13. Confissões

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Harry segurou um bocejo enquanto assistia um dos alunos de Kemp, um alto mas desajeitado, de vinte anos, lutar contra um oponente virtual no centro de treinamento. O bruxo era hábil em seus pés, mas ele tinha uma defesa fraca que era facilmente penetrada, e sua mira com azarações deixavam a desejar.

Kemp estava gritando as mesmas críticas para seu aluno, Gerald tentando escutar e seguir as instruções enquanto se certificava do oponente, que estava no nível médio. Harry mordeu seus lábios, segurando outro bocejo. Essa não era, de forma alguma, a sua parte favorita no estágio.

Não era como se ele não tivesse interesse nos métodos de ensino de Kemp. Na verdade, Kemp era bastante efetivo na maior parte das circunstâncias. Ele tinha uma habilidade em descobrir o estilo de aprendizado de cada aluno rapidamente, usando isso como vantagem. Alguns, como Harry, precisavam ver fisicamente o que fazer, precisavam sentir em seus corpos, em seus músculos. Outros precisavam de instruções orais ou demonstrações com recursos visuais. Mas Kemp parecia saber disso tudo. Além disso, a sua compreensão da técnica era extensiva. Harry tinha apenas aparecido em algumas sessões com ele, mas já estava vendo uma grande melhora.

Mas, no geral, Harry gostava do trabalho de Kemp, exceto pela parte em que o foco era demais em competições de duelos, especificamente. A maioria dos alunos que vinham em busca de instruções de Kemp queria se tornar duelistas também, mais do que simplesmente mestres da arte da defesa em ordem de proteger a si mesmo, que era o que Harry originalmente havia desejado.

Por conta disso, bastante tempo foi gasto com uma ênfase em regras de competições e etiqueta, assim como em alguns pequenos detalhes técnicos que iriam evitar o duelista de perder pontos com os juízes. Muito pouco se falou na efetividade das azarações ou em sobreviver a uma situação verdadeiramente perigosa, que era o interesse de Harry na maior parte do tempo. Ele já havia mencionado isso a Kemp, não querendo parecer decepcionado, mas simplesmente curioso, e Kemp havia dito que, agora que a guerra tinha chegado ao fim, a maioria das pessoas não se preocupavam mais com sua segurança física. — Pode não ser muito inteligente da parte deles — Kemp havia dito. — Mas as coisas são assim agora.

Harry precisava aceitar a visão dele.

Ele olhou para o relógio, ansioso para que o mesmo atingisse às cinco horas e a sessão acabasse. Então ele mesmo se colocaria no centro com Kemp antes de ir para casa.

— Potter — Kemp disse, virando-se para Harry. — Algo a acrescentar?

Merda. Gerald já havia derrotado o oponente virtual e Kemp estava obviamente lhe dando o retorno quando Harry não estava prestando atenção. Ele pensou rápido. — Hm, a perna esquerda dele — ele disse.

— O que tem ela? — perguntou Kemp.

— Ela não se move de acordo com o seu torso quando ele troca de pés. Isso o deixa mais lento.

Kemp o encarou. — Muito bem. Você ouviu isso, Gerald? O Sr. Potter também notou isso. Nós vínhamos conversando sobre seus pés há um tempo, não é mesmo?

O estudante coçou sua nuca. — Sim, senhor.

— Que bom então. Nós vamos trabalhar isso semana que vem. Por agora, já terminamos.

Gerald agradeceu Kemp e deixou o centro e Kemp imediatamente virou-se para Harry. — Agora, Potter, me mostre o que você tem. Eu espero que você esteja trabalhando naquelas azarações que conversamos na semana passada.

— Sim, senhor — Harry disse. Ele vinha praticando todas as noites. Essa era a parte em que ele era bom e adorava imensamente.

— Vamos colocar um grau acima do nível médico e ver como você se vira com isso — disse Kemp com um sorrisinho. Harry concordou com a cabeça e então se ajeitou na posição de luta. Aquilo já estava começando a parecer normal.

Diga meu nome - DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora