O tom da pergunta era imperativo, autoritário, como quando um pai vê seus filhos aprontando algo que ele mesmo havia expressamente proibido. Meu coração quase afundou, nosso plano era fugir de qualquer embate direto, e lá estávamos nós sendo surpresos por Kong Lewis como crianças levadas.
Me virei para lo vê nos olhos, e sua figura estava ali, um pouco atrás da grade, ele deveria ter vindo pela sua entrada particular.
— Eu perguntei o que estão fazendo aqui — ele urrou.
Voltei minha atenção para Liam, e sua expressão era sofrida. Apesar de tudo, Lewis havia significado um sinônimo de pai para ele, mas de contrapartida ele era a pessoa que o havia enganado.
Não havia espaço para desculpas de modo a tentar persuadi-lo de que ainda estávamos do seu lado.
— Não lhe interessa — disparei sem paciência.
— Não me interessa? Eu sabia que havia algo de errado. Sua pestinha idiota, enganou seu irmão com suas mentiras ardilosas. Sabia que deveria ter a matado quando tive a oportunidade — ele sibilou com raiva.
— Deixe-a fora disso e não ouse nunca mais falar nesse tom com ela. Não foi Susanna que mentiu para mim — Liam respondeu fortemente.
Lewis não esperava esse comportamento e seu rosto demonstrou exatamente isso, pura confusão. Liam deveria ser o agente perfeito e obediente.
— Não fale comigo assim, Liam. Você vai tirar essas ideias absurdas da sua cabeça, agora mesmo. Abra essa grade! — gritou exasperado.
— Vamos Susanna. Deixe-o apodrecer aí — o rapaz me chamou, não dando a mínima para Lewis.
— Nunca! — Kong falou convencido e de uma hora para outra Liam caiu no chão segurando a própria cabeça gritando de dor.
— O que foi que você fez? — falei imediatamente olhando para Lewis e corri para ajudar meu irmão.
O homem segurava um pequeno controle.
— Epa,epa . Pare exatamente onde está, mocinha.
Eu queria desesperadamente socorrer meu irmão, mas de algum jeito sabia que Lewis tinha a ver com aquilo.
— O que é isso? — meu coração se debatia diante do sofrimento crescente de Liam.
— É o chip que Liam carrega em sua cabeça, lhe causando uma cefaleia tão forte que já teria feito um homem menos treinado desmaiar. Esperava nunca ter de usá-lo, mas vocês me forçam a fazer isso, um desperdício — o tom que empregava era o de alguém que falava de coisas corriqueiras e isso me deixou ainda mais zangada.
Lágrimas queriam brotar em meus olhos, contudo o senso de urgência era maior.
— O que você quer? — perguntei entre dentes.
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Spy 17
AdventureLIVRO 1 Susanna Armstrong é uma das espiãs mais reconhecidas e respeitadas da AIDEM (Agência de Inteligência de Defesa e Espionagem Mundial). Ela é extremamente aplicada e uma das melhores em todo mundo, tendo portanto, uma vida muito agitada. Tudo...