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- Sana...?

- Seus olhos são lindos, Tzuyu...

- Você... você está enxergando? - levantei me sentando mais perto dela, percebendo que ela acompanhava cada movimento com os olhos, fazendo assim meu sorriso começar a nascer sem controle algum para ser pequeno - Anjo...

- Eu estou... estou enxergando, Tzuyu... - sua voz era baixa e chorosa quando segurei o seu rosto olhando no fundo dos seus olhos, ela me encarava de volta, o que me fazia quase cair para trás de tanta felicidade.

- Eu acho que quem irá desmaiar agora será eu, anjo...

Nós duas rimos quando eu fechei os olhos, mas tudo ficou quieto assim que grudei a minha boca na sua, não perdendo tempo já penetrando a minha língua ali querendo afobadamente sentir o doce que sempre havia em seus lábios, seu gloss era suave mas me fazia sentir coisas intensa assim que a beijava, era como algo de outro mundo, sua mão entrou por entre os meus fios me puxando com necessidade para mais perto, como se nunca tivéssemos nos beijado antes, sua cabeça inclinada levemente para o lado deixando-me controlar tudo do jeito que eu queria parando apenas quando a porta foi aberta me fazendo dar um pulo e ficar de pé ao seu lado, Mina arqueou uma das sobrancelhas ao ver a boca de Sana meio vermelha e inchada, eu só pude rir baixo naquele momento.

- Os médicos falaram que não encontraram em seus exames, Sana, então podemos ir para a casa.

- Eu levo vocês - falei em uma tentativa de causar uma boa - segunda - impressão já que a primeira não havia sido as das melhores.

- Já está bem tarde, Tzuyu, podemos pegar um táxi.

- Já que está tarde e Tzuyu está querendo nos levar para casa, porque não a deixa dormir lá, Mina? - Sana perguntou esperançosa - Há um colchão reserva, e eu tenho certeza que vocês não se incomodariam certo?

- Quer fazer a Mina ter um infarto, Sana? - Momo murmurou vendo a cara de "espanto" que a sua irmã mais velha havia feito.

- Não se preocupe, anjo, não está tão tarde-

- Está perigoso o suficiente para você voltar para casa sozinha, Tzuyu, mesmo de carro. Você pode ser assaltada. Vamos, Mina, é só uma noite!

- O que eu não faço por você... - a mulher resmungou ajudando Sana se levantar, podia ver a felicidade nos olhos dela, e aquilo por si só me fazia feliz.

Foi diferente, bem diferente até chegarmos na casa de Sana, ela olhava para tudo, absolutamente tudo, no carro a sua concentração era ver os outros carros na rua, os letreiros luminosos dos bares, pessoas, ela se virava para Momo que estava ao seu lado, tocando o seu rosto e dando risada mal acreditando que podia enxergar, eu apenas sorria calada, pois aquele momento era incrível demais para ser quebrado por palavras.

- Nossa... a nossa casa é linda, Mina...  meu quarto! Vou ver o meu quarto! - ela parecia uma criança, e eu entendi naquele momento o porque Mina chorava, era simplesmente lindo vê-la assim, tão surpresa com as coisas simples que agora para ela era novo - Tzuyu! Vem aqui!

Olhei para Mina e Momo que apenas assentiram com a cabeça deixando-me passar pelo o mini corredor até o quarto de Sana, que tinha a feição meio desanimada, mas mesmo assim sorria de orelha a orelha.

- Meu quarto é sem graça.

- Claro que não, anjo, só precisa ser decorado da sua forma, irá ficar lindo.

- Posso te contar algo?

Me sentei atrás dela, encostando as minhas costas na parede e a abrigando entre as minhas pernas deixando meus braços circularem a sua cintura escutando atentamente tudo o que ela me falaria naquele momento.

- Eu sonhei com algo estranho, Tzuyu, enquanto estava no hospital... eu me via, assim como eu vejo você eu mesma me via, bom eu não sei se era eu, mas eram uma adolescente, uma criança e um bebê, estavam na rua enquanto algo brilhava, estava embasada essa parte, mas parecia fogo, eu via a adolescente pegando o bebê no colo, junto a mão da criança, as três correram atrás de um homem, que... apenas bateu no rosto da adolescente gritando coisas que eu não entendi depois disso ele continuava andando deixando as três ali sozinha... eu digo que era eu pois, agora que eu vi Momo e Mina as outras duas pessoas que estavam no meu sonho eram parecidas com elas porém mais novas... acha que... que está ligado a mim? - ainda fiquei um tempo calada processando algumas informações recentes, franzindo o cenho quando ela olhou para mim.

- Eu... eu não sei, Sana... você já tentou conversar com a Mina sobre o seu passado?

- Claro que sim - respondeu chateada - Mas ela sempre muda de assunto, e quando diz algo, não sinto verdade na sua voz...

- Acho que vocês duas deveriam conversar sobre isso, meu amor.

- É... espera que? - ela deu um salto agora se sentado de frente pra mim, eu permaneci parada sem entender o que havia acontecido - Do que... do que você me chamou?

- De anjo...? - respondi meio sem jeito - Me diga, quer que eu faça um desenho no seu guarda roupa?

- Tzuyu, não mude de assunto, você não me chamou de "anjo" do que você me chamou? - ela perguntou sorrindo divertida quando eu revirei os olhos pegando um travesseiro e o colocando em meu rosto, mas a sua risada me fazia sorrir também - Eu quero ouvir! Do que você me chamou?

- Puta que pariu, você é chata! - reclamei a ouvindo gargalhar e após se sentar em meu colo ela tentou retirar o travesseiro do meu rosto - Ok, Sana! Eu te chamei de meu amor, satisfeita agora?

- Você é tão fofa, Tzuyu.

Deixei minhas mãos descansadas em sua cintura as apertando quando ela se inclinou para me beijar, acho que estávamos viciadas no beijo uma da outra, pelo menos eu estava, não só no beijo, mas em tudo que se tratava e vinha de Sana, já era o quinto dia que eu não usava nenhuma droga, e mesmo parecendo pouco, eu sabia que já era um grande avanço, e era graças a ela.

Senti que o ar mudava aos poucos conforme Sana apertava e arranhava a minha nuca, me fazendo a puxar cada vez mais contra mim, inquietas minhas mãos desceram até as suas nádegas, deixando apertos fortes fazendo tudo ter segundas intenções naquele momento. Sana mordeu o meu lábio inferior quando penetrei minhas mãos pelo o seu shorts trazendo uma das mãos para frente encontrando a sua intimidade um pouco molhada, seu gemido contra a minha boca me fez pressionar ainda mais os dedos ali, seu quadril se movimentando em cima de mim, agora sim podendo a ouvir já que a minha concentração naquele momento era em seu pescoço.

Mas eu sabia que aquilo não iria durar.

Ouvimos Mina fazer um barulho com a garganta, nos fazendo dar um pulo pelo o susto, minha mão abonando a sua intimidade e indo para trás das minhas costas enquanto nós duas espremíamos os lábios, vendo a irmã de Sana com cara de poucos amigos.

- Tzuyu, eu arrumei o sofá para você-

- Minha cama é grande o suficiente, Mina.

- Sana, eu não vou deixar ela dormir aqui com você. Já está abusando demais da minha bondade - me levantei assim que percebemos que Mina não sairia dali até que eu fosse para a sala, aquilo seria complicado.

-Boa noite, anjo - sussurrei deixando um suave selinho em seus lábios e depois um demorado beijo no topo da sua cabeça - Durma bem.

- Boa noite, Tzuyu.

- Boa noite, Mina - desejei a vendo dar apenas um aceno com cabeça.

Mesmo sabendo que seria difícil, eu sorria, estava com Sana, ela estava comigo, ela estava feliz, eu estava feliz... acho que estava tudo bem.

...

Labirinto (Satzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora