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"Tzuyu"

- Eu vou voltar pra pegar algumas roupas de vocês ok?

- Vem com a gente, Tzuyu, por favor... - ela me abraçava fortemente pela cintura, soltando lágrimas dolorosas, que me faziam sentir a sua dor - Não me deixe sozinha...

- Hey, amor, eu nunca irei te deixar sozinha, eu vou assim que pegar algumas roupas, será rápido.

- Promete?

- Prometo, meu anjo... - sussurrei beijando o topo da sua cabeça - Olha pra mim... - aqueles olhos cheios de incerteza, medo, muito medo, me atingiram, eu respirei fundo após segurar o seu rosto entre as minhas mãos - Eu te amo, Sana, tudo vai ficar bem, ok?

- Huhum...

- Cuide dela, Momo, eu já encontro vocês no hospital.

O motorista da ambulância fechou a grande porta após as duas entrarem. Meu olhos acompanharam as sirenes vermelhas se afastarem junto a isso voltei para a casa de Sana, aonde seu "pai" estava. Ele continuava na mesma posição, encostado em um canto fumando um cigarro, passei por ele entrando no quarto de Sana pegando a sua mochila e colocando algumas roupas ali, não muitas, poderíamos voltar para pegar mais algumas.

- Como tem coragem de ajudar a Sana?

- Como tem coragem de desmerecer a Sana? - respondi para o homem fechando o zíper da mochila - No fundo eu agradeço que ela não tenha crescido perto de você.

- Suas amigas estão muito chateadas com você. Vai mesmo abandonar o barco?

- Já teria abandonado se soubesse que você é o pai da Sana.

- Eu não sou o pai dela, minhas únicas filhas são Mina e Momo, bom... agora apenas Momo.

- Você é um filha da puta mesmo... Sana só tem dezessete anos, como pode fazer isso com ela?

- Isso o que? Eu não fiz nada, Tzuyu. Apenas falei a verdade, uma hora ou outra ela iria descobrir. Ela iria descobrir que não passa de uma morta de fome, a morta de fome que deveria ter morrido naquele lixo-

Eu acertei um soco na cara dele, corria um tipo de raiva diferente em meu sangue, era quase mortal, eu aceitaria muitas coisas, menos alguém falando assim da minha namorada.

- Você nunca mais chame a minha namorada de morta de fome, você entendeu?

- Abre os olhos, Tzuyu... - ele riu esfregando a mão em sua mandíbula - Ela só está com você pelo o seu dinheiro... quando ela tiver tudo o que sempre quis , irá te abandonar-

Mais um soco, pude ver linhas de sangue saindo pela a sua boca assim que o seu rosto virou. Ele poderia até ser maior que eu - poucos centímetros - mas eu não tinha medo, eu nunca teria medo em defender a minha namorada.

- Sana nunca soube sobre o meu dinheiro, não até voltar a enxergar, e ela nunca mudou após descobrir sobre a minha condição financeira.

- Sana é uma interesseira, manipuladora, que usa o corpo pra ganhar o que quer, e olha... que belo corpo ela tem-

Minha mão se prendeu em seu pescoço o colocando contra a parede, minha mãe direita desferiu vários socos em seu estômago enquanto apertava o seu pescoço afim de vê-lo sem ar, afim de vê-lo morto bem ali na minha frente. Quando minha mão ficou dolorida inclinei meu joelho e com o mesmo continuei com os golpes em sua barriga, ele estava ficando roxo já que agora as minhas duas mãos apertavam fortemente o seu pescoço.

- Você nunca mais... coloque o nome da minha mulher nessa sua boca suja, seu filha da puta nojento - falei o jogando no chão, parece que toda a minha ira e toda a adrenalina da droga que havia fumado mais cedo estava resultando em uma Tzuyu agressiva que eu ainda não conhecia. Os chutes que eu dava em seu abdômen resultavam em cuspe de sangue que saíam pela a sua boca - Eu poderia te matar agora, mas eu não vou fazer isso. Mas da próxima vez que eu te ver perto de Sana ou Momo, eu acabo com a sua vida, e isso não é um aviso, e sim uma promessa, seu desgraçado.

Ele ficou ali jogado no chão com as mãos em sua barriga enquanto eu pegava a mochila de Sana e seguia até o quarto de Momo já com o celular na mão, ligaria para a polícia e denunciaria o que ele fazia, eu sabia muito bem o que era. Porém meu celular caiu no chão após uma voz atender, a mochila de Sana escorregou do meu ombro, e uma dor extrema percorreu todo o meu corpo, senti ao torno de cinco perfurações em meu corpo o suficiente para me fazer cair.

A partir daquele momento eu não sentia mais nada.

...

Escutei ao longe um choro, me fazendo despertar de um sono profundo, tudo estava girando quando eu abri os olhos, me sentia tão fraca que falar me parecia impossível.

- S-Sana... - murmurei, pois ela foi a primeira coisa que veio em minha cabeça. Fechei os olhos com força pois minha cabeça doía, o que havia acontecido?

- Tzuyu... - ouvi a voz doce da menina ao meu lado, segui o som da voz e finalmente pude ver o motivo da minha felicidade, a minha Sana, seu rosto estava vermelho, ela parecia sem ar, parecia chorar a muito tempo.

- Hey, anjo... estou aqui... - a puxei devagar não me importando com as dores em meu corpo quando ela me abraçou, comecei a chorar assim que escutei seus soluços, ela era tão delicada - Não chore, amor... eu estou aqui...

- Eu pensei que você iria me deixar aqui... - Sana não conseguia falar direito, fazendo meu coração quebrar em mil pedaços.

- Eu estou aqui, está tudo bem... não chore mais ok? - ela assentiu ainda com o rosto na curva do meu pescoço - Olha pra mim... viu só, estou aqui... cadê a sua irmã?

- Lá fora falando com o seu pai...

- Ah... já até havia me esquecido que tinha um pai... - eu ri

- Não ri, não estou achando graça...

- Tudo bem, havia me esquecido que você está de tpm - ela me lançou um olhar furioso, mas me deixou um selinho assim que eu soltei uma baixa risada.

- Eu não aguentaria perder você... a Mina se foi... você não pode me deixar, Tzuyu.

- Eu não sou a melhor pessoa, Sana, e eu sei que vai demorar até eu ser a namorada perfeita pra você, mas eu nunca, nunca irei te deixar, pois você é o meu anjo, e eu não posso mais ficar sem você, por mais chata que você seja as vezes.

- Boba - murmurou com a voz de choro, acaricie os seus fios raspando o meu nariz no seu, mostrando a ela que eu estava bem.

- Eu te amo, anjo... - ela nunca respondia, mas eu já sabia que ela também me amava, e aguardaria até o dia que ela estivesse pronta o suficiente para me responder de volta.

Tudo começava a se encaixar agora.

...

Labirinto (Satzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora