Dez anos depois
"Tzuyu"
- Bom dia, meu nome é Chou Minatozaki Tzuyu, e hoje faz dez anos que estou sóbria, sem maconha, heroína, morfina ou cocaína - sorri assim que todos do círculo de auto ajuda bateram palmas, olhei para Noah que apenas me incentivou a falar.
- Qual foi o seu maior motivo para que parasse, a sua maior inspiração?
- A minha esposa, Sana, que na época era a minha namorada. Ela foi a minha maior inspiração para tudo.
- Muito bem, Tzuyu, todos aqui estão orgulhosos de você, igualmente a sua esposa Sana.
Eu assenti agora prestando atenção no discurso que Carol falava. Fui em direção a saída quando acabou, aquilo estava me fazendo muito bem, o meu único medo era ter recaídas, mas se em dez anos eu não tive nenhuma, talvez eu não teria mais. Acho que o círculo de auto ajuda me ajudou muito a entender sobre a minha perda de movimento nas pernas, agora aquilo fazia parte de mim, e que eu deveria aceitar aquilo.
- Nos vemos semana que vem, Tzuyu?
- Claro que sim, Noah! Até semana que vem.
"Estamos chegando, amor"
Sorri ao ler a mensagem no celular vindo de Sana. Na verdade não mudamos quase nada, bom pra falar a verdade, ela quase me matou quando a pedi em casamento em Las Vegas, uma viagem que fizemos com as nossas irmãs, foi incrível.
"Sana pov
- Eu juro que quando encontrar a Tzuyu, vou matar ela, dividir o corpo dela em pedaços e jogar para os tubarões que tem no aquário do nosso hotel comerem.
- Calma-
- CALMA? Ela some durante um dia inteiro! Não adente o celular! Chaeyoung! Estamos em Las Vegas! Vai que ela está se divertindo em algum puteiro! Comendo uma puta barata, e ainda vai chegar com aquela cara lavada, de quem não fez nada.
- Você está vermelha, Sana - Momo falou me entregando um copo d'água, eu neguei, minhas mãos trêmulas demais para aquilo - Tenta se acalmar um pouco.
- Eu juro que da próxima vez que você me pedir pra ficar calma eu te empurro dessa escada, Momo.
Dahyun arregalou os olhos, claro que a minha ameaça era complemente vaga, também tinha ideia que o meu relacionamento de quatro anos acabaria assim que os meus olhos se encontrassem com os dela. Me sentei em uma das mesas do cassino, encarando as pessoas sem muita empatia no rosto, Chaeyoung tentava ligar para Tzuyu até que tudo ficou escuro, absolutamente tudo, a não ser uma pequena luz em um certo palco não tão longe de mim, e lá estava ela, tão descarada quanto. Mas estava linda.
- Oi, anjo - ela falou sorrindo assim que testou o microfone, todos olhavam para mim, como se já soubesse o que estava acontecendo - Deve estar com muita raiva de mim agora, não é?
- Eu vou te matar, Tzuyu - falei baixo, mas com o silêncio que estava, todos conseguiram ouvir e rirem também.
- Não fique com raiva, meu amor, juro que eu posso explicar!
- Então explique! - cruzei os braços a fazendo gargalhar, eu amava tanto aquela gargalhada, eu a amava tanto.
- Todos aqui sabem o que está acontecendo, a sua irmã, as minhas irmãs sabem o porque eu sumi hoje, e logo você saberá. Não te trai, anjo, nunca faria isso, você é tão perfeita que é loucura pensar nisso, e se no começo de tudo, eu te fiz chorar, eu te fiz ficar triste, ou te desrespeitei, me perdoe, eu era uma grande babaca naquela época, e não sabia o que estava fazendo, achava aquilo certo, e hoje eu sei que está longe de ser certo. Mas eu me tornei uma mulher melhor por você, apenas por você, e você sabe disso. Não teria tanta determinação em largar as drogas se você não estivesse ao meu lado, e não é só isso que te faz ser incrível, você sempre foi tão forte e tão dona de si, e eu... sempre fui a boba da Tzuyu... - eu ri secando as lágrimas, aquele era o apelido que eu havia dado a ela, e que ela achava uma graça quando a chamava assim - Eu sou boba por você, anjo, e eu quero ser a sua bobona favorita até o final, quero te fazer sorrir, rir, chorar, quero te fazer dormir quando não conseguir, quero ser o seu ombro amigo, quero ser a sua esposa, Sana.
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Labirinto (Satzu)
Fiksi PenggemarTudo poderia ser escuro para a pequena Sana, até que a sua luz surge de um simples trabalho de escola, com a pessoa mais complicada, mas que apenas precisava ser moldada e amada juntamente.