uma conversa pacífica

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Notas:
Heyo estou de volta com mais um capítulo, e novamente eu não revisei a coesão ou a ortografia dele (desculpas antecipadas), e infelizmente estarei demorando ainda mais para atualizar a veneno azul, eu estou trabalhando enquanto estou tentando me formar e essas duas coisas estão demandando muito do meu tempo e saúde mental, então, até eu me resolver receio que os novos capítulos irão demorar mais do já demoram, desculpe-me por isso, tentarei atualizar assim que der, enfim divirtam-se com o capítulo. Ps: os comentários de vocês me deixam extremamente feliz, obrigada por eles!
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Enquanto o pôr do sol tingia as coisas com tons belos de roxo e laranja, os dois desciam a rua enganchados, William olhava os arredores com encanto. Era raro Os Gleeful permitirem sua saída da casa, por isso seu lugar favorito era o jardim, aquele quadrado com grama e algumas flores era o mais próximo que Will esteve de sair  e não se sentir oprimido pelas paredes frias ou pelo ar pesado da mansão. Seu olhar inquieto olhava atentamente um canário azul, a ave mais ansiosa do que aquele que lhe observa pulava frenético de fio em fio, negando-se a parar num ponto fixo, mas seu breve devaneio foi interrompido pela voz do moreno:
- No que tanto pensa? - perguntou-lhe olhando-o fixamente, seu semblante azul cintilava o laranja  do ambiente.
- Em nada senhor, estou apenas aproveitando a paisagem - limitou-se em responder fitando-lhe timidamente.
- È realmente muito bonita a vista - disse enquanto não tirava o semblante do demônio, que por sua vez desviou-lhe o olhar.
- Fazia muito tempo que eu não saia... -complementou baixinho voltando a olhar as coisas da rua até finalmente chegarem na alfaiataria.
O Alfaiate cortês fez seu trabalho, tirou-lhes as medidas do corpo de maneira meticulosa. Mas apresentou-se receoso em relação às costas completamente desfiguradas de William, não era possível ter uma explicação lógica para aquilo, nenhum tipo de acidente era capaz de deixar marcas desta natureza tão desumana, no momento em que as viu, fez questão de perguntar-lhes sobre e o ofereceu ajuda, mas Mason interveio rapidamente e acalmou o Alfaiate com uma quantidade generosa de dinheiro, e ele por sua vez voltou a trabalhar como se nada estivesse acontecido. Após alguns minutos escolhendo a cor e os tecidos das vestimentas foi estipulado um prazo e um orçamento para as peças, satisfeito, Diper ao sair da loja junto a Will elogia:
-Como de costume, seu atendimento é impecável! Muito obrigada! -e o agradeceu com mais um masso de propina- e isso é pelo incômodo que nós o causamos.

Então os dois voltaram a mansão, ouvir o grande portão de ferro e ornamentos fechar-se atrás de si e suas grades vazadas impedirem a passagem do sol, que já estava prestes a desaparecer o lembrou que, mais uma vez, ele estava preso, suspirou e imaginou o que teria acontecido se tivesse pedido ajuda ao homem das roupas, talvez ele poderia ser finalmente livre, tudo isso pra ter mais alguns minutos lá fora. Olhou melancólico para além do portão enquanto uma de suas mãos passou-lhe por cima de seu ombro e repousou até onde conseguia alcançar as próprias costas, e, de fato, antes elas eram de uma pele leitosa e macia, mas agora encontravam-se completamente humilhadas, seu tecido fino foi obrigado a se reconstruir tantas vezes que seus remendos pararam de ser eficientes,  é remendos, ele não passava disso, um monte de remendos e trapos do que antes foi um ser completo. Suspirou triste e voltou aos seus deveres.

Após o termino de sua última tarefa Will sentou-se no jardim de inverno, e ali permaneceu pensativo, arrependido de não ter se pronunciado. A caminhada com Diper foi boa, gostava de ficar com ele, e certamente, sair com ele era mil vezes melhor do que sair com Mabel, mas mesmo assim, apesar de Mason ser o mais humano entre a família não mudava o fato dele o ver como um objeto. Já fazia um tempo que Will desconfiava da verdadeira intenção por trás do afeto demonstrado pelo garoto, e a cena do laboratório com ele derretendo-se com o rapaz, só para ser mais um meio para os amuletos confirmavam suas suspeitas, aquilo o magoou profundamente, e agora, saber que toda a demonstração de carinho ou amor vindo de Diper era meramente por poder fez seu estômago doer com raiva, e por mais que sentisse seu coração apertar-lhe o peito não conseguia largar o gosto que tinha a boca do rapaz ou do perfume amadeirado de seus cabelos, ou se quer daquelas malditas mãos, que, cruéis ditavam seu estado físico e mental hora em prendas e amassos e outrora em punições e tapas, odiava aquilo, e odiava amar aquilo. Se ele quisesse se ver livre precisava entrar naquele jogo, não só isso, precisava ganhar ele. Mas não teve tempo de elaborar um plano coeso, uma vez que Pacifica juntou-se a ele no jardim carregando consigo um prato quente.

-Eu notei que você não comeu hoje - A loira deu uma pausa sentando-se do lado do demônio e o entregando a refeição- bem, pelo menos eu não vi você comer... espero que não se importe, eu esquentei a comida do almoço.

Will olhou o ato surpreso, e sorrindo pegou-lhe com delicadeza o prato das mãos, apoiando ele em seu colo.

- Só toma cuidado! Está muito quen- Ué, como você não se queimou? – tentou alerta-lo sobre a temperatura do prato, mas surpreendeu-se ao vê-lo apoiar o passadio pelando em seu colo sem se quer demonstrar desconforto.

- Ah.... eu não sei, acho que não sou tão sensível ao calor -Respondeu olhando para a comida, e, de fato, ele estava faminto. Quanto menos magia ele tinha dentro de si, com mais necessidades humanas precisava se preocupar, e coisas como dor, fome e sono passaram a fazer parte de sua vida, bom pelo menos ele ainda era imune a danos causados por fogo.

- Que legal! - a menina sorriu olhando-o comer - Bem, vou ficar aqui e te fazer companhia até você terminar, depois disso eu vou pra casa, tudo bem por você? -esperou até ele assentir com a cabeça- eu nunca te perguntei, mas nunca vi você saindo do trabalho, e olha que eu saio daqui tarde, você nunca para?
- Eu paro quando me mandam parar. -limitou-se a responder desviando o olhar e logo em seguida já colocou outra garfada na boca evitando responder as perguntas.

- Eu entendo, eles são pessoas com o temperamento bem difícil, mas você não deveria se esforçar tanto por eles. Você, assim como eu, merece descanso uma vez ou outra. - aconselhou sorrindo.

- Você não está brava por eles te forçarem a trabalhar? - perguntou assim que terminou de engolir.

- Ah estou, só não estou tão preocupada porque sei que vou sair daqui, meus pais vem me pegar cedo ou tarde. O Gideon ta mais preocupado, o pai dele não gosta muito dele,  então, ele acha essa situação até boa... -explicou.

- Entendi....

- Bem, ja que você acabou de comer... -e se levantou batendo a poeira do vestido- eu ja vou indo, tchau Will, se cuida viu? - e deu um aceno breve antes de sair do jardim.

Will se despediu da garota e a observou sair, minutos antes dela desaparecer ele a chamou:
- Ei Pacifica!...

- Sim?

- Obrigado....

Enquanto Will lavava o prato pensava na conversa que acabara de ter com a loira, e de repente se tornou claro sua situação, ele não tinha para aonde ir, ou quem o resgatar dali, mesmo que fugisse os Gleeful dariam um jeito de encontra-lo novamente, e pelos deuses! Só o pensamento de ser encontrado por eles faziam seu coração acelerar de pavor, mas o sentimento veio a tona ao sentir duas mãos o agarrarem-lhe bruscamente a barriga, apavorado  guinchou largando imediatamente o prato derrubando-o na pia. Apenas para ouvir a risada rasgada de Diper que rapidamente o largou, provavelmente mais assustado que ele próprio.

- Nossa calma..- o garoto riu, enquanto Will sem jeito catava os cacos da pia- não ta meio tarde pra você estar lavando louça?

-Eu estava com fome, então comi as sobras do almoço -gaguejou o início, ainda se recuperando do susto e cautelosamente catando os cacos-  Perdoa-me pelo prato, precisa de mim para alguma coisa? Preciso ver o Sr Gleeful daqui a pouco...

-Na verdade, preciso sim. - Sorriu-lhe maroto retirando-lhe o prato partido das mãos - fui ao seu quarto e estranhei não te ver lá.... -disse virando o demônio para si, em seguida agarrou-lhe a cintura afundando o nariz e a boca  em seu pescoço.
Ele o respondeu com um suspiro surpreso, contorceu-se para se livrar daqueles braços, mas foi em vão, quando se deu conta já estava sentado no mármore da pia com o rapaz entre suas pernas, o pressionando cada vez mais contra a parede com cada beijo sendo mais intenso que o anterior.

- Sabe, eu tenho certeza que o terno do Alfaiate vai ficar lindo em você, -Diper disse entre beijos e fungadas, lambuzando toda a jugular do demônio apenas para senti-lo arrepiar-se com seus atos- mas até lá... - e pegou o final da camisa branca dele a levantou e deleitando-se com aquele abdômen passeou vagarosamente nele com uma das mãos,  e sorriu ao sentir-lhe tremelicar o corpo todo, então finalizou com um cochicho- mas até lá te quero assim...- e para acrescentar ele percorreu aquela mão boba até o fecho da calça preta, mas nem se preocupou em desabotoa-la, forçou-lhe a entrada, fazendo Will pular de susto agarrando-se bruscamente contra o teto do armário suspenso.

-Diper, Por favor...

Veneno azul - Reverse FallsOnde histórias criam vida. Descubra agora