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"Sana"

- Sim! Uma viagem depois da nossa saída da escola seria incrível!

- Ah não sei, não somos muito de viajar - Momo falou, fazendo Jihyo a olhar com uma cara de tédio - Mas podemos ir se Sana concordar.

- O que acha, Tzuyu? - perguntei olhando para a menina, que apenas deu de ombros voltando a mexer em seu celular - Gostamos da ideia.

- Sua namorada não apresenta ânimo para isso.

- Ela só está mau humorada, não liguem para ela.

Tzuyu estava tão quieta que me incomodava, não estava fazendo qualquer tipo de piada, ou até mesmo reclamando como de costume, só estava ali, silenciosa e distante, mas a sua mão nunca se soltava da minha, ou os seus carinhos em meus fios não paravam. Ao voltarmos para casa naquele dia, Momo saiu para procurar algum trabalho mais uma vez e eu prometi a ela caso ela não achasse nada, no dia seguinte eu sairia com ela, assim tínhamos mais chances de emprego, Tzuyu quando ouviu aquilo se direcionou ao seu quarto calada, tinha medo de perguntar o que estava acontecendo, pois eu já sabia a resposta parcial.

- Tzuyu? O que aconteceu?

- Nada, Sana.

Me sentei a na sua frente arrancando o celular da sua mão e esperando para que ela me desse a devida atenção, ela me encarou durante pouco tempo voltando a olhar para as mãos, segurei o seu rosto entre as minhas palmas, a incentivando com os olhos para que falasse algo, qualquer coisa, pois o seu silêncio me incomodava muito.

- Na aula de edução física, Nayeon e Jeongyeon me procuraram - falou baixo - Me ofereceram drogas mais uma vez... mas eu te juro, Sana, eu juro pra você que não usei nada - daquela vez, eu sabia que estava falando a verdade, eu não sentia cheiro de qualquer resquício de droga, ela não havia passado mais perfume ou ao menos chupado alguma bala, ela estava limpa naquele dia - Eu quero te dizer que a partir de hoje, eu não vou usar mais nenhum droga, eu vou procurar algum lugar que possa me ajudar a fazer isso, eu quero ser uma pessoa melhor pra você. Mas eu quero que saiba que não vai ser fácil, nunca é fácil... foram três anos usando drogas e entorpecentes, terá um momento que eu ficarei louca por um maço de maconha ou por algum pó, por isso eu preciso de você... eu irei ficar mal, com dores, irei ficar fraca, e muito irritada, largar as drogas é muito mais difícil do que imagina, e eu preciso saber se você vai querer passar por isso comigo.

- Você ainda tem alguma dúvida, Tzuyu? - sorri - Vamos passar por isso juntas, certo?

Tzuyu começou a chorar quando assentiu, eu tinha que dar todo o meu suporte pra ela, tinha que estar ali por ela, ela precisava de mim naquele momento. A abracei o mais forte que conseguia, deixando as suas lágrimas caírem em meu pescoço, a deixando soluçar o quanto precisasse, o amor e o carinho que eu sentia por ela já ultrapassava qualquer sentimento de mágoa ou raiva que eu guardava no passado, agora era apenas eu e ela.

A Tzuyu valentona, idiota e babaca não existia mais, agora só existia a Tzuyu, a minha Tzuyu.

- Para de chorar... assim você me faz chorar também... - pedi já sentindo lágrimas brotarem em meus olhos, ela riu secando as lágrima e me encarando, em uma fração de segundo consegui imaginar toda a minha vida com ela, absolutamente tudo com ela, eu amava ela.

- Me diga mais sobre a viagem que iremos fazer, anjo...

- Primeiro temos que saber se passamos de ano ou não, para depois realmente marcar alguma coisa.

Passamos aquela tarde ali em sua cama, ignorando tudo ao nosso redor, celular, lição de casa, absolutamente tudo, o mais importante era nós duas.

- Se a Momo arrumar um emprego, vocês irão embora?

- Acho que já está na hora de superar a morte da Mina e voltar para a nossa casa, Tzuyu. Eu também vou arrumar algum trabalho de meio período, eu ainda não sei, é muita coisa pra duas pessoas só.

- Ou, vocês podem morar aqui conosco - falou me olhando.

- Não, Tzuyu - eu ri - Já estamos aqui por um bom tempo, não vamos dar mais gastos ao seu pai.

- Mas vocês não estão dando gastos-

- Tzuyu, não tente dizer isso, claro que estamos dando gastos. E outra, Mina ficaria feliz em ver que eu e Momo estamos conseguindo uma vida estável sem depender de ninguém.

- Mas, amor-

- Já disse que não quero depender de ninguém, Tzuyu - falei levantando o rosto para encará-la, ela continuou com os carinhos em meus cabelos mesmo com a sua cara fechada - E nem adianta ficar com essa cara.

- Vou poder ao menos te visitar?

- Claro que sim, se quiser, tem um quarto sobrando lá, pode vir morar com a gente.

- Se me pedir mais uma vez eu vou - eu sorri beijando o seu pescoço - Não irá pedir?

- Mora comigo e com a Momo?

Ela assentiu voltando a aproveitar os meus beijos em seu pescoço, seu perfume estava fraco e eu amava quando estava assim, fazia Tzuyu ser mais verdadeira, e eu gostava daquilo. Minha mão adentrou a sua camisa, acariciando a sua barriga em círculos imaginários as vezes descendo até o cós da sua calça, ela tombou a cabeça para o lado quando mordi a sua mandíbula, era a primeira vez que eu tomava a iniciativa de alguma coisa, eu estava adorando.

Subi em cima dela levantando o rosto para por fim acabar com a distância entre os nosso lábios, minha língua dessa vez comandou o ritmo que eu julguei perfeitamente lento para o momento, suas mãos em minha cintura subiram até os fios do meu cabelo me puxando para mais perto.

A neve começou a cair com mais intensidade deixando um frio tão bom em seu quarto que a minha única preocupação naquele momento foi puxar a coberta para cima de nós duas. Tzuyu começou a retirar a minha camiseta quando desabotoei sua camisa, ainda assim lentamente.

- O que está pensando em fazer, anjo? - ela perguntou assim que abri o primeiro botão da sua calça.

- Acha mesmo que só você é a ativa, Tzuyu?

- An... sim...?

- Sinto dó de você, meu amor - murmurei perto do seu ouvido voltando as mãos para os botões da sua calça.

O frio naquele momento havia passado.

...

Labirinto (Satzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora