Will tomou a frente, caminhou em passos leves até sair do banheiro e com gosto virou-se para ver o rapaz arrastar as correntes em sua direção, e de fato, ele estava quase se rastejando no chão, o demônio esperou ele passar da porta antes de decidir intervir.
—Sério, pode tirar elas.
O garoto parou de caminhar e o encarou com dúvida, o demônio riu, reencostou-se no balcão cruzando os braços e rapidamente descruzou-as assim que os machucados de suas costas reclamaram, mas ele deixou a dor de lado e continuou fazendo o máximo para esconder um sorriso:
— Quem está no comando?
Perguntou encarando o garoto, que demorou, mas, eventualmente respondeu:
— Você.
— E se eu mandar você desengatar os grilhões?— Eu... eu tiraria eles então..
— Isso aí!Ele até podia mentir, mas estava deleitando-se com a cena, seu olhar pálido observou com gosto o rapaz tentar desengata-los sozinho, era óbvio que ele não iria conseguir, esse tipo de coisa é feito pra limitar seu usuário, Will sabia disso melhor do que qualquer um, já tinha perdido a conta de tantas vezes que tentou livrar-se delas, mas elas apenas o enfraqueceram em troca. A frustração de Mason era evidente, resmungava baixinho enquanto suas mãos tentavam soltar as correntes.
— Deixa que eu tiro elas pra você, vamos usá-las em outro momento.
Enquanto ajudou a retirar as correntes não pode negar um largo sorriso no rosto. Diper ficou pensativo vendo o demônio deixa-lo livre, a última frase lançada cativou-lhe a atenção. porquê ele decidiria coloca-las de volta? Para tentar achar uma resposta começou a pensar nas vezes em que Will era propositadamente preso, e em todas as vezes era um meio de impedi-lo de fugir, isso apenas gerou mais perguntas, Mason precisaria fugir do que exatamente? Isso até o seu sonho o invadir a cabeça mais uma vez, sentiu suas bochechas formigarem, não, Will não faria nada disso, o demônio mal consegue ficar em pé sozinho, quem diria avançar em cima dele daquele jeito, e a ansiedade por volta desse pensamento foi embora, mas, estranhava seu estômago reclamar com a ideia quase como quem reclama de fome, ou bem, nesse caso, não ser comido.
— Pronto, agora você pode me ajudar começando a arrumar nossa cama.
Will disse tomando os grilhões e os colocando sobre uma mesa de escritório encostada na parede, em seguida deu a volta e continuou a pegar as colchas e lençóis, mas foi interrompido.
— Não senhor, deixe que eu faço.Mason protestou tirando as mãos de Will das cobertas, surpreso, o rapaz o deixou prosseguir com a tarefa a sós. O demônio não comentaria, mas bastou ele tentar levantar as mantas para perceber que seus machucados não o permitiriam terminar a tarefa, então silencioso agradeceu e deixou o garoto fazer a própria cama.
Will ordenou o rapaz a fazer mais algumas coisas triviais, olhou-lhe entrar e sair do quarto frenéticamente conforme seus comandos foi o suficiente para deixar Mason exausto.
— Eu.... Honestamente.... Não tenho ideia de como você aguenta..
Comentou limpando o suor da testa encarando o demônio, que estivera sentado de pernas cruzadas na beira da cama, apoiando as mãos nos próprios joelhos Will respondeu:
— Depois de um tempo você acaba se acostumando... sem falar que as consequências de não fazer geralmente são piores do que só realizar as tarefas em si...Ele deu uma pausa e logo depois comentou:
— Bem já está perto das 13:00... Você não vai descer para almoçar?
— Eu estava esperando você falar isso, eu posso?
— Claro que pode!
— Okay! Vou pegar um prato pra você também!
E fez ali um breve aceno de cabeça e começou a virar-se para ir até a porta, mas parou ao sentir seu pulso ser pego pela mão de Will, que o segurando no lugar comentou:
— Espere, não pode descer com as argolas nos pulsos, alguem pode notar deixa que eu as tiro.
E com isso Will puxou Mason perigosamente perto, o rapaz deixou um suspiro surpreso escapar-lhe da boca, eles estavam muito perto um do outro, Mason queria derreter-se bem ali, observou com olhos iluminados o demônio desengatar as argolas de um de seus pulsos, sentia seu coração pular uma batida ou outra, seu pensamento corria, e corria ao encontro daqueles lábios pálidos rezando para que eles fossem à sua direção também. Foi só ali que percebeu o quão forte Will estava segurando seu pulso, era uma pegada firme, intencionada, ele só não compreendia o porque dele estar palpitando com o ato, quase que ansiando para isso acontecer mais vezes.
— Me beija...
Ele, por si só, estava perdido demais em seus pensamentos para realizar o que acabara de pedir, um ato falho, um deslize que deixou seu subconsciente maldoso tomar conta de toda a sua racionalidade ,e bem, tomar conta daquele momento em específico. O silêncio do quarto pareceu roubar-lhes décadas depois da frase, talvez, só talvez, Will não tenha escutado a clemência, e até seria melhor assim, Mason não aguentaria a vergonha de admitir que ele tenha se colocado nessa posição só para conseguir um beijo, mesmo sendo capaz de muito mais por menos, O silêncio da sala foi desfeito pelo som do azulado desistindo de tirar-lhe das correntes, seu olhar claro virou o foco dos olhos de Diper, o demônio apertou sutilmente a pegada e mantendo contato visual indagou e um sorriso poderoso suficiente para desmanchar ossos ele disse:
— Como? O que disse?
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Veneno azul - Reverse Falls
FanficSeu coração acelerou de modo que era possível sentir a pulsação no fundo da garganta, ofegava, suava, tremia e gemia suplicando por mais. Ao ouvir isso, o garoto sorriu de forma maliciosa. Espalhando beijos, chupões e mordidas ele roçou seus corpos...