Uma curva no destino (FINALIZADA)

Capítulo 24 - Desapareceu

- Pangastrite enantematosa leve. Que nome complicado! Significa o quê? – Alfonso perguntou enquanto pendurava as chaves do carro ao lado da porta de casa.

- Que não é grave. – Replicou Diana, seca.

- Mas nesses últimos dias, você tem se sentido melhor?

- Comendo como um passarinho, sim. Você pode pedir o divórcio sem peso na consciência agora.

- Diana, não é meu intuito iniciar esta conversa nesses moldes.

- Curioso. Você quer ditar regras de como devemos falar, mas não tem moral nenhuma para isso. Claramente esqueceu da minha participação no La Carmencita ao levar sua amante para passar a semana lá.

- Como? – Aturdido, Alfonso não pôde elaborar melhor pergunta.

- Entrei em contato com os funcionários e fornecedores. Fechado para dedetização durante uma semana inteira?

- Isso não significa nada.

- Você é um mentiroso desgraçado! Conheço todo mundo naquelas redondezas, Alfonso! Você sequer pensou nisso ao levá-la para lá! Eu só não sei quem é, mas que sua amante existe, ah, ela existe sim!

- Eu não queria que você passasse por isso, Diana, eu juro! Respeito muito você, respeito nossa história...

- Não parece. Você sequer consegue parar de mentir.

- Eu não quero que você se sinta pior, por isso!

- Pior? – Riu, zombando. – Eu ainda amo você e sei que está todo derretido por outra; vejo em seus olhos. Nada me fará pior. E você não precisa dizer com todas as letras. Acreditei para prolongar nossos anos juntos, mas no fundo, eu sempre soube quem era a Anahí para você. Deve estar orgulhoso, não? Arrancou-a do Tom Ellis.

- Diana, eu...

- Não quero suas desculpas e explicações. Não se preocupe porque não vou atrás dela e nem farei escândalos. Você sabe que não ajo assim. Eu só quero que você vá embora desta casa ainda hoje. Você tem que ir para Los Angeles hoje, não? Então vá. Resolveremos na justiça todo o resto.

- Eu só peço que leve em consideração a relação que tenho com nossos filhos.

- Não tenho nenhuma objeção quanto a isso. Ainda assim, trataremos tudo na justiça, pacificamente. Mas saia daqui ainda hoje. Faça sua viagem e quando voltar, resolveremos da forma mais prática possível. Não consigo mais olhar para você.

Incapaz de argumentar, Alfonso retirou-se para o quarto. Separou algumas mudas de roupas em uma bolsa de viagem e foi até os filhos, abraçando-os por alguns minutos enquanto a babá afastava-se para conversar com Diana. O ex-casal sequer olhou-se novamente. Alfonso deixou seu lar para trás com algumas lágrimas pesarosas sob os olhos.

A nova vida precisava valer à pena.

~x~x~x~

- Adorei as novas lentes de contato, Camila. – Comentou Anahí, provando um pouco da sobremesa que acabara de preparar.

- Você não imagina o quão confuso o Manu fica ao olhar para mim.

- Eu imagino sim. Fico do mesmo jeito. Aliás, qual a cor dos seus olhos verdadeiros que até já esqueci?

- Castanho escuro. Tão escuro que são quase pretos. – A babá sorriu, jocosa. – Que graça têm olhos tão escuros?

- Acho que são extremamente charmosos. – Uma memória afetiva dos olhos de Tom invadiu a mente de Anahí, mas foi rapidamente dispersada. – Mas diga, o que seu namorado achou destas novas lentes?