Capítulo 36: A dor e seus ensinamentos.

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Liam me levou ao terraço logo depois, nos sentamos embaixo do pergolado e suspirei com um nó na garganta, eu tinha que fazer uma coisa que me agoniava ao extremo

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Liam me levou ao terraço logo depois, nos sentamos embaixo do pergolado e suspirei com um nó na garganta, eu tinha que fazer uma coisa que me agoniava ao extremo.

— Lhe devo um pedido de perdão por ter te chamado de idiota e narcisista. Além de… ter te culpado prematuramente e ter quisto acabar com você — meu olhar estava no horizonte, pois nem sonhando conseguiria olhar nos olhos do meu irmão.

Pelo canto da vista, vi que ele estava sorrindo.

— Não precisa, mereci cada parte — ele falou e me virei para ele.

— Não — eu neguei.

Ele me olhou com aquelas sobrancelhas brincalhonas.

— É… talvez a parte da luta nem tanto. Eu estava doida pra fazer aquilo, mas perdão mesmo assim.

Ele riu com entusiasmo.

— Se prefere assim, está perdoada.

Agradeci e Liam pegou uma sacola que estava carregando desde que viemos para cá. Meu estômago quase saltitou quando viu duas embalagens e dentro delas, shawarmas que deixariam qualquer um com água na boca.

— Tá brincando que vamos almoçar shawarma? — falei quase sem acreditar.

— Sei que você gosta muito, então pedi para o chefe fazer — ele os pegou e entregou o meu. — Susanna, você está lacrimejando?

— Ah, não me olhe assim. Você não tem ideia do quanto eu estava com vontade de comer shawarma, faz meses que não tenho tempo para ir em um bom restaurante árabe! — exclamei.

Ele caiu na gargalhada.

Qual é? Ninguém mais tem respeito pela comida?

Enquanto comíamos essa maravilha dos céus, comentei:

— Isso não é justo, sabia? Você me conhece a ponto de saber meus pratos favoritos, mas não sei os seus.

— Humm — disse ele dando uma pausa em seu almoço. — Tagliatelle de frutos do mar e azeite de ervas. De sobremesa uma gallete de figo, isso sim é comida boa.

— Um apreciador de cozinha mediterrânea? Boa escolha!

— É sim.

Jogamos conversa fora por mais algum tempo e fiz Liam me dar o último shawarma, até que comecei um tema que sabia que seria mais delicado.

“ Pai, me ajude”

— Liam, você era cristão?

O clima imediatamente mudou, ele parou para pensar por alguns segundos e respondeu:

— Antes da nossa mãe morrer, sim eu era.

— O que mudou? — indaguei apreensiva, por talvez já saber a resposta.

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