18. Segunda natureza

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— Sua amiga está se saindo muito bem — Draco comentou com Harry, enquanto os dois observavam Vesper a algumas mesas de distância. Todo o oitavo ano havia decidido ir até o Três Vassouras para descansar depois do que tinha sido uma semana intensa e, como prometido, Harry convidou Vesper. Ele vinha se perguntando como ela iria lidar sendo a pessoa nova em uma situação onde todos se conheciam há anos, mas ela estava conseguindo se virar, especialmente entre os garotos.

Ele não deveria estar surpreso, na verdade. Ela era uma pessoa extrovertida, o tipo que conseguia se dar bem com quase todo mundo. O fato de ela estar usando roupas estilo trouxa que apertava seu corpo e mostrava um pouco mais de pele do que o normal, também ajudava. Ela também tinha feito alguma coisa com maquiagem que deixou sua pele macia e seus olhos negros e ardentes.

— Muito bem, eu diria — Harry concordou. Todos os garotos solteiros do oitavo ano, incluindo Terry Boot, Justin Finch-Fletchley e Simas Finnigan, giravam ao seu redor como mariposas em uma lâmpada. — Ela está bonita hoje. Eu nunca tinha percebido o quanto ela era bonita antes.

Isso fez com que Draco levantasse uma sobrancelha e Harry revirou os olhos.

— Ah, foi só uma observação — ele disse, exasperado. — Ela sempre está usando roupas mais simples no trabalho e eu nunca vi ela assim. É só isso. Creio que você saiba que não precisa ficar com ciúmes.

Draco cerrou os lábios e então suspirou. — Sim, eu sei. Mas eu acho que ela pode estar atraída por você.

Como se provando o que Draco tinha acabado de dizer, Vesper escolheu aquele momento para levantar o olhar de sua conversa com Justin e piscou na direção de Harry. Harry sabia que era apenas o jeito dela de deixar claro que estava tudo bem e que ele não deveria se preocupar com ela, mas Draco compreendeu isso diferente.

— Está vendo?

— Ela é assim com todo mundo. E vou te dizer que ela te acha mais atraente do que eu. Ela disse isso na minha cara. Ela te chamou de "um delicioso pedaço de bolo" uma vez.

Isso teve o efeito desejado em fazer Draco sorrir. — Talvez, mas eu sou gay. Ela sabe que não tem uma chance comigo.

— Ela sabe que não tem uma chance comigo também.

— Sim, mas ela poderia — Draco contradisse. — Porque você é bissexual.

— Sim, mas eu já estou comprometido.

— Sim, mas isso não faz com que ela pare de fantasiar sobre essa possibilidade.

— Você não acha que a gente está andando em círculos? — Harry perguntou. — Você está tão convencido que isso é verdade, que não tem nada que eu possa fazer para te provar o contrário.

— Eu acho que agora eu estou percebendo que, por causa da sua sexualidade, eu basicamente tenho a humanidade inteira com quem competir.

Harry bufou. — Não toda a humanidade. Pelo menos não os homens héteros e as lésbicas.

— Quando se trata de você, eu não vou excluir essa possibilidade — Draco disse, sarcástico.

Harry suspirou. — Você percebe que está sendo ridículo, né?

— Sim, eu sei — Draco admitiu, mas ainda com uma careta.

— Ela pode ser bonita, mas você é muito mais — Harry beijou Draco na bochecha, esperando que ele fosse rir. O tom de sua voz ficou mais fino ao dizer: — Você é a pessoa mais bonita do mundo.

— Santo Merlin, você é irritante — Draco respondeu, segurando um sorriso.

Harry se inclinou, de modo que sua boca ficou apenas alguns centímetros de distância do ouvido de Draco. — Não tem competição alguma, Draco — ele disse, sua voz quieta e rouca. Isso fez Draco se arrepiar, um efeito que Harry gostava muito. — Eu já tenho exatamente o que eu quero. O que eu sempre vou querer.

Diga meu nome - DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora