Prom

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Opa xuxuzinhos! 

Esse capítulo tem uma música recomendada caso você queira ouvir enquanto lê, está sinalizado quando for pra dar play:

Love me like you do - Ellie Goulding

*****

09 de Janeiro de 2015. - Primeiro ano da faculdade.

Eu me encontrava sentada no sofá da sala assistindo Bruno brincar com a bicicleta que ganhara no natal do Papai Noel. Já não nevava mais, então as roupas de frio foram finalmente substituídas por shorts e camisetas; eu me sentia livre longe de todo aquele peso extra, mas ainda sim triste pela despedida dos flocos de neve. Meus pais estavam agindo estranho durante todo o dia desde que cheguei da faculdade e eu não entendia bem o porquê. Assim que cheguei, notei que a casa não estava arrumada para receber visitas e minha mãe não tinha feito nada para a janta. Estranho. Será que pediriam a comida? Ou sairíamos todos para jantar como um presente? Bom, a pergunta rondou minha cabeça durante todo o tempo em que os assisti conversarem aos murmúrios pelos cantos da casa. No final do dia, minha mãe sentou toda sorridente ao meu lado no sofá e me estendeu um embrulho amarelo. Era um iPad. É claro que a abracei e disse que não precisava, eu sabia que não tínhamos condições de gastar com marcas como Apple, mas é claro que me mostrei totalmente feliz com o presente, e eu realmente estava.

Algumas horas depois, a campainha tocou e minha mãe foi atender. Não precisei levantar para saber que eram Victor, Arthur e Milena com todo o alvoroço de fizeram com apitos e chapéus de aniversário nas festas infantis. O que eu tinha feito para merecer os três melhores amigos do mundo? Com certeza eu tiraria uma foto e mandaria para Carol, ela gostaria de dar boas risadas com os amigos que tínhamos.

Aproveitando que os três foram para a cozinha com minha mãe, papai se aproximou de mim com aquele mesmo olhar de orgulho que me fazia sentir especial.

- Como se sente com dezenove anos? – ele perguntou enquanto passava o braço sobre meu ombro, me aconchegando mais a ele no sofá.

- Eu deveria me sentir especial quando fizesse dezoito, agora apenas sinto que estou caminhando direto à terceira idade. – brinquei e ele riu divertido.

- A maioria das garotas da sua idade estaria em uma balada, você sabe.

- Que bom que não sou igual a elas, então.

E ele me abraçou mais forte como se dissesse que se orgulhava de mim por ser diferente.

- Aqui, eu queria lhe entregar isso. – tirou algo do bolso, estava enrolada em um pano fino de seda na cor roxa. Quando ele tentou me entregar, de alguma forma, o objeto caiu em seu colo e eu notei que ele tinha perdido a coordenação naquele momento. Fiquei tensa sentindo meu coração bater forte no peito, isso não poderia estar acontecendo. Mas como se nada tivesse acontecido, ele pegou o objeto outra vez e me entregou forçando um sorriso. – Era de sua tataravó.

Ignorei o sentimento ruim de ver o que, aos poucos, estava acontecendo com meu pai, e desenrolei o pano até encontrar um colar de madeira envernizada com o formato de plaquinha; nele havia uma inscrição que eu já tinha lido em algum livro que não me recordava no momento.

- Eu tenho muito orgulho de você, filha. Quando eu abandonei a música, sabia que seria por um motivo muito maior que eu. Você sempre vai valer a pena. – ele explicou passando o dedo pelo colar. – É uma tradição passar esse colar ao filho mais velho, e eu acho que você já está madura o suficiente para recebê-lo.

- Pai! Isso é incrível, obrigada... – meus olhos realmente encheram de lágrimas com aquele presente. Essa era a prova de que não precisamos de presentes caros ou exagerados para estar feliz . – Está escrito Maktube. O que isso significa?

The Red Bow - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora