O caminho até seu quarto parecia uma memória distante, que apesar de estar acontecendo, só conseguia ouvir hora o pulsar eufórico do fundo de sua garganta o implorando para ele correr dali ,e hora, o estalo estridente dos saltos de Mabel, seu ouvido parecia zumbir a cada estalo, sentia seus joelhos bambolearem cada vez que se aproximava mais do cômodo, podia jurar que iria desmaiar ali mesmo sem um golpe se quer. Ele fora tão maltratado nesses últimos anos que muitas vezes acabava desmaiando a mera menção de ser tormentado, apesar, que gradualmente a família encontrou meios de não deixar isso acontecer.
Apenas retomou consciência quando sentiu a frieza estranha das algemas, elas estavam tão gélidas que chegavam a queimar, não se lembrava de como as conseguiu ,mas, tinha quase certeza de ter os dados seus pulsos, Will não demorou a resmungar não recordava delas queimarem ao toque, e deuses como queimavam! Parecia até.... não, Stan não seria louco de mergulhar-las em água benta, ou seria? Não sabia dizer, só sabia que doía.
Todos os seus sentidos estavam aguçados, preparados para o quê? Ele não tinha certeza, sentia-se acoado, um verdadeiro bicho encurralado e o fato da garota o rodear não o ajudava, apesar de Mabel ser a última pessoa com quem ele deveria se preocupar, queria ver Stanford, mas ele nem parecia estar na sala, sempre que Will se virava para tentar encontrar o anfitrião acabava encontrando Mabel, antes de receber qualquer golpe decidiu pronunciar-se:
— Mestre! Por favor, não fui eu quem pegou sua pedra! Eu não passei meses naquele laboratório por nada! Sei da importância deles e sei que não tenho permissão para se quer pensar em encostar em uma!
Rogou esperando que Stanford estivesse escutando-lhe, ele gesticulou com as mãos dando ênfase em suas próprias palavras e ali se deu conta que a ponta de seus grilhões estavam soltas, apesar de ainda queimarem seus pulsos deixando uma sensação de formigamento desconfortável, estranhou não restringirem seus movimentos, na hrealidade tudo sobre aquela sessão lhe parecia estranho, tentou explicar mais uma vez, talvez ele conseguisse se livrar dessa.
— Enquanto procurava seu amuleto, descobri que talvez outra pessoa da casa estivesse com ele...
E deu uma rápida olhada em Mabel que o retribuiu com um olhar afiado, e passou a procurar Stan, não se recordava de seu quarto parecer tão grande ou tão escuro. Isso até sentir subitamente uma argola metálica fechar-se em torno de seu pescoço, ouviu o "Click!" Dela trancando-lhe a garganta e pode finalmente sentir as mãos grossas de Stanford puxarem a corrente para baixo, no momento seguinte se viu forçado a ajoelhar-se.—Ótimo, então devolva-me a pedra!
Stanford ordenou, finalmente aparecendo e colocando-se de frente a Will, ele em resposta encolheu-se, o homem parecia maior que o normal e sua ordem foi dada de forma tão autoritária que o rapaz sentiu-se obrigado a desviar o olhar, sentiu um frio escalar cada vértebra de sua espinha, ele não tinha o amuleto. Respirou fundo e fitou o chão.— Eu estava indo pegar a pedra, mas paramos aqui antes de eu conseguir encontra-la..... — disse em um suspiro, não atreveria encarar o homem.— Mas acho que...
E sentiu o peso dos sapatos de Stan impactarem seu peito, um pisão com força e todo o ar restante que tinha para fazer a acusação saiu como uma respiração chiada de dor, o chão gelado abraçou suas costas, ele trouxe as mãos rosto como um reflexo, deuses como aquele homem era pesado! E aquilo foi seguido de uma série de chutes e ofensas, Will tentou não espernear ou gritar, mas acabou por fazer os atos.
—Stanford!! Mabel está com seu amuleto! Juro que não o tenho!!Chorou em meio às agressões, conseguia sentir o gosto ferroso de sangue na boca, só não sabia dizer se era por conta de um chute que levara no rosto ou de algo mais sério, o importante é que depois da alegação os golpes cessaram, Will tomou a oportunidade para retomar o fôlego que utilizara para proferir a verdade, mesmo que quisesse, sua visão estava embaçado demais para distinguir as expressões ou se quer a postura de Stan, para ele o homem não passava de uma figura escura em meio a um quarto mais escuro ainda.
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Veneno azul - Reverse Falls
FanfictionSeu coração acelerou de modo que era possível sentir a pulsação no fundo da garganta, ofegava, suava, tremia e gemia suplicando por mais. Ao ouvir isso, o garoto sorriu de forma maliciosa. Espalhando beijos, chupões e mordidas ele roçou seus corpos...