3. Sinais

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— Harry, por que você decidiu fazer par com Malfoy?

Harry olhou por cima de seu trabalho de Transfiguração, surpreso que havia sido Hermione a primeira a não se segurar e perguntar primeiro. Ele pensou, claro, que seria Rony. Ele também pensou, obviamente, que um deles iria perguntar assim que a aula de Poções terminasse, ao invés de esperar o dia inteiro até o jantar, quando eles já estavam de volta ao salão comunal e estudando em silêncio. Ele encolheu os ombros.

— Ninguém ia fazer par com ele. Ele acabaria preso com a pobre alma que sobrasse. Eu pensei se alguém tinha que ser voluntário, que fosse eu.

— Mas agora é você que está preso com ele até o final do semestre — Rony disse. — Ou perto do final, pelo menos. E esse projeto é para ser desenvolvido, não é como se você conseguisse fazê-lo sozinho. Vocês vão ter que passar, sabe, um tempo juntos, fora da aula.

Rony estava certo sobre isso. O projeto de poções ia exigir muitas noites mal dormidas na bibliotecas, pesquisando, e as duplas teriam que coordenar seus esforços. Slughorn havia dado para cada dupla uma poção que precisava urgentemente de uma melhoria, ou porque tinha efeitos colaterais perigosos ou porque seu desenvolvimento estava estagnado e a receita atual estava incompleta. Cada dupla precisava experimentar e ajustar os ingredientes e metodologias de sua posição para que pudessem melhorá-la. Era a tarefa mais assustadora que Harry já havia recebido, uma vez que esperavam que ele saísse bem onde vários outros já haviam falhado. Na verdade, ele agradeceu profundamente que tinha Malfoy como sua dupla; Malfoy faria de tudo em suas habilidades para se certificar de que eles não iriam falhar.

— Ossos do ofício — disse Harry.

— Isso é uma coisa que eu não escuto saindo muito da sua boca — Hermione observou. — O que te levou até essa aceitação zen?

— Experiências de quase morte fazem isso com você — Harry respondeu. — Eu só não entendo porque fazer um caso todo sobre isso. Você também não está de dupla com um sonserino?

— Zabini é sem dúvidas o mais tolerável de todo aquele grupo — Hermione disse. — A família dele foi neutra durante a guerra e eu não que ele acredite na maioria das crenças dos puristas de sangue como seus amigos. Ele foi muito respeitoso comigo durante a aula.

— Malfoy é diferente, Harry — Rony continuou. — Você vai ver. É só uma questão de tempo até ele dizer alguma coisa horrível sobre a Hermione, ou seus pais ou Dumbledore e você vai ficar bravo e todo o incidente do sexto ano no banheiro vai acontecer de novo.

Harry ficou levemente ressentido de Rony ter se lembrado daquilo. Ele ainda se sentia culpado do que havia acontecido. — Eu não acho que isso vai acontecer — Harry disse. — Eu realmente acho que não. Não que eu ache que o Malfoy mudou ou de alguma forma se tornou uma pessoa melhor, mas eu mudei. Não acho que eu vá me importar muito.

— Só não venha até mim quando precisar de ajuda para esconder o corpo — Rony disse. — Não quero participar disso.

Harry riu, balançando sua cabeça, sabendo que nunca iria conseguir explicar para os seus amigos porque ele havia tomado a decisão de fazer dupla com Malfoy. Ele mal conseguia explicar isso para si mesmo, mesmo sabendo que ter visto Malfoy no chuveiro um dia antes, no mínimo, tinha alguma coisa a ver. Mas sua boca seria um túmulo, era uma memória que ele nunca iria compartilhar com outra pessoa.

***

A posição dada para Harry e Draco era justamente o tipo de poção que Harry não teria paciência para preparar se tivesse que fazer sozinho. Dependia de um tempo preciso; um tinha que marinar os olhos de tarântula por exatamente doze minutos e treze segundos antes de adicionar a raiz triturada de arcádia e então precisava ser mexido uma vez no sentido horário e duas vezes no sentido anti-horário a cada quarenta segundos. Qualquer desvio das estritas instruções, faria com que as chances de efeitos colaterais perigosos aumentassem exponencialmente.

Diga meu nome - DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora