sei como chegou tão longe! – Gesticulando de forma explosiva, Anahí proferia as palavras de maneira tempestuosa. – Sabe quando eu conheci a Camila? Quando realizei a inseminação do Manu. Ela era enfermeira da clínica e substituiu a sua coleta pela de um desconhecido. Ela me ajudou a não ter um filho seu, Velasco. Você não é o pai do Manu e tudo graças à Camila.
- Da onde você tirou isso? Não faz o menor sentido!
- Faça um teste de DNA, então. Mas esconda dela se pretende trazê-la de volta para essa casa. Ela quer destruir você. Deve estar muito empenhada nesses últimos dois dias em fazê-lo.
- E por que ela faria algo assim?
- Não sei os motivos mais profundos, mas se você fosse minimamente cauteloso, pesquisaria e descobriria que ela já foi filiada ao MORENA¹, além de já ter tido um caso com seu ex-assessor, o Sergio Madero. Ah, e não é tudo. O tão popular Castel é irmão dela e desapareceu há anos. Nem ela sabe sobre ele. Eu não sei porque diabos o nome dele causa tanto incômodo, mas isso talvez tenha a ver com a determinação dela em destruir você. Eu contratei um detetive, Velasco. Se você quiser investigar, fique à vontade. Não estou blefando.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma curva no destino (FINALIZADA)
FanficCoincidências não existem. Elas são os desígnios do destino sendo cumpridos. O inexorável destino cujo caminho pode ser reto, mas como em toda estrada, as possibilidades de atalho se apresentam. São as curvas que quase sempre se manifestam como esco...