Capítulo 35: Quando o cansaço bate.

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Lembro-me perfeitamente que da última vez que acordei, não tinha certeza do real motivo do meu despertar, dessa vez não era assim

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Lembro-me perfeitamente que da última vez que acordei, não tinha certeza do real motivo do meu despertar, dessa vez não era assim. Eu sabia com toda confiança o que fazia meu corpo se esforçar para sair daquele sono pesado e confortável. E para ser mais clara, ainda devo dizer que não era algo e sim alguém.

Uma presença que me gerava pura desconfiança. Foi com essa sensação que meus olhos se abriram subitamente e minha mão foi de encontro a um livro grosso que eu tinha escondido perto da minha cama para situações como aquela.

Meu irmão foi pego totalmente desprevenido ante a visão de mim com o livro nas mãos preparado para a qualquer momento jogar nele.

— Ei, ei. Calma, Susanna! — ele falou tentando me controlar.

— Acredite, Lince Vermelho — todo avanço que ele havia conseguido se esvaírou —, se eu não estivesse calma, esse livro já estaria na sua cabeça e não na minha mão.

Lince me olhou desconfiado, não acreditando no tom que eu lhe empregara.

— Abaixe esse livro, Su. Sou seu irmão, lembra? — sua voz tentava transpassar tranquilidade.

Mas não importava quanta tranquilidade ele quisesse passar, pois ela não bastaria quando lembrei da frase de Dukan.

" Parece que não adianta ser uma Knight por aqui, não é mesmo?"

Ele não era o irmão carinhoso que vinha fingindo ser, era um espião mortal que só se importava em conseguir o que queria.

— Isso não adiantou ontem a noite, não é mesmo? Não ouse ser descarado a ponto de fingir que não tentou me matar ontem! — E ao terminar de proferir minha resposta, joguei com toda minha força o livro em seu rosto convencido.

Porém, e infelizmente, devo dizer, o exemplar não o acertou e ele parecia estar cada vez mais confuso.

— Do que está falando Susanna? Como assim eu mandei te matarem? Sabe que eu nunca faria isso!

Aquelas palavras só serviram para inflamarem minha raiva. Corri em sua direção com os punhos fechados. Dei um soco, mas ele desviou com facilidade, me reprovando com o olhar.

— Idiota, ruivo e narcisista. Como pode mandar Dukan? — falei e lhe dei um chute de esquerda.

Ele amparou meu golpe com as mãos e segurou meu pé. Tentei soltar, mas ele era forte.

— Greko? O que ele tem a ver? Não o vejo desde que você chegou. Susanna, pare com isso.

Como aquele garoto podia ser tão dissimulado?

Puxei meu pé com força e girei dando outro chute. Por pouco ele abaixou e fugiu do golpe.

— Mentiroso. Sabe o que eu senti? Sabe o que é ser caçado como um animal? — gritei com mais raiva e algumas lágrimas desobediente vieram à tona.

Dei mais socos rápidos e golpes que deveriam ser certeiros, contudo Liam apenas os desviava, nunca lutando comigo.

— Lute comigo! Lute comigo, covarde! Pare de me tratar como uma criança! Será que não sou digna nem de você mesmo lutar comigo, ou vai continuar mandando outros para fazer isso?

O olhar do rapaz de repente pareceu entender o que estava acontecendo, seu rosto se encheu cheio de dor.

— Eu não fiz isso, prometo. Deixe-me explicar irmãzinha — ele falou, como se não tivesse ouvido minha última frase.

E como ele, eu não respondi sua pergunta. Com as bochechas marcadas pelos caminhos que as gotas salgadas estavam fazendo, fui ao seu encontro.

O soquei com toda força na altura do abdômen, mas dessa vez ele não desviou, só me olhava com aparente solidariedade.

Minha força foi diminuindo, e a dor do choque misturada com todo medo que havia sentido ontem aumentou. Meu golpes foram cessando, sendo cada vez mais lentos. Deixei todo o choro que estava preso vir sem reservas e cai no chão exausta. O choro alto absorveu soluços doídos e meu rosto estava baixo.

Então senti um abraço quentinho e acolhedor, um pedacinho de segurança, coisa que eu desesperadamente sentia falta. Aquele abraço era muito parecido com o do meu pai, um lugar confiável. Sabia que era Liam que estava me abraçando, mas não me restava forças para sair dali.

Entre os soluços, desabafei:

— Achei que iria morrer Liam, morrer. Pensei que nunca sairia dali.

Chorei por uns 30 minutos seguidos, a cada soluço doido, o ruivo me abraçava ainda mais forte. Seu silencio durante aquele tempo foi um consolo que não poderia descrever em palavras, e talvez um consolo que eu não queria admitir. Quando consegui me acalmar, Liam falou de uma forma amável que me fazia ficar em dúvida do que pensava que ele era:

— Sinceramente, Susanna, eu sinto muito. Eu não mandei Dukan ontem, nunca teria mandado. Isso foi coisa de Lewis, quando eu cheguei aqui ele fez a mesma coisa comigo. É sua forma de nos testar, mas não concordo de maneira alguma — ele reforçou sua fala com a desaprovação que seus olhos guardavam. — Ontem, ele convocou todos os agentes para uma reunião no prédio 6. Nunca imaginei que seria quando ele te testaria, e eu me culpo por não ter previsto isto.

Sua linguagem era sincera e desprovida de qualquer sinal de mentiras. Eu queria desacreditar, mas confiava nele.

— Eu prometo que daqui para a frente não vou deixar que façam qualquer coisa com você! — Seu tom era indiscutível.

Balancei a cabeça e falei, fraca:

— Tudo bem.

Ele me abraçou novamente sorrindo. Engraçado que Liam tinha mais semelhanças com nosso pai do que imaginava. Liam me ajudou a levantar e me olhou com uma sobrancelha erguida em um tom de reprovação.

— Agora, já pode devolver minha arma, Susanna.

— Arma? Que arma? — lhe lancei o olhar mais perdido e dócil que poderia.

— A que você pegou quando me abraçou. Deveria se envergonhar.

Sorri, e devolvi a arma, mesmo que a contragosto.

— Me envergonhar por pegá-la ou por ter sido descoberta? — lhe disse com um sorriso no canto dos lábios.

— Ambos — ele foi incisivo, mas seus olhos continham seu rotineiro tom brincalhão.

Depois que ri, perguntei:

— Mas e aí? Vamos ter aquela conversa ou não?

— Você não perde tempo, Susanna Knight Armstrong.

— Nunca!

Oi meus agentes da AIDEM!

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Oi meus agentes da AIDEM!

Capítulo fofinho para vocês!

#IrmaosArmstrong

God bless you

And

See yaaaaaa.

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