UNCONDITIONALLY

26. Adidas

Hey amores, tudo bem?

Boa leitura x

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MINHA bexiga cheia me causa incômodo e me desperta lentamente, suspirei me mexendo na cama, abrindo os olhos para fitar o breu parcial que o quarto principal está mergulhado. Mais um suspiro sofrido e cansado escoa por meus lábios entreabertos e eu enrolo-me ainda mais no edredom, jogando os braços para o lado com uma preguiça genuína para fazer qualquer movimento.

Minha mão bate no colchão frio pelo ar do cômodo e eu abro os olhos mais uma vez, estranhando o fato de Louis não estar na cama. Resmungo enquanto me apoio nos cotovelos e estico uma de minhas mãos até a mesa de cabeceira, caçando as cegas meu celular. A luz forte do visor embaça minha visão e eu pisco tentando me acostumar com a claridade, e,assim que consigo, formei um vinco em minha testa ao ver que são três da madrugada.

O encontro de cientistas e acionistas da empresa durou até meia noite. As formalidades perduraram pela noite toda, o sorriso profissional e frívolo em meu rosto se tornou quase impossível de se sustentar. Louis permaneceu ao meu lado, porém, eu pude notar que algo estava errado.

Seus olhos profundos se afogaram em algo escuro e sem brilho e ele pareceu inerte boa parte da noite. Eu lhe perguntei inúmeras vezes se ele estava bem, porém meu marido se limitava a balançar a cabeça e concordar com um sorriso ínfimo em seus lábios.

Por essa estranha mudança em seu comportamento, eu entro em alerta por sua ausência. Jogo o cobertor para o meio da cama, descobrindo totalmente meu corpo, o ar um pouco frio do quarto toca meus braços desnudos pela camiseta e encolho-me de leve.

Caminho diretamente para o banheiro a fim de me aliviar de uma vez, tomando cuidado para não tropeçar em qualquer coisa que possa estar pelo piso já que a luz que ultrapassa as cortinas é fraca. Tateei a parede do banheiro a procura do interruptor e aperto assim que o encontro. Não demoro em aliviar minha bexiga, e assim que termino, lavo as mãos e saio do banheiro, deixando a luz de o mesmo acesa para não tropeçar em Jake pelo caminho.

Acendi as luzes do corredor e o percorro, minha primeira opção de procura é a mini biblioteca onde Tomlinson sempre fica quando quer ficar sozinho. Porém, tudo o que encontro ao chegar no pequeno cômodo, são os livros solitários nas estantes; as brochuras sendo iluminadas pela luz forte da lua cheia, O Pequeno Príncipe está aberto no tão costumeiro banco almofadado aos pés da grande janela. Reconheço à rosa vermelha que lhe dei na noite de sexta demarcando as páginas, suas pétalas já estão um pouco murchas e algumas soltas sobre a folha.

Eu saio do cômodo a passos lentos, desço as escadas com parcimônia e estou prestes a virar para a sala de entrada quando a luz da cozinha me chama atenção. Imediatamente mudo meus passos e o direciona para o cômodo iluminado e assim que passo pelo batente da porta, eu vejo Louis.

Seus cabelos estão graciosamente bagunçados e a camiseta azul escura da Adidas que cobre seu tronco está amarrotada, seus dedos raspam a porcelana da xícara em cima da mesa a sua frente e seu olhar está completamente perdido em alguma parte do cômodo. E antes mesmo que eu perceba, um sorriso rasteja até meus lábios e logo se acomoda por ali. Encostei-me contra a porta enquanto o observo, a sua imagem embaralhada pelo sono me aquece por dentro.

Os meus sentimentos assim como seu estado agora, estão confusos. Me pego por vezes analisando seu rosto leve e bem delineado, me afogando de bom grado no mar que são seus olhos azuis profundos e em seu sorriso calmo e livre.

Tudo dentro de meu corpo parece se agitar quando ele fala ou sorri, quando os seus olhos quase se fecham em deleite e os finos e pequenos vincos se formam em torno dos mesmos. Meus sentidos e sentimentos são uma pura bagunça, perdidos pela mudança repentina. Eu estou feliz por estar confuso. Algo está mudando em mim, e para melhor.