"Tzuyu"
Eu encarava cada pedaço do seu rosto, como se eu tivesse em algum tipo de transe mais do que agradável, como se a sua respiração falha fosse algum tipo de música na qual eu me embalava, na qual o meu coração dançava sem freio, os batimentos cardíacos estavam tão descontrolados que eu poderia ter algo bem ali. Ela abriu os seus olhos, como sempre em um ponto só, suas bochechas estavam vermelhas, tão... tão... linda é adorável.
- Está com vergonha?
- N-não... - ela acenou positivamente, parando e se embaralhando com a sua própria resposta, eu ri, cobrindo as suas mãos com as minhas, eu as tirei do meu rosto suspirando de uma forma que eu nunca havia feito antes.
- Está com fome?
- Um pouco.
- Me acompanha até a cozinha?
Não dei tempo para ela responder, a pegando em meus braços e correndo pelo o longo corredor até a minha cozinha, a sua risada havia virado algo tão confortável para mim, como se enquanto eu escutasse aquele som, nada de ruim poderia me afetar, com ela, a vontade de usar alguma droga sumia, eu praticamente esquecia o que era aquilo, e era bom enquanto durava.
- Eu sabia que aquela professora iria falar da minha letra!
- É tão ruim assim?
- Digamos que ela é estável, mas eu consigo entendê-la.
- Uma vez eu soube que gênios tem a letra "feia".
- Então tem algo de errado com a minha letra, pois gênio é a última coisa que eu sou.
- Não se coloque tão pra baixo, Tzuyu. Nós tiramos A, e alguma parte foi graças a você.
- Você se engana, tudo foi graças a você, a sua ideia de fazer algo manuscrito, e as suas respostas eram mil vezes melhores que as minhas-
- TZUYU, CHEGAMOS!
Dahyun gritou assim que abriu a porta principal, as duas me viram na cozinha e franziram o cenho assim que viram Sana dedilhando a embalagem de hambúrguer que eu tirará do congelador.
- Oi, anãs. Essa é a Sana, minha amiga.
- Ah, você é a menina especial da sala da Tzuyu! Meu nome é Dahyun.
- E o meu é Chaeyoung, prazer em conhecê-la!
- O prazer é meu.
- Nós vamos subir para fazer o dever de casa. Tchau, Sana.
- Tchau.
Voltei a minha atenção para o que fazia no fogão, me dando conta que nunca havia apresentando alguém como "amiga" para as minhas irmãs, Jeongyeon e Nayeon eram as últimas pessoas que eu apresentaria para Dahyun e Chaeyoung, por motivos óbvios claro. Mas aquilo havia sido novo.
- Aqui... direto da cozinha Chou!
- O cheiro está bom! - eu a observei, ela parecia uma garota tão frágil, mas que surpreendia a todos mostrando que não era, ela era longe de ser frágil, ela era muito, muito forte. Já podia alegar que os meus sorrisos e risadas eram mais que sinceros ao seu lado, acho que o mais sinceros de toda a minha vida.
Eu estiquei a minha mão, tirando algumas mexas de cabelo que caiam em seu rosto, aquele tom castanho claro combinava com ela, acho que ela ficaria boa em qualquer cor de cabelo, mas aquele em si, sempre seria o meu favorito. Mais uma vez as suas bochechas ganharam tons vermelhos, como se tivesse tomado um pouco de sol, como se fosse completamente natural, mais uma vez, linda. Deixei a minha mão descansando em sua bochecha, e mesmo que ela não me enxergasse, tinha a certeza que ela sabia que naquele exato momento eu estava sorrindo.
- Hum... duas estrelas.
- Porque só duas?
- Tem picles, eu não gosto de picles. Mas mais uma vez, o ambiente é agradável.
- A gerência agradece pelo o elogio, senhorita Minatozaki.
- É engraçado quando você me chama assim.
- Senhorita Minatozaki?
- Sim.
Eu ri descendo o dedão até o canto da sua boca e limpando um pouco do molho que havia escorrido ali, não me importava em ficar a encarando, poderia fazer aquilo o dia inteiro não era difícil.
- Entregue - falei estacionando enfrente a sua casa, me apressei em abrir a porta do carro e após entregar a sua bengala, me inclinei para dar um demorado beijo em sua bochecha - Tchau, anjo.
- Tchau, Tzuyu.
...
- É de uma ótima qualidade.
- Ainda bem, pois se não a Tzuyu já teria infartado bem aí.
- Cala a boca, Nayeon.
Estava concentrada demais na fileira de cocaína que fazia em cima da mesa, a música estava alta no andar de baixo, as pessoas estavam distraídas então esse foi o melhor momento para nós três desfrutarmos do que Jeongyeon havia trago naquela festa. Meu nariz já ardia um pouco, e eu já sentia o efeito da heroína sobre mim, e resolvi me aventurar um pouco mais.
- Ow, devagar aí. Quer ter uma overdose?
- Faço isso dês dos quinze, se não tive ainda, nunca irei ter.
Pronta para inalar mais uma fileira senti o meu celular vibrar, e mesmo relutante eu o atendi, era Jihyo. Mas o que ela queria as duas da manhã?
- O que você quer? Como tem o meu número?
- Todos da escola tem o seu número.
- Duas da manhã, Jihyo, qualquer pessoa normal não me ligaria a essa hora... a esqueci, você não é normal.
- Não vou me ofender com mais uma das suas piadas, Tzuyu, Sana me pediu para te ligar.
Eu engoli seco olhando para Jeongyeon e Nayeon, me levantando em seguida e caminhando pelo o corredor até o último quarto que havia ali. Eu não entendi o porque havia feito aquilo, mas sentia que era o melhor na ocasião.
- O que aconteceu?
- Sana escorregou no banheiro-
- E ela está bem? Posso falar com ela? - eu esperei por alguns segundos batucando inquieta na cama, mas levantando na hora que ouvi um suspiro.
- Oi, Tzuyu...
- O que aconteceu, Sana? Como você está? Se machucou muito?
- Eu cai depois que sai do banho. Eu estou bem. E quebrei o braço, apenas isso.
- Apenas isso? Ok, me passe o endereço que eu estou indo para aí agora.
- Não precisa-
- Estou esperando o endereço, peça para Jihyo me mandar por mensagem, já estou a caminho.
Eu desliguei o celular correndo até o quarto aonde Jeongyeon e Nayeon estavam ainda se drogando, peguei a chave do meu carro e a minha carteira olhando em volta em seguida para ver se estava esquecendo de algo.
- Hey aonde vai? A festa acabou de começar!
- Ham... Dahyun machucou o pé, então o meu pai me pediu para voltar. Foi mal meninas.
O meu celular apitou provavelmente sendo a mensagem de Jihyo, sendo mais um motivo para mim sair às pressas dali.
...

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Labirinto (Satzu)
Hayran KurguTudo poderia ser escuro para a pequena Sana, até que a sua luz surge de um simples trabalho de escola, com a pessoa mais complicada, mas que apenas precisava ser moldada e amada juntamente.