2. Pontes

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Poderia ser um outro Harry.

Foi o primeiro pensamento que surgiu em sua mente quando Harry acordou na manhã seguinte. Ele havia acabado de abrir os olhos e as palavras já estavam lá, breves, mas insistentes em sua mente.

Ele poderia nem estar pensando em mim. Poderia ser outra pessoa.

Ele tinha ido dormir na noite passado com Malfoy tomando conta de sua mente, e seu sono, nada sutil, mas completamente agitado, estava cheio de imagens do sonserino, principalmente de como ele estava no momento em que gozou, gemendo o nome de Harry. Mas sobre a luz quase sóbria da manhã, as coisas pareciam muito diferentes. Ele percebeu que havia pulado direto para as conclusões, assumindo a ideia de que era nele que Malfoy estava pensando e não outro Harry, talvez alguém que ele conhecesse fora da escola. Talvez Malfoy tivesse tido um namorado, que coincidentemente também se chamava Harry. Fazia muito mais sentido do que Malfoy, do nada, querer Harry Potter entre todos os outros. O loiro não demonstrou nenhum outro sentimento além de desprezo, desdenho ou um ódio declarado em direção a Harry nos sete anos em que eles se conheciam e Harry acreditava que nada poderia mudar isso. Nem mesmo após ter derrotado Voldemort, ou salvo a vida de Malfoy e mantido seus pais longe de Azkaban alguma coisa poderia mudar. No máximo, Malfoy deveria estar ressentido por Harry ter retornado da guerra como um herói, enquanto seu nome estava enterrado em desgraças. Não, Malfoy não queria Harry. Ele nunca poderia querer ele.

Ele engoliu sua decepção e se repreendeu por ter chegado a sentir isso. Não era como se Harry também quisesse Malfoy. Ele era um arrogante, mimado e um narcisista supremacista de sangue. De nada mudava o fato de que o idiota também era incrivelmente atrativo. Harry nunca havia se interessado apenas pela aparência e não começaria a fazer isso agora.

E ele tinha a Gina. Ele amava Gina.

E Malfoy era um idiota arrogante.

Que nem queria ele, então...

Ainda assim, no momento em que entrou no Grande Salão para o café da manhã, ele não conseguiu não olhar rapidamente para a mesa da Sonserina, seus olhos buscando rapidamente pelos cabelos loiros, antes de recair sobre seus colegas da Grifinória. A olhadela não lhe revelou muita coisa; o loiro estava apenas tomando café, seu rosto impassível enquanto conversava com Blásio Zabini. Ele parecia perfeitamente normal. Como sempre.

— Bom dia, Harry — Hermione disse, olhando por cima de sua cópia de O Profeta Diário, sorrindo levemente.

— Bom dia, gente — Harry disse, sentando-se ao lado de Neville e começando a encher o seu prato.

— Que treino fantástico ontem, Harry — Rony comentou, depois de engolido uma garfada cheia de bacon e ovos. — Se a gente continuar assim, vamos acabar com a Corvinal mês que vem, tenho certeza.

— É, eu também acho — Harry disse. — Talbott foi uma ótima escolha. Tenho que te agradecer por isso.

Rony sorriu. Ele que havia dado a sugestão para Harry de aceitar Ben Talbott como o novo batedor, apesar de ele ainda estar no terceiro ano. Mas o garoto tinha um balanço poderoso e uma excelente mira. Talbott ficou tão nervoso durante as seleções que Harry estava pronto para desclassificá-lo por não conseguir controlar sua pressão, mas Rony havia visto alguma coisa no garoto e pediu que Harry desse uma chance. E valeu bastante a pena.

Não era a primeira vez que Harry pensava que o time de Quadribol da Grifinória ficaria melhor se Rony fosse o seu capitão. Seu melhor amigo sempre havia sido o melhor estrategista, como aquela vez do xadrez poderia confirmar, e mesmo depois da busca pelas Horcruxes e a Batalha de Hogwarts, Rony havia apenas ganhado mais sabedoria e confiança, se tornando um verdadeiro líder.

Diga meu nome - DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora