pote aberto parte 1

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A cada degrau que descia, sempre cauteloso para não fazer barulho, seu coração acelerava, o silêncio parecia tão grande que temeu sua respiração acordar alguém, sua boca secou assim que desceu o último nível.
Talvez esse estado em que o garoto se encontrava fosse fruto da adrenalina de não poder ser pego, ou talvez da ansiedade em volta de seus atos maliciosos previamente  calculados, que em teoria seriam postos a prova agora. Mas ao entrar na sala toda a fantasia de seu plano inapropriado se esvaiu:
A poucos metros dele, a figura alta e esguia se encontrava ajoelhada e curvada sobre seu peso tentando se esconder de sua própria vergonha, seu corpo nú e pálido parecia perecer tanto aos milhares de machucados quanto as correntes, que, impiedosas prendiam seus tornozelos um nos outros, assim como as mãos, esses grilhões ligavam ele a parede dos fundos da sala. Em seu pescoço uma grande e pesada coleira de metal o obrigava a manter a cabeça baixa, seu cabelo completamente imundo e desbotado cai sobre sua expressão sendo possível ver apenas duas tiras de metal cruzando se rosto e se encontrando atrás de sua cabeça.
  Diper parou ali, olhou essas tiras de metal incrédulo, se aproximou com cuidado do ser, se agachou perto dele, e agora as tiras se mostraram parte de uma máscara, uma máscara de ferro, Uma máscara de Flanders, com o peito apertado vendo toda a humilhação que Will passou, acariciou os cabelos do mesmo com cuidado e ternura, parecendo esquecer-se por um breve momento do sonho que tivera com o Demônio.
  Ao menor toque do moreno Will guinchou, a máscara o empedia de falar, mas era claro que ele estava assustado e sem olhar para o feitor o demônio exasperado lutava em uma tentativa falha de se afastar, grunindo e chorando. Era evidente que ele sabia do peso de sua revolta, e mais que isso, ele sabia que pagaria caro pela mordida.
  Diper se assustou com a resposta do ser, e temeu que a reação medrosa dele acabasse acordando alguém, então se levantou com agilidade e se pos na frente de Will, com as mãos a mostra ele deixou o pote de mel de lado e começou a chiar "shhh shhhh" procurando acalmar o ser que choramingando o olhava com a expressão de puro medo.
- Calma Calma... - sussurrou e devagar se agachou novamente, ficando no mesmo nível que o demônio - prometo não te machucar....

A medida em que o garato ia se explicando o acorrentado, receoso, parecia se acalmar aos poucos, até finalmente sua respiração cessar. Porém seu olhar azul ainda remetia medo e receio.

Diper ficou aliviado com a reação, apesar da expressão, com calma o menino se ajoelhou na frente dele, e com cuidado levou as mãos em direção ao rosto do mesmo, com a intenção de tirar a mordaça. Ao menor sinal de movimento em sua direção é possível ouvir o demônio trancar a respiração e franzir o olhar em puro pânico, mas assim que sentiu as mãos do garoto desatando a máscara e em seguida a retirando voltou seu semblante, agora, em volto por lágrimas para se encontrar com os olhos azuis carinhosos do menino, tremendo  e tentando contar as lágrimas ele se curva aos pés do garoto e com uma voz abafada e rasgada rogou em Infernal:
- NFRGL LYIRTZWL! NFRGL LYIRTZWL! KILNVGL NV HFYNVGVI Z GFWL JFV ELHHZH HGMSLIRZH WVHVQAIVN, KLI UZELI KLFKV-NV VF-  mas não conseguiu prosseguir, o garoto confuso colocou o indicador em seu queixo e o mandou se calar e assim o fez, no momento em que a ordem foi dada ela foi executada.

O rapaz surpreso com a rapidez em que seu comando foi respondido, ergueu a mandíbula do mesmo o guiando a se ajoelhar sobre seu próprio peso, ele levou sua mão ao lado do rosto de Will e acariciou o machucado já cicatrizado que ele tinha na bochecha:
- Fez bem os morde-la, agora, vou cuidar de você.... - ele disse olhando profundamente no olho destapado do ser, com a voz calma e suave aproximou suas cabeças quase as encostando, mas segundos antes de o fazer ele desviou seus rostos e alcança o pote, o trazendo para perto, assim que o olhar de Will bateu no frasco sentiu um arrepio lhe percorrer os machucados, seu semblante tremeu e ele voltou a se encolher.
- Acalme-se, é só mel... -o garoto disse enquanto abria o pote  mostrando a cor âmbar do vidro para o demônio, que não parecia nem um pouco convencido - não se lembra? - perguntou enquanto inclinava o objeto para o ser olhar, mas novamente só obteve a mesma expressão aterrorizada- aqui veja - disse enquanto mergulhava o dedo médio e o indicador no liquido, o ato certamente cativou a atenção do demônio, que agora expressava curiosidade sobre o pote - viu? É só mel... Mel vai te ajudar... Eu vou te ajudar - dito isso ele lambeu os dedos, o ato fez o Demônio desviar o olhar sem jeito, e com cautela ela se aproximou de Will mais uma vez quase colando suas faces, e aguardou o foco dos olhos deles se tornarem os seus, e assim que eles se cruzaram o garoto sussurrou- pode confiar em mim...

As palavras dele retiraram um sorriso genuíno do acorrentado, que sem a intenção acabou por mostrar seus dentes afinados ao rapaz. Diper olhando aqueles caninos começou a se perguntar se aquilo era uma boa ideia, e se ele fizesse algo errado que o levasse ao mesmo resultado que o de Mabel? Sua teoria poderia até ser boa, mas e se não estivesse certa?

O que Stan disse o fez pensar, todos da casa estavam domando e quebrando Will por violência, sempre tomando cuidado para não ativar um estado no demônio, no qual ele voltasse a sua intuição natural destrutiva e atentasse contra eles. O que o garoto pretendia fazer era o oposto disso, queria impor, ou melhor dizendo conquistar sua soberania de outra forma: pelo prazer, e ele só tinha um jeito de descobrir isso.

Mesmo com o medo que essa dúvida lhe causou, não queria perder mais tempo, então ele devagar mergulhou os dois dedos no mel na frente do demônio, e com delicadeza, os ofereceu ao ser, esperando alguma reação.

- VF KLHHL HVMGRI HVF NVWL - Will murmurou logo depois inclinar sua cabeça em direção ao mão do rapaz.

Diper, apesar de não entender o infernal antigo que ele usava, sentiu um frio percorrer-lhe a espinha com a frase, porém mesmo com o desconforto manteu-se firme, e parmaneceu a mão no lugar.

- Vai me fazer esperar a madrugada inteira? Ou prefere que eu mesmo fique com o mel? - "ameaçou" arqueando uma sobrancelha, o demônio o olhou antes de se aproximar dos dedos do garoto, com calma e sem quebrar contato visual ele abre a boca e tomando cuidado para  que seus dentes não se prendessem na pele ele começa a lambar o mel dali.

Aquela língua fina e bifurcada era no mínimo envolvente, após a terceira ou quarta dose os dedos de Mason começaram a brincar com ela, enrolando-se e desenrolando-se dali, as vezes entravam com eles na boca do demônio como se quisesse da-lo até a última gota, a brincadeira fez a feição de Will relaxar e logo caras vermelhas e manhosas tomaram lugar de sua face, o doce sempre o cativou.
Apesar das expressões e do movimento do demônio serem inexplicavelmente provocantes, Diper sabia que não podia deixa-lo assim, precisava cuidar dos seus machucados antes de fazer toda a sujeira que pretendia, e foi exatamente isso que ele fez.....

Notas finais

Juro que próximo capítulo tem, chega de enrolar vcs!
Feliz natal seus ho ho ho ho homossexuais

Veneno azul - Reverse FallsOnde histórias criam vida. Descubra agora