Mentes Quebradas, Memórias Passadas

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Seu olho tremeu ao notar o objeto, desajeitado ele se puxou para  sentar-se melhor,  e com a voz embanhada em dessespero rogou:
- Por favor! Por favor não! Não não! - levantou as mãos trêmulas em sinal de submissão- eu- eu tenho me comportado! - ao ver os dois se aproximando suplicou mais uma vez, agora, chorando- Eu tenho me comportado!!!
    Porém as figuras continuaram a se aproximar, o homem parou perto da porta, enquanto a garota, na frente da criatura coagida, com sorriso enorme no rosto debochou.
    - Há! Eu nem comecei -  e com isso desce até o nível dele, ela observa o demônio a encarar com a expressão franzida de medo - bem, talvez isso faço você se lembrar do que você fez comigo. - depois da frase ela tira do bolso uma mordaça e amarra a boca do acorrentado, que negava freneticamente com a cabeça.
   Seus ombros e peitos subiam e desciam num movimento acelerado, demonstrando  uma respiração tensa, por mais que ele tentasse se preparar para esse tipo de coisa não conseguia, seu corpo gritava para sair dali. O que era curioso é que... A menina não tinha feito nada até então, nenhum tapa, nenhum açoite, a simples menção de uma punição já era o suficiente para quebrar o demônio. E assim permaneceu por um momento, a respiração cansada e chiada de Will sem nenhum toque se quer já denunciava que não era necessário um golpe físico, visto que o emocional e o psicológico dele já estavam quebrado a um bom tempo.
   A menina sorriu com a conclusão, com o chicote ainda dobrado em sua mão, ela fez um teste, encostou sutilmente o couro da arma na bochecha de Will, segundos depois a feição dele se contorceu em dor, ao menor toque da arma foi possível ver uma fumaça branca vinda do toque, seguida de um baixo barulho de fervura, a impressão que dava era que alguém tinha jogado água fria em chamas, ao desaproximar os dois é possível ver um queimado onde o chicote abençoado encostou.
    A menina se afasta satisfeita, ao passar pelo homem ela entrega o chicote e diz:
    - meus parabéns, estão fazendo um trabalho excelente com ele.
    - eu sei - Fiddleford responde com um sorriso de canto, convencido, ele segurou a arma abençoado e junto com a garota deixa a sala.
   
  Enquanto isso acontecia no laboratório, Diper foi explorar a casa, e por acaso acabou encontrando uma biblioteca improvisada, estava cheia de caixas e livros. Depois de passar um tempo vendo livros de geologia, energia e vibrações, uma caixa específico chamou sua atenção. Ela era a mais cuidada entre as demais, ao abrir, encontrou várias cartas, algumas velas, e um jornal, muito semelhante ao que seu tio-avô costumava a carregar.
  Curioso ele pegou a primeira carta, o papel já estava amarelado e frágil pela ação do tempo, e no destinatário da carta:

    "Estimado e Querido Fiddleford......"

Veneno azul - Reverse FallsOnde histórias criam vida. Descubra agora