Notas da autora:
Olá, tudo bem? Desculpem a falta de atualizações, tá tudo bem corrido aqui e não to tendo tempo de escrever e muito menos revisar o que escrevo, enfim, fic atualizada. O engajamento de vocês me deixa feliz, até a próxima amores
Fim das notasE Mason só o permitiu sair quando arrancou-lhes das garras negras com um alicate ignorando o alerta desesperado do demônio, que o tentava avisar sobre a alta vascularização daqueles tão mortíferos gatázios. Daquela terrível situação sobrou apenas pontas de dedos completamente mastigadas pelo alicate, sangue, gritos e um garoto que não compreendia a seriedade e crueldade de seus atos, por fim, ele desprende o demônio de todas as correntes, junta os objetos previamente usados e deixa o quarto.
Will passou um bom tempo ali, não se incomodou em sair da posição em que foi largado, apenas olhava fixamente suas garras que estavam agora no chão, sentia o calor incômodo do sangue escorrendo pelas pontas dos dedos a mercê do tempo sem elas, sentia aquela carne molinha e sensível reclamar do ar que a envolvia, e, ironicamente sentia-se aliviado por respirar ar limpo de novo, queria estar enfurecido, queria estar triste, queria gritar, queria sumir, queria... queria mas não conseguia, só era capaz de olhar para a materialização de sua magia arrancada de forma tão brusca de suas mãos a poucos metros de distância em puro choque.
Ele enfaixou os dedos com gaze, secou-se na medida do possível respirou fundo e foi encontrar Mabel, não se surpreendeu em simplesmente não a achar em lugar nenhum, precisou ir até o escritório do Sr Gleeful para rastreá-la dali, bateu com as costas da mão na porta e segurou lágrimas ao girar a maçaneta, seus dedos estavam letárgicos e sensíveis.
— Senhor, Mabel o serviu café?
Perguntou assim que o velho o deu permissão para entrar.
— Serviu sim, e saiu daqui a pouco temp- O que aconteceu com você?
Will desviou o olhar e começou a olhar fixamente o chão antes de o responder:
— Nada, eu vou encontrar Mabel e repassar algumas tarefas pra ela.. obrigada.
E saiu as pressas, não tinha forças para explicar o que aconteceu, apenas fechou a porta do escritório e suspirou irritado, se Mabel não fizesse suas tarefas ele certamente não iria as fazer também. Não a encontrou na cozinha e bufou em notar a louça do café colocada de qualquer jeito em cima da mesa.
Só queria que o relógio batesse 21 horas e ele pudesse desmaiar em algum lugar, qualquer lugar que não seja seu quarto, não queria ter que enxugar a água no chão.... água no chão, água na sua camiseta, água em seu nariz, água em seu cabelo, água em sua boca, água em seus pulmões, e, de repente ele não conseguia respirar, escorou-se na parede do corredor e mordeu a língua de dor assim que seus dedos encostaram no gesso, inspirou algumas vezes tentando convencer sua falha mente de que aquilo não estava acontecendo mais, não tinha o porquê ele estar assim, já tinha passado, mas seu peito o apertava pela falta de ar. Passou longos segundos assim até ouvir uma porta sendo fechada e isso o trouxe novamente ao presente, ele precisava encontrar Mabel.
E finalmente a descobriu, ou pelo menos deduziu isso uma vez que a porta do quarto dela se encontrava trancada, tentou forçar a entrada até ouvir a voz chorosa da garota do outro lado:
— Vá embora!
— Mabel, ainda temos coisas a fazer, abra a porta...
— Não! Já fiz muita coisa!
— Você não é quem decide isso, abra a porta!
— Não vou abrir! Pode terminar as tarefas sem mim! Eu sou uma Gleeful, não uma empregada!
— E eu sou um demônio! A última coisa que deveria estar me preocupando era se o sofá de vocês está empoeirado ou não! Mas esse universo alternativo resolveu nos reservar outra coisa....
— Não me importa! Eu não vou fazer nada disso e não vou abrir a porta!
— Se você não sair daí e vir me ajudar vou falar com Stanford.
Ameaçou-lhe aborrecido com a teimosia da garota, apenas para reouvir uma frase específica, ela encheu o pulmão e determinada anunciou:
— Pode falar! Vocês podem me esfolar se quiserem, mas, eu não vou fazer nada!
Essa frase uma vez pertenceu a Will, e reescutar ela o fez entender o que tinha de tão familiar refletido em Mabel: injustiça. E foi essa mesma frase que lhe custou seu olho esquerdo.
Lembrou-se daquele dia com amargor, Fiddleford e Stan o tinham enganado, eles estavam naquele pequeno chalé no laboratório, ele estava preso, contudo, carregava apenas as algemas das mãos, elas eram novas e bem mais leves comparado às atuais. Sua magia, ainda que sugada, não estava completamente perdida só dividida entre duas pedras, e principalmente, ele tinha os dois olhos, olhos azuis vivos, tão intensos e agitados quanto o próprio mar.
— Eu acho hilário como vocês dois são burros!
Debochava, rindo alto dos dois humanos, que trocaram olhares confusos um com o outro, Fiddleford, na época com cabelos castanho claros, se colocou na frente de Stanford e irritado com as gargalhadas ácidas do demônio o perguntou:
— Como assim "burros"? Já se olhou? Você está preso! E sem acesso a magia.
O ser sorriu, e o respondeu:
— Vocês realmente acham que manusear magia é fácil? Vocês podem até ter conseguido colocar ela em recipientes diferentes mas não conseguem realmente usá-las, conseguem?
Stanford retorceu o rosto e Fiddleford pareceu inquieto com o questionamento, mas, determinado o respondeu:
— Bem, nos vamos dar um—
— Um jeito, é? Tudo bem! Então me diga Fiddle, qual jeito é esse? Vocês não são tão espertos quanto pensam... Se eu não tiver acesso a magia vocês não vão conseguir... vamos refazer esse acordo....
E se aproximou dos homens com um sorriso de canto e as duas mãos estendidas, Fiddle deu um passo para atrás e Stan o confortou colocando uma mão no seu ombro, eles trocaram olhares, Stanford falou:
— Fiddle...
Mas o homem o olhou com reprovação, o cientista conhecia seu tom de voz, e reconhecia suas intenções em cada pequena frase, sabia que o parceiro morria de medo do ser estar certo, mais que isso, morria de medo de perder essa magia. Ele negou Stan com a cabeça como se estivesse certo de que não iriam cair nos truques do ser e se voltou para o demônio, que estivera esses segundos todos com um sorriso rasgado no rosto, Fiddle deu um passo a frente e encarou Will nos olhos, e, apesar daquelas pupilas finas parecerem o mais profundo abismo o respondeu:— O único acordo que vai acontecer aqui é você provendo magia para a gente.
Disse e por um momento se perdeu na imensidão daquele olhar, um olhar afiado e desafiador, embuido por uma força e poder inexplicável. Aqueles olhos riram da proposta e perguntaram-lhe fingindo interesse:
— E o que eu ganho com isso?
Stanford olhou seu parceiro confuso, esperando uma resposta, McGucket ajeitou seus óculos e levantou a cabeça para fitar melhor o ser:
— Você Cipher, você ganha sua vida....
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Veneno azul - Reverse Falls
FanficSeu coração acelerou de modo que era possível sentir a pulsação no fundo da garganta, ofegava, suava, tremia e gemia suplicando por mais. Ao ouvir isso, o garoto sorriu de forma maliciosa. Espalhando beijos, chupões e mordidas ele roçou seus corpos...