Ideias

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  A discussão entre os dois começou a ficar intensa sendo possível ouvir palavrões e xingamentos da sala. Mason se virou para   Mabel com uma cara preocupada:
  - Querem que a gente saia daqui - ele comentou.
  - E qual o problema?
  - Eu não quero sair -respondeu - e eu aposto que você não quer sair daqui sem pelo menos um dos amuletos.

No momento em que a palavra "amuleto" foi lançada no ar a expressão de Mabel mudou completamente, ela ajeitou a postura, e com determinação ela olhou o irmão no fundo do semblante:

- Nós dois vamos ficar aqui. - disse com uma clareza e firmeza inquestionável - e se formos partir,  eles que continuem com a reabilitação do Will lá em casa, chega dessa palhaçada. - depois de uma breve pausa ela percebe uma coisa- quer saber de uma coisa maninho?
- O que foi? - perguntou intrigado
- O tio não vai tirar a gente daqui, relaxa....
- e como você pode ter tanta certeza Mabel?
- porque nós somos a família dele, e para os Gleeful, família é tudo. -ela deu uma pausa, relaxou e concluiu-  o tio sabe disso, e por mais que a gente irrite ele, ele não vai deixar um sócio qualquer falar merda sobre os netos dele. -ela concluí e volta a se sentar.

  E Mabel tinha toda a razão, nenhum dos gêmeos foi expulso da casa. Nos dias seguintes as coisas fluíram normalmente, nenhum incoveniente. E em um determinado dia Stanford chegou para Fiddleford com um copo de Gim e limão na mão,  e o entregou a bebida, recebendo um olhar torto como resposta.
  - O que você quer? -perguntou pegando o copo.
  - Eu estava pensando... Em soltar o William e...
  - De jeito nenhum! -respondeu antes mesmo  de Stan terminar a frase.
  - Me escute, ele não estará livre completamente, continuaria a usar as correntes, e no final do dia ele voltaria para o laboratório. Eu Quero meu empregado de volta Fiddle.
  - Não, não podemos soltar ele, porque o poder nos Amuletos está desequilibrado, e você viu o quão difícil foi conseguir captura-lo!
  - É só ajeitar os amuletos então! -retrucou abrindo os braços.
  - como se eu já não tivesse tentado fazer isso! Não importa quantas vezes eu tente, sempre que eu chego lá a mana deles está completamente desequilibrada!
  - e o que o Mertilo fala sobre isso?
  - Ah o de sempre -ele range os dentes com raiva- diz que não tem ideia do que eu esteja falando, que não sabe... Mas eu duvido.
  - Entendo... E você já tentou nossos "métodos aprimorados de interrogatório?"
  - É Claro que já!
  - E ele?
  - Nada!
  - Hmm Entendo -o silêncio paira no ar por um momento, até que uma ideia o surge - você se importa se eu tentar uma coisa com ele?
  - Se você conseguir a resposta eu até deixo você tirar ele de lá.
Stanford sorri com a proposta, se levanta arruma sua camise e vai de encontro ao Demônio.
Will estava do mesmo jeito, preso, sentado com as pernas esticadas, observando o chão com um olhar vazio, só o levantou para ver a figura do homem, que sorriu. E com cuidado, foi até às algemas do demônio, e desprendeu-as da parede, segurando as correntes das algemas, ele as mostrou para Will e as largou, e fez as mesmas coisas com as correntes dos pés. Era uma maneira dele liberar um pouco o Demônio sem perde-lo de controle. A única corrente que ele continuou a segurar era a do pescoço, mas procurou segurar a coleira pelo seu fim, dando a Will um pouco mais de liberdade, o ser apenas se levanta, confuso com o gesto, ele tinha os ombros tensos e postura curvada, uma vez ou outra ele olhava o homem nós olhos, mas rapidamente os voltava  ao chão.
- está melhor assim? - Stanford pergunta, mas Will apenas o olha com uma cara confusa e retorna a fitar o chão - pode ser sincero, está melhor assim? Quer tentar esticar as pernas e dar uma volta pelo laboratório? - insistiu na pergunta, com um tom de voz doce.

A criatura não estava entendendo, "o que ele quer?" Pensava, não tinha sentido essa mudança repentina no tratamento dele. Então Will apenas o olhou timidamente.
- O que o senhor deseja que minha resposta seja? -murmurou. Mas Stan apenas puxou um banco e se sentou suspirando.
- Não, faça o que você bem entender, ande se quiser... sente se quiser. - disse relaxando a mão que segurava a coleira.
- O -o que? -gaguejou sem entender.
- Você me ouviu, faça o que quiser.
- Se-senhor?
- Vamos! Não se preocupe, não estou armado. Não irei te punir...

Will estava perplexo, não sabia o que fazer, o que ele queria de verdade era ser livre, se ver longe dali, mas já que isso não seria possível talvez uma caminhada fosse um bom substituto. E com isso ele começou a vagar pela sala com passos lentos e calculados, já que o homem o acompanhava a cada passo.

-senhor... Se me permite... -disse baixo, enquanto dava uma volta em torno de Stan.
-diga - disse pegando a corrente de leve, e a cada passo dado pelo ser ele ia encurtando o diâmetro dela, até que Will estivesse do seu lado.- vamos pode falar.
-Por que o senhor está fazendo isso agora? -perguntou enquanto o homem se levantou e o encarou. Will abaixou a cabeça em medo, e com receio deu alguns passos para trás, e daria mais, isso é, se o homem não tivesse segurado a coleira impedindo que ele prosseguisse - me desculpa não é da minha conta saber e... - antes que ele terminasse a frase Stanford se aproxima, quase colando seus rostos.
-shhhh tá tudo bem -disse enquanto uma mão acariciava o rosto dele e a outra ia enrolando a coleira - você sabe que eu sempre me preocupei com você... -ele desce a mão até o queixo dele e em seguida coloca o polegar em seu lábio inferior.

Will desvia o olhar, se lembrando de como as coisas começaram. Antes disso tudo, as coisas eram......

Continua

Veneno azul - Reverse FallsOnde histórias criam vida. Descubra agora