Capítulo 9: Uma princesa desaparecida

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— Agentes, preparem-se, as provas começarão em instantes... — soou uma voz vindo dos alto-falantes.

Todos os agentes se encontravam em frente a imensa porta preta, inteiramente divididos em três filas: decodificação, análise de dados e resistência física. Eu me encontrava na segunda, com meus olhos cravados na porta à minha frente. Orei em silêncio para que o Senhor nos ajudasse e, quando acabei, um "piii" anunciou o começo da competição.

As portas se abriram e três outras apareceram na frente de cada fila. Os agentes começaram a entrar e meu coração começou a palpitar mais forte, afinal, o que teria atrás daquelas portas? Olhei para os lados e não vi mais nem Adam ou Ava.

O que me aguardava era quase que uma cópia da sala dos computadores, com várias mesas e computadores idênticos, todas colocadas em fileiras. Sentei em uma que, na configuração da sala de computadores que treinava, eu geralmente me acomodava. Depois que todos os agentes entraram e se organizaram, os computadores em sua totalidade se iluminaram, como se tivessem voz e chamassem cada um de nós para algo desconhecido.

 Assim que o computador ligou na minha frente, me desliguei da sala ao meu redor. Peguei um fone com microfone na ponta, que estava do lado do computador, não sabia para o que usaria, mas de qualquer jeito ele não iria atrapalhar.

 — Alguém na escuta? — veio uma voz masculina do fone que agora estava na minha orelha.

—  Presente, Adam. Ava, você também está aí? — respondi ao meu amigo.

— Aqui também. Onde vocês estão? — Ava falou anunciando sua presença. Pelo visto estávamos todos conectados.

Enquanto estava falando com minha equipe, ia sondando o que me esperava na tela à frente. E para minha surpresa, era nada mais nada menos, que o modelo de teste que Noah passava para mim; um caso com informações faltando, que para pensar bem, era o que os agentes que se encontravam naquela sala estavam acostumados.

— Estou subindo uma parede de escalada — revelou Adam.

— E eu em uma cópia da nossa sala de computação. Existe uma pasta criptografada aqui, já tentei quebrar o código, mas é quase que impossível. Diria que um tiro no escuro seria a melhor comparação, pois a chave pode ser um código com uma variação quase que infinita de possibilidades.

— Bem, Ava, me encontro no mesmo tipo de sala, mas em contrapartida o que tenho que fazer não é quebrar um código e sim resolver um exercício clássico de resolução de casos. — expliquei.

— Vamos pelo caminho mais simples, ou pelo menos mais possível. Qual é o caso, Su? — indagou Adam, sendo fiel a sua natureza prática. 

— Aqui temos… — e então fui interrompida por um barulho conhecido por mim, vindo do fone. Meu coração gelou, eu reconhecia que som era aquele, o som de alguém escorregando na parede de escalada. Ninguém falou nada por alguns segundos...

— Adam? —  perguntou Ava com a voz um pouco alterada, ela aparentemente também havia reconhecido o som.

—  Oi. Uau, essa foi por pouco — respondeu ele entre duas arfadas, ainda tentando recuperar o fôlego. — Estou bem, quase cai, mas estou bem. Pode continuar, Su.

—  Okay, por favor não faça mais isso.

—  Pode acreditar que eu não quero mais repetir a dose —  disse ele rindo e Ava o acompanhou.

—  Então… o caso fala sobre o sequestro de uma princesa sueca, ela estava em uma missão diplomática na Finlândia. Chegou no país às 19:00h da noite e foi direto para uma casa já preparada. Após sua chegada lá, sumiu juntamente com sua dama de companhia. Fim da história.

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