24 de Dezembro de 2014 – Primeiro ano da faculdade.
O dia em questão era considerado o mais frio do ano. Havia três bonecos de neve espalhados pelo quintal dos Passos e luzes natalinas de todas as cores penduradas na varanda e árvores que cercavam o terreno dando vida àquela casa. Babi, Carol e Bruno tinham feito um bom trabalho com a decoração natalina, e estavam orgulhosos por isso. A loira pendurou uma guirlanda na porta de entrada que continha uma plaquinha de madeira com a inscrição Família Passos. Na sala, uma árvore de natal de quatro metros que Carolina tinha comparado de presente à família foi também decorada pelo jovem casal que demorou mais que o necessário quando Babi insistiu em pendurar os enfeites em Carol ao invés da árvore. Bruno pendurou várias meias coloridas na lareira e deixou seu boneco Olaf em cima desta para que o Papai Noel o visse quando chegasse na madrugada. Flaviana as tinha expulsado da cozinha quando Carol se ofereceu para ajudar com o banquete, disse que ela precisava curtir o namoro e que poderia obter a ajuda do marido assim que ele voltasse da cidade onde tinha ido buscar as bebidas.
E agora, Carolina estava na escrivaninha de Babi com o notebook aberto e o livro ao lado depois de um longo banho; precisava finalizar aquele trabalho antes que voltasse de férias e tivesse o Sr. Manson a atormentando em pleno ano novo. Já estava anoitecendo, pela janela do quarto era possível assistir a um lindo pôr-do-sol no horizonte que revestia o céu de cores vermelho e laranja. Deitada na cama de bruços e com as pernas cruzadas no ar, Babi tinha um headfone rosa conectado ao celular e mantinha os olhos fechados enquanto seus cotovelos estavam apoiados na cama e suas mãos sustentando o rosto.
- Amor, você poderia me emprestar sua impressora? Eu preciso... – quando Carol se virou não obtendo resposta, deparou-se com a mais linda das cenas.
Babi não parecia pertencer a este mundo. Seus olhos fechados suavemente formavam uma áurea inocente em volta daquele lindo anjo; um leve sorriso gostoso brincava em seus lábios indicando que ouvia uma música que realmente gostava. Os cabelos estavam levemente desarrumados e o moletom cinza escrito Hogwarts em preto a deixava extremamente magnífica.
Então Carol parou, ou melhor, esqueceu tudo o que fazia e aproximou-se com cuidado da cama; sentou no chão cruzando os braços no colchão apoiando a cabeça bem de frente para a garota, estavam a centímetros e a loira tinha certeza que ficaria daquele jeito para todo o sempre se assim lhe fosse permitido. Carol inspirou o cheiro de Marshmallow e expirou lentamente, sua respiração brincando na mecha de cabelo caída sob o rosto sonhador.
Aos poucos, Babi abriu os olhos e permitiu-se sorrir um pouco mais ao deparar-se com olhos verdes totalmente brilhantes.
- Eu amo o jeito que você olha para mim. – disse baixinho deixando o fone pendurado no pescoço.
Carolina piscou ainda admirando aquela garota surreal que agora levava no anelar direito a prova de que pertencia somente a ela.
- Promete que vamos ser velhas loucas? – perguntou levando sua mão ao rosto de Babi como se tocasse porcelana e deslizando os dedos na pele levemente bronzeada, o que fez a morena fechar os olhos apreciando o toque gentil. – Promete que vai contar nossas histórias ao mundo?
- Eu prometo, amor. – ela disse abrindo os olhos e puxando Carol pela mão até que estivessem deitadas corretamente na cama, a loira acomodada em seu peito com os braços segurando sua cintura firmemente. – Nós vamos ser o casal o mais lindo da cidade andando por ai com setenta anos aos tropeços, ou até mesmo metidas em um asilo pelos nossos filhos.
Carolina riu e puxou o edredom até que estivessem confortavelmente quentes e protegidas do frio que insistia em ser cortante.
- Quantos filhos acha que vamos ter?
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The Red Bow - Babitan
RomanceQuando se é jovem geramos expectativas e sonhos muitas vezes maiores que nós mesmos, o amor é o extremo do perfeito e canta a melodia mesmo sem saber a letra. Babi e Carol formam o perfeito oposto, mas a pergunta é: Isso durará para sempre ou acabar...