The Red Bow - Babitan

Little Things

Opa! Capítulo de hoje tem música recomendada: (Tattle Tale - Glass Vase Cello)

Ps: Prestem atenção nas datas, fazem muita diferença.

Boa leitura! Aproveitem :)

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02 de Novembro de 2014. - Primeiro ano da faculdade.

As semanas se passaram rapidamente e com elas o mês de novembro que, para Babi, se tornava mágico pelo simples fato de ser natal. Sim, ela era clichê ao ponto de ser apaixonada por luzes natalinas, bonecos de neve, árvores de natal e a família reunida em volta da mesa para a ceia. É assim que foi criada, em uma família grande onde todo ano era comemorado o natal de forma simples, mas em união. Babi amava estar em volta das pessoas, amava a forma protetora de seus pais e sabia que devia tudo o que tinha a eles que sempre acreditaram em seus sonhos, especialmente Adinan que a incentivou a se inscrever em Juilliard desde que, aos dezesseis anos, anunciara na mesa de jantar que seria musicista.

O dia era 02 de Novembro de 2014 e o Giants havia perdido o jogo da última temporada do ano para o Chicago Bears. Carol estava uma fera assim como a maioria dos estudantes que tinham marcado de assistir ao jogo no Blue Note, um bar de Jazz muito frequentado pelos alunos de Juilliard localizado entre a 6th Avenue e o MacDougal Street. Agora a maioria deles apenas resmungava pagando as apostas perdidas enquanto uma jovem DJ subia ao pequeno palco e iniciava a atração daquela noite.

– Nunca subestime os ursos, baby! – dizia Milena eufórica enquanto virava seu quarto copo de uísque. – Passe a grana, chica.

Carol passou de má vontade sessenta dólares e logo se virou em direção ao palco ignorando qualquer comemoração que viesse de Milena e Arthur naquela mesa. Victor e Bárbara estavam alheios ao jogo conversando sobre o lançamento de uma nova série da Netflix.

A DJ havia iniciado a playlist com Dark Horse da cantora Katy Perry fazendo alguns estudantes gritarem animados e a ovacionarem, a maioria já bêbada demais para manter-se sentado. Apesar de o local ser um bar de Jazz, o dono sempre cedia noites especiais aos estudantes liberando pequenas baladas como a da aquela noite, para a alegria de todos em Juilliard que adoravam aquele lugar.

– Não vai deixar que isso estrague sua noite, não é? – ouviu Babi comentar cutucando sua perna por baixo da mesa. – Mih está apenas sendo Mih, o jogo não foi grande coisa de qualquer forma.

– Você ouviu música o tempo todo. – retrucou a loira olhando para o lado e encontrando os olhos castanhos cheios de culpa. – Eu vou ficar bem, daqui a pouco a raiva passa.

As duas tinham se tornado uma dupla inseparável desde o passeio no chalé de Arthur. Carol não a via apenas nos dias de estágio, mas também quando estava livre de estudos na faculdade, era quando a buscava em Juilliard e passava o resto da tarde na casa da família Passos sentindo-se incluída como filha. Babi trancou-se na própria negação nesse meio tempo, por fora agia como sempre agiu com Carol, mas nos momentos mais íntimos conseguia uma forma de escapar e enrolar a loira quando o assunto sobre sentimentos vinha à tona. Ela sabia que era ridículo agir de tal forma, Victor fazia questão de jogar esse fato no ar a cada cinco minutos e talvez até Carolina estivesse cansada de suas infantilidades, mas o medo era maior quando se tratava de estar amando alguém. Não era uma brincadeira, para Bárbara, o amor era algo muito além de apenas segurar a mão e trocar beijos carinhosos; o amor era o conhecimento da alma da pessoa, entregar-se totalmente a alguém sem medo do amanhã, era jogar-se de uma montanha sem se importar com o que encontraria lá embaixo.

E seu maior medo era que Carol não a estivesse esperando no final daquela queda livre.

Victor acenou em direção à porta onde um grupo de estudantes entrava no bar tirando as capas de chuva devido ao mal tempo. Babi virou-se e, para sua decepção, Rachel fazia parte de um dos grupos. Não que a brasileira não gostasse de Rachel, elas eram boas colegas em Juilliard e a ruiva sempre se provara uma boa pessoa, mas sua paixonite por Carol incomodava Babi que fazia de tudo para não transparecer.