Epílogo

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A porta bateu contra a parede, os passos rápidos do homem são firmes pelo quarto enquanto ele lutava com a gravata cinza, jogando-a na cama após retirá-la.

– Eu não vou fazer isso, que se foda! – Berrou virado para os móveis.

– Harry!

Louis estava com os braços cruzados enquanto observava o marido e toda sua fúria, parado na porta do quarto do casal. Sua expressão não era agradável, muito longe disso, seu rosto vestia uma carranca expressiva e fechada.

Seu marido virou-se como uma bala em sua direção, bravo. Talvez Louis nunca tenha o visto tão bravo em toda sua vida.

– Não é possível que você concorde com isso!

Tomlinson-Styles ficou instantaneamente ofendido por dois motivos. O primeiro deles foi o tom alto, quase gritado pelo homem de olhos verdes. Harry não gritava, nem com ele, nem com seus filhos e nem com ninguém, aquela família não fazia isso. O segundo foi pela acusação.

Louis abriu a boca, ferido e abismado com a fala, deu dois passos para frente e entrou de vez no quarto. A porta fechou com brutalidade ao ser empurrada com força pela mão fechada do homem, o barulho ecoando pela casa comprada meses depois do nascimento dos gêmeos, menor do que a mansão que pegara fogo 15 anos atrás, mas definitivamente não humilde graças ao status da família.

Maldito status que levou aquela discussão plena duas da tarde desta quinta-feira.

Como é? – O tom de Louis saiu baixo, chegava ao grave, estranho para o homem que tinha por natureza um timbre suave desde nascença.

Harry suspirou encarando o marido, a mágoa espelhada em seus olhos. O homem passou a mão nos cabelos, agora curtos e quase sem ondulações, puxando os fios com força.

– Eu amo você, Louis. Amo mais do mereço receber esse sentimento de volta, amo você mais do que a mim mesmo e, principalmente, amo você por ter me dado mais duas razões para viver. – O suspiro cansado correu de sua boca e ele fraquejou as frases seguintes, sem acreditar. – Mas, eu juro, peço divórcio se você concordar com isso.

Louis piscou chocado, mas retomou a postura raivosa ao dar mais um passo.

– Corta essa! – Rosnou. – Você é idiota? Como você se atreve a me acusar e, ainda por cima, pedir divórcio?

– Eu faço de tudo pelos meus filhos, mesmo amando você.

– Eu carreguei aquelas crianças por nove meses, eu os dei à luz, sua única contribuição foi seu pau não tão mágico. – Levantou o dedo, o tom bravo – mas estranhamente baixo – parecia ser carregado em sua ponta bem cuidada. – Eu os amo mais do que tudo no mundo, fere-me imensamente escutar que você acha que não.

– Eu não disse isso!

– Escuta aqui, Harry Edward, quem vai pedir divórcio sou eu e a culpa vai ser minha, tudo porque eu me casei com um maldito asno!

Harry quem se aproximou dessa vez, a expressão fechando-se instantaneamente.

Asno? – Repetiu baixo.

– Está velho e agora surdo?

Os dois se encararam, o silêncio se perpetuando pelas quatro paredes do cômodo. Louis foi o primeiro a desistir da briga silenciosa, suspirando pesadamente enquanto arrastava com força a mão pelos fios curtos, desfazendo o penteado firmado com laquê na parte da manhã daquele dia.

– Harry, é claro que eu não concordo com isso. – Falou após alguns minutos, voltando o olhar para o marido, os olhos carregando leveza dessa vez. – Como eu poderia, ou como você poderia, depois de tudo que passamos?

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