Epílogo: Escritos na parede

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Quando Harry chegou em casa, ele imediatamente sentiu-se dominado por uma variedade de aromas deliciosos: limão, tomilho, chalota e algo fumegante e saboroso que flutuava forte e tentadoramente pelo hall de entrada. Ele sorriu. Monstro já deveria estar cozinhando há algum tempo, para os aromas chegarem à frente da casa daquele jeito.

Harry tirou seu paletó e afrouxou um pouco sua gravata antes de caminhar até a cozinha, onde encontrou o elfo no fogão, onde estava deglaçando um molho, exatamente como Harry havia suspeitado, a julgar pelo aroma. Dois bifes grossos de primeira estavam descansando sobre a tábua de corte, grelhados até a perfeição, e a boca de Harry se encheu de água. Esse seria um ótimo jantar.

— Bem-vindo de volta, Mestre Harry — Monstro disse, levantando o olhar do fogão. — Como estava indo o trabalho hoje, senhor?

— Muito bem, Monstro, obrigado — Harry respondeu. — Isso parece absolutamente delicioso.

Monstro havia insistido em planejar o menu para o jantar, que ele faria ser especial. Até então, parecia que ele estava indo pelo caminho certo.

— Jantar está ficando pronto em quinze minutos — Monstro disse. — Mestre Draco está precisando ser avisado.

Harry riu. Aquela era a forma de Monstro dizer que Harry deveria avisá-lo; mas porque Monstro não queria avisar ele mesmo, Harry não tinha ideia.

— Ele ficou escondido no laboratório o dia inteiro? — ele perguntou ao elfo.

— Quase, senhor — as enormes orelhas de Monstro caíram levemente. — Ele estava deixando a casa há menos de duas horas, parecendo muito bravo, e voltando sem falar com Monstro.

— Hm — então era por isso que Monstro estava evitando o outro mestre da casa. Ele não gostava de Draco quando ele estava de mau humor; ele estava emocionado, logo quando Draco havia se mudado, com a perspectiva de servir um verdadeiro descendente da Casa Black, mas a verdade era que ele costumava ser bastante sensível aos humores de Draco. Harry dificilmente achava que Draco estava mesmo "muito bravo" quando ele deixou a casa e provavelmente estava apenas irritado. Ele ficava assim às vezes, quando uma poção não dava certo. — Eu vou falar com ele, Monstro.

— Muito bem, Mestre Harry, senhor — o elfo disse, parecendo aliviado.

Harry riu sozinho enquanto subia as escadas. Ele ficou feliz em ver que a porta para o laboratório de Draco estava entreaberta, o que significava não se importar caso fosse perturbado por alguém.

Ainda assim, Harry permaneceu na porta silenciosamente, para distraí-lo, uma vez que Draco estava curvado ao maior caldeirão, cuidadosamente adicionando gotas de um líquido verde iridescente enquanto a poção chiava.

O cabelo de Draco estava uma bagunça, apontando para cima em ângulos estranhos, um claro sinal de que a poção estava se mostrando um esforço frustrante, afinal. Sem dúvida, Draco faria uma careta ao se ver no espelho, mas Harry o achou adorável.

Draco colocou o frasco com o líquido sobre a mesa de trabalho e misturou a poção cuidadosamente, seu antebraço flexionando um pouco e seus dedos hábeis e elegantes agitando o bastão de mistura. Harry lambeu seus lábios. Ele amava observar Draco trabalhar e ele não conseguia fazer isso com muita frequência.

Draco retirou o bastão, usou um feitiço de limpeza com sua varinha para limpá-la e a colocou sobre a mesa antes de virar-se para Harry. Ele tinha um sorriso envergonhado no rosto.

— Eu deveria ter terminado de fermentar isso há uma hora, mas aparentemente eu não armazenei um dos ingredientes corretamente e tudo estragou. Erro de amador, meu mestre de poções me diria, se ele estivesse aqui — o tom de sua voz estava repleto de pesar e arrependimento. — Eu precisei correr até o Beco Diagonal para comprar mais.

Diga meu nome - DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora