The Red Bow - Babitan

Time to decisions

Abrir os olhos e receber a claridade pela janela foi como ser atingida direto na cabeça por adagas. Ela já havia se esquecido da sensação ao acordar de manhã após uma noite com o álcool dominando seu sangue, o peso em sua cabeça, a falta de reflexo e a dor no corpo. O quarto não estava tão claro, as cortinas estavam fechadas bloqueando parte da luz, mas ainda sim a sensação de ter sido atropelada por um caminhão estava presente.

Carol piscou algumas vezes até se dar conta de que estava deitada de barriga para cima, pernas e braços abertos na cama de casal como a pessoa mais espaçosa do mundo. Notou também que, não sabia se felizmente ou infelizmente, estava no quarto de Bárbara devido á parede vermelha expondo todos os sonhos compartilhados e interrompidos do passado. Naquele momento não havia espaço para arrependimentos em sua cabeça. A loira sentou desejando não tê-lo feito ao sentir uma pontada forte na cabeça. Maldita bebida. Maldita Bianca. Maldita balada. Coçou os olhos com as costas das mãos e observou tudo ao seu redor; o quarto estava impecavelmente arrumado, tudo estava em seu devido lugar, exceto Babi. Ela não estava na cama e muito menos parada de frente para a cama exigindo explicações sobre a noite passada como imaginou que seria, pelo contrário, pois para a surpresa da loira, havia uma mesinha desmontável ao lado de um sofá com uma bandeja cheia de waffles e um copo descartável de café para a viagem.

Ao que tudo indica, Babi tinha deixado a cama cedo para buscar seu café da manhã.

Novamente a ânsia de vômito a atingiu em cheio e por pouco não precisou correr até o banheiro.

No cantinho do prato havia um cartãozinho que dizia: "Continuam sendo seus preferidos? (:." E como se não fosse o suficiente, em cima da mesa de cabeceira estavam algumas roupas dobradas e uma cartela de analgésico com outro bilhete que dizia: "Liguei para Logan e avisei que você estava em minha casa. Ele pediu que você se tranquilizasse quanto a Bernardo e que voltasse quando estivesse se sentindo bem. Aqui estão algumas roupas que podem servir em você, tome um banho, e descanse. Vou até a cidade buscar nosso café da manhã. Xx PS: Deixei uma escova de dente na pia do banheiro, ela está fechada e pronta para ser sua (:"

Pontos para Bárbara.

Aos resmungos, Carol conseguiu sair da cama e caminhou até o banheiro para um longo banho quente, deixando que a água levasse embora todas as impurezas acumuladas em seu corpo desde a noite passada. As roupas de Babi lhe serviram muito bem; uma camisa branca de manga curta e uma calça preta justa. A loira calçou os coturnos e penteou os cabelos molhados deixando-se relaxar com o vapor quente do banheiro. Era apenas Babi, uma das pessoas mais doces que já conheceu, a garota do piano, do livro velho intitulado Morro dos ventos uivantes, a garota que tinha o sorriso mais belo entre os anjos. Essa mesma garota que se tornou uma mulher segura e um pouco fria. A mulher que, mais uma vez, estava tomando o coração de Carolina para si.

Após o banho tomado, estômago cheio e o remédio começando a fazer efeito, Carol decidiu que era hora de procurar por Babi e pedir uma carona para casa. A casa estava totalmente silenciosa em todos os cômodos, e ainda sim, totalmente confortável. Reparando agora, a loira teve certeza de que aquela casa era a descrição de Bárbara. Cada simples detalhe estava milimetricamente em seu lugar, os móveis não gritavam por luxo ainda que fossem caros e o conforto fazia desejar morar naquela casa como desejou um dia.

Quando abriu a porta da frente, a loira foi recebida por uma maravilhosa manhã de domingo com direito ao canto dos pássaros e o delicioso cheiro de natureza. O Honda Accord estava estacionado em baixo de uma árvore torta. Carol caminhou pelo gramado fofo até o estábulo e não se surpreendeu ao encontrar Babi preparando a cela no mesmo cavalo de pelagem negra do outro dia, assim como as roupas. Ela não deixou de notar o quão sexy era Bárbara naquelas roupas cuidando de seu cavalo, não lembrava nem de longe a tímida Bárbara Passos que fazia música com o coração.