Capítulo 41: Apenas aguente.

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Logo após o choque o peguei antes que caísse e coloquei-o no banco de trás, as lágrimas acumularam-se nas minhas bochechas e a dor me rasgava por dentro

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Logo após o choque o peguei antes que caísse e coloquei-o no banco de trás, as lágrimas acumularam-se nas minhas bochechas e a dor me rasgava por dentro.

- Eu aguento, apenas dirija- ele ainda falou resiliente.

Não tive forças para responder e entrei no carro tentando não demonstrar o caco que eu estava internamente. O motor arrancou e não consegui fazer nada além de me focar em dirigir. Entramos na autoestrada e pela primeira o olhei pelo retrovisor, meu irmão estava segurando uma camisa no ferimento tentando estancar a hemorragia, suava frio e respirava com dificuldade.

- Você precisa de tratamento médico o mais rápido possível.

- Vai ficar tudo bem- ele tentou sorrir, mas o movimento causou mais dor ainda.

Nenhum de nós queria falar, mas ambos sabíamos que a viagem até Paris teria que ser descartada, ele não aguentaria tanto tempo.

Virei o carro com tudo em uma estradinha que apareceu depois de cinco minutos.

- Para onde você está nos levando? - PI perguntou.

- Há uns anos tive uma missão em Paris e estudei cada um dos esconderijos que a AIDEM possuía paras seus agentes pelas proximidades, se não me engano tinha um desses pontos aqui perto. Foi uma das primeiras do seu tipo e por é sinal muita antiga, podemos pedir ajuda de lá...

"Se ainda funcionar" completei a temida frase em minha cabeça. Não saberia o que fazer se o local não estivesse lá ou algo do tipo, meus nervos estavam a um passo de desmoronar, eu estava agindo sobre uma espécie de torpor, "apenas faça o próximo passo, e decida o resto depois". Não havia plano B, aquela casa era a nossa única saída.

A casinha de madeira apareceu depois de muito chão e poeira, atrás de uma curva arborizada com árvores. O lugar com toda certeza já tivera dias melhores e meus medos de que aquele ponto tivesse sido desligado se tornaram maiores.

Com muito cuidado para que a hemorragia não aumentasse levei Liam para dentro. O lugar era simples por fora, mas ainda estava utilizável por dentro, apenas um cômodo com uma cama velha, um frigobar antigo e um armário do mesmo material da casa.

Deitei o rapaz no chão, pois a cama parecia prestes a cair e comecei a procurar por suprimentos e o botão de emergência. Abri os armários com uma agitação seriamente afetada, puxando tudo que eu via pela frente. Os dedos estavam tremendo, a tez suando e o pavor de não conseguir pedir ajuda me consumindo. Onde poderia estar aquele botão?

Parei após minha busca fracassada, coloquei as mãos na testa, respirei profundamente e entreguei todos os resultados a Deus. Só faltava um único armário, andei até lá e o abri. Estava tudo lá! Armas, equipamento de primeiros socorros, dinheiro para fugas e o bendito botão, suspirei de alívio. Só faltava saber se ele ainda funcionava.

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